O Espelho da Verdade-Episódio 40

Episódio 40:

Yeasu, o suserano que havia violentado Karemi há um bom tempo atrás, tinha acabao de enterrar seu irmão.Ele tivera muita sorte de escapar com vida da invasão do Exército Imperial em sua vila,mas seu irmão não tivera tanta sorte.Ele soubera da súltimas peripécias de nossa trupe, e lembrou-se de Karemi com carinho.Apesar da barbaridade cometida pelo efeito do excesso de álcool,o amor dele por ela ainda residia no seu coração.Mas a monstruosidade que ele fêz com ela tinha estragado suas chances com ela, e ele agora estava falido,fora do poder e sem qualquer objetivo na vida.Ele já fora samurai, já fora um bom espadachim, mas a idade e o sobrepêso de sua obesidade o impediam de ser um rounin errante naqueles dias incertos.

Mas se sua vida não tinha mais sentido, e se tinha feito o que fêz,e se achava, como achava, que seu arrependimento e o fato de tê-la ajudado a escapar não tinham sido o suficiente para se redimir do que fêz à ela, ele só via uma saída.Ele tomara sua decisão:de agora em diante ele viveria para reencontrar sua mada e ser morto por ela.

Sim, ele tinha de morrer,não valia mais à pena continuar vivendo, e sofrendo sua dor na alma por ter perdido tão grande amor,mas não podia morrer de qualquer jeito:ela tinha o direito divino e supremo de se vingar e ele tinha de ser morto apenas pelas mãos dela e mais ninguém, até que Karemi pudesse finalmente matá-lo, ele teria de continuar vivendo.Sabedor de que as garotas rumavam a pé para Gifu, roubou um cavalo, e segiu a galope no mesmo rumo.E sonhava em ter a espada de Karemi cravada em seu peito.

O mesmo sentimento, porém, não era compartilhado por outra pessoa, pelo contrário:

Outra vila, mais para a frente, eYuuri,filho de Seisaro,derrotado por Minoko bem antes, e morto,jurava diante do túmulo do pai, que vingaria sua morte.Seu ódio por Minoko e sua trupe era feroz.Também ele fora treinado por Seisaro, mas este depois o enviara para um Mestre ainda mais famoso e hábil, e também mais velho, com quem ficou anos, pois a ambição de seu pai era a de que ele fosse o maior espadachim do Japão desde os tempos de Musashi, vários séculos antes, o maior esgrimista japonês de todos os tempos.Sua habilidade e conhecimento da prática da espada era tanto que, no teste final, não se contentou em simplesmente derrotar um Grande Mestre-mas matá-lo a sangue frio em combate.

Sua sede de vingança parecia insaciável, e ao ganhar a estrada com seu cavalo,matava quem se interpusesse pelo seu caminho, e estava claro que ele tinha prazer em matar.Era arrogante, autoconfiante,presnuçoso ,vaidoso e exibido,extremamente exibido.Levava consigo todo o ouro que conseguiu roubar enquanto o seu Xogum era morto e derrotado, e covardemente deixou seus companheiros na mão, à mercê do Exército Imperial,e fugiu, não sem antes enterrar o pai e fazer seu juramento.Ele via tudo vermelho com seus olhos ferozes, e matar para ele era só um detalhe.O regime do Xogunato estava terminando, e a Era dos Samurais também, então ele não se importava mais com honra,queria sangue, matar, matar o máximo que pudesse, principalmente quem o humilhou, derrotando e matando seu pai de maneira tão terrível e degradante,fragorosamente estuprado por mulheres,o que o tronou motivo de piadas echacotas por onde andava, o que aumentava ainda mais a sua raiva.Era um Samurai decadente.

Enquanto isto nossa trupe já conseguia, finalmente avistar as luzes da cidade de Gifu, do alto das montanhas.Agora faltava pouco, e estavam todos animados.

-Minoko, será que agora que voc~e está mais poderosa, consegue fazer aparecer coisas?Podia fazer uma mágica e criar roupas para a pobre Rei-san, que pelada deste jeito está tremendo de frio enquanto dorme nas costas do Juuchi.

-Não sei,Kareni, posso tentar, mas eu não sou bruxa, não sei fazer encantamentos.Mas posso tentar.Juuchi, vamos parar um pouquinho, ponha a Rei no chão por favor.

-Sim, Tia Minoko!

-Vamos tentar então!

E Minoko concentrou-se, pensando em um lindo quimono infantil feminino azul para sua filha, e apontou sua mão para ela, ainda tonta e sonolenta.

-Vide a mi, ó Poder! Que se criem roupas para minha filha !

Nada.

Minoko começou a ficar com raiva.

-Ih, isto não vai dar certo...

-Fica quieta, Fushiko, deixa ela tentar!

-Ah, Chitose, mas ela só está nos atrazando, Gifu está tão perto!

-Fiquem quietas, vocês duas! Preciso me concentrar na mágica.Vai, poder, anda, quero roupas !

Agora sim um raio saiu de suas mãos.

Puft!

Apareceu um par de meias.

-Ai que droga ! Eu não disse meias, eu disse Kimono, poder imbecil,pombas !Que raiva !Aparece logo de vez!

E nada de aparecer mais nada.

-Vai ver que você ainda não está bem recarregada do seu poder, Minoko!

-Ah, é, Namya, vamos ver então!

E Minoko disparou um raio numa pedra grande no caminho, que se dividiu em duas.

-Respondida sua questão?

-Então você não está se concentrando direito, Minoko. Faz o seguinte,pegue ela no colo a abrace, deixe fluir seu amor por ela, acho que deve ser como seu poder de cura.

-Boa idéia, Namya.

Ao pegar Rei no colo, sua raiva se dissipou logo.Ela acariciou os cabelos da filha e lhe beijou as faces e a testa, e aí disse com amor:

-Minha lindinha, quero vestir você!E apontou umdedinho para o peito da menina.

Pluft!

Do nada apareceu um belo kimono azul infantil,e agora a menina estava vestida, e não tinha mais frio.Mas o calor aconchegante que a criança sentia no seu coração era maior do que a roupa e a acordou de vez:

-Oi, mamãe!

-Oi,meu amor, que bom que você acordou.

-Eu dormi muito, não é?

-Sim, e o Juuchi carregou você nas costas o tempo todo!

-Verade, mamãe?

-Verdade filha.

-E estas roupas, onde a senhora arranjou?

-Minha mágica, filhinha, cresceu e apareceu!

-Que incrível, mãe! São lindas, obrigada! Pode me por no chão, por favor?

Minoko a colocou de volta no chão.

Rei se dirigiu a Juuchi, e lhe deu um selinho na boca com carinho, para depois dizer:

-Você é um amor ! Obrigada!

Juuchi corou de vergonha, e se encolheu todo.

Todas caíram na risada !

-Vamos, vamos,agora falta pouco, e estou doida para cair num futon macio e dormir até amanhã, estou pregada!

Seguindo a ordem de Minoko, todos seguiram viagem, e dali há algumas horas já estavam na entrada da cidade.

Os lampiões de gás iluminavam a cidade, e as garotas começaram a notar que as poucas pessoas  na rua ficavam olhando para elas,e cochichando entre si.

Dali há pouco uma voz se ouviu:

-Um grupo de mulheres viajando com duas crianças! São elas ! As Sete Incríveis!

Não se sabia de onde, mas uma verdadeira multidão surgiu e as cercou.

-Por favor, por favor, fiquem na minha estalagem!

-Não, fiquem na minha! É de graça!

-Não, a minha é maior!

Os estalajeiros as disputavam como clientes !

Elas ficavam olhando uma para a cara da outra, com cara de bobas, mal acreditando.

Mas Rei, sempre exibida, sacou sua espada e começou a fazer malabarismos com ela, demonstrando sua habilidade com orgulho.Agora era que a multidão tinha mesmo certeza que eram elas !

-Rei, pare com isto, é feio ficar se exibindo, filha.

-Ah, mãe, é tão divertido!

-Não, chega, filha.

Uma mulher apareceu do meio da multidão e arrastou Minoko consigo, e todos as seguiram.

-Ei, ei, onde vai com elas, Sae?

Disseram os populares.

-Para a minha pousada!

-Ei, ei, espere aí, espere aí!A multidão começou à falar e correr atrás de Sae e das meninas e crianças.

Num beco,ela conseguiu finalmente despistar a turba.

Dali há pouco chegavam na simpática pousada.

Mas lá no meio das montanhas, um homem a cavalo vinha com toda a pressa para a cidade:Yuuri estava chegando !

Será que Yuuri vai conseguir derrotar Minoko e suas amigas?

Será que Yeasu irá ser morto por Kareni?

Saiba no próximo episódio !

(Por continuar)

O Espelho da Verdade-Episódio 39

Episódio 39

Toda a trupe em posição de defesa,armas prontas,e de frente para o círculo armado,as duas bruxas rondavam como lobos rodeiam um bando de búfalos.

O clima era de muita tensão,e a adrenalina corria solta.Minoko sabia muito bem que qualquer uma das duas era muito mais poderosa do que a sua magia, que ela mal aprendera, mal e tôscamente, a dominar.Em sua cabeça, a mente que dominava era a de Narumeshi.E havia um plano,uma estratégia na verdade:era preciso conseguir mais magia, mais poder mágico,e o único recurso que tinha era o Espelho da Verdade.

E Minoko também estava ciente de que as bruxas não iriam cair nos truques de mostrar o espelho, ou de usá-lo para rebater os raios mágicos delas, elas eram inteligentes, não iriam cair nos mesmos truques novamente.Se ao menos ela pudesse de alguma forma potencializar o poder dela através do espelho...

Então teve uma idéia:

-Rei,quero que me conte no meu ouvido sobre este tal de "ki".

Rei se aproximou e cochichou em seu ouvido:

-Ki é uma aura mágica que vem da alma, todos tem, mas quem tem magia, o tem mais forte.Quem não tem magia tem ki mais fraco.

-Tem jeito de unirmos nossos kis num ki mais forte e fortalecer minha magia?

-Tem.Temos de nos dar as mãos e nos concentrar, deixar fluir o ki entre nós, mas uma das pessoas precisa ter magia,pois aí podemos emprestar nossos kis e o ki geral ficará mais forte.

-Entendi.Obrigada, filha.

Minoko então disse:

-Abaixem as armas.Elas não vão servir para nada contra magia.Vamos todas rezar!

Ninguém entendeu nada, mas as garotas confiaram que Minoko devia ter algum plano, e seguiram suas ordens.

-Podem rezar para Buda ou qualquer dos Deuses e Santso, não irá adiantar! É hora de comermos suas almas !

Disse Minna.

As garotas e as crianças se deram as mãos, e repetiram em voz baixa o que Minoko orava:

-Ó poder mágico a mim concedido,reflua e distribua entre aqui os que me amam e me querem bem,vinde a mim o fluxo e refluxo do Poder, e que ele se una e aumente!Todo mundo, concentrem-se e me dêem seus kis!

Imediatamente as bruxas sentiram o aumento do ki delas e do nível de poder da magia de Minoko.

-Este ki de vocês não vai adiantar nada,é fraco demais para qualquer uma de nós!Se já terminaram de rezar, é hora de ir conhecer o Demônio!Disse Nakasaka.

-Espelho da Verdade, flutue, flutue, saia do meu bolso e vá para o centro da roda!

O passe de Mágica funcionou, e o Espelho da Verdade saiu do bolso do kimono de Minoko, e flutuou acima das cabeças das garotas,no centro da roda,com a parte espelhada para baixo, apontando para o chão.

-Exploda meu Poder! E que meu Poder seja o Nosso Poder! Já!

Instantâneamente após esta ordem de Minoko, a quantidade máxima de ki de todas delas fluiu e refluiu delas para a líder e de volta à elas, e as mãos de Minoko soltaram raios poderosos que percorreram as mãos de todos e se canalizaram por suas cabeças e voaram para o Espelho, que os refletiram em dois raios explosivos  que tomaram a direção de suas inimigas !

E bem a tempo, pois foi no exato instante que as duas bruxas soltaram seus raios também!

Mas os raios do bem sobrepujaram os do mal, e as duas bruxas foram jogadas para trás,com muitas queimaduras e cabelos chamuscados.

Por falar em cabelos, os das garotas  e das crianças estavam arrepiados, de pé, e uma nuvem giratória de pó as circundava num redemoinho,cheio de energia mágica.

As bruxas revidaram, mas seus raios eram defletidos para o Espelho da Verdade, que canalizava a energia para elas, aumentando ainda mais o Ki delas,e consequentemente,Minoko ficava ainda mais poderosa!

-Maldição! Como conseguiram chegar neste nível de Ki ! Minna, pare de atirar, nós só estamos as fortalecendo !

Mas Minoko estava preocupada.Suas amigas não iriam aguentar manter a roda por muito mais tempo, e o fato de as bruxas terem parado de atirar era mau sinal.

-Eu tenho uma idéia, vó!Vamos ver como elas se saem agora ! Vou deixar o trabalho de derrotá-las para outro ser!Eu, Minna Furyoshiro, invoco  o Dragão da Temeridade !Acorde de seu limbo, Dragão, e venha derrotar os inimigos de sua mestra!

A terra começou a tremer, os céus escureceram, raios, trovões e relâmpagos apareceram do nada,o solo rachou e enormes ossos começaram a sair das profundezas do subsolo e montarem um gigantesco esqueleto,de onde brotaram músculos,veias e artérias,entranhas,nervos,escamas,e uma alma enorme se acomodou no corpo do dragão, com seus dezoito metros de comprimento e nove de altura, e enormes asas membranosas nas costas.

-Urrrrraaaaaaaargh! Urrou o monstro.

Foi quando o círculo se desfêz, e as garotas e crianças, com excessão de Minoko, tombaram exaustas.

-Dragão da Temeridade, destrua nossas inimigas ! Bradou Minna.

-Você quer briga, bicho feio?Então vamos ter churrasco de dragão hoje no jantar !

Minoko estava cercada por uma brilhante aura azul, e um torvelinho de pó e raios mágicos a circundava em ondas concêntricas.Ela agora estava mais poderosa do que nunca.O espelho voltou a mão esquerda dela, que o colocou de volta no bolso.Ela sacou a espada, e a segurou com as duas mãos.

-Vem, bicho feio, vem,que eu quero jantar você hoje !

O dragão atacou.Uma verdadeira tempestade de fogo irrompeu de sua bocarra vindo em direção à nossa heroína.

-Eeeergh!Uuurgh! Mas que hálito! Hálito não, é o pior bafo que já vi na vida !Eeeh!Toma isto, monstro nojento!

E um raio altamente concentrado saiu da espada, e raio e fogo mediam fôrças.

Mas o fogo venceu e Minoko aumentou o poder da barreira mágica, que a protegeu das chamas.O Dragão aumentou as chamas ainda mais, e nossa heroína sabia, não iria conseguir manter a barreira por muito tempo neste nível, precisava fazer alguma coisa.Imediatamente ela começou a correr na direção do ser monstruoso, que tentava pisotea-la,ou abocanha-la, mas Minoko era ágil e conseguiu saltar e enterrar a espada no peito do monstro, e soltou outro raio, que atingiu-lhe o coração em cheio.

O dragão urrou de dor,e Minoko aumentou ainda mais a potência do raio, e o monstro explodiu em pedaços, de dentro para fora, o que jogou Minoko a poucos metros do precipício, e aos pés de Nakasaka.

-Agora eu te peguei !Gritou a idosa bruxa, cujos raios atingiram Minoko em cheio.

Nossa heroína agora penava,contorcendo-se e debatendo-se de dor,pele chamuscada,e seus gritos lancinantes denotavam o quanto estava sofrendo.Mal conseguia respirar.

Minna aproveitou-se e fêz a mesma coisa com as garotas, agora se contorcendo e tendo espasmos de dor alucinante, infernal, quase insuportável!

Mas Minna não notou que as crianças estavam faltando.E não as conseguia achar,pois o esfôrço de concentração para a tortura de nossas heroínas não dava espaço para que pudesse se concentrar em localizar o ki das crianças, e Nakasaka estava distraída, gargalhando altamente enquanto torturava Minoko, que até revirava os olhos!Ela nunca se sentira assim tão perto da morte!

A bruxa a fêz flutuar no ar, e a trouxe para sua mão levantada, que começou a apertar seu pescoço, enquanto os raios percorriam o seu corpo.Ela se sentia sufocada, e não demoraria a morrer daquela maneira, e Nakasaka ria-se com gôsto.

-Bruxa velha, toma isto !

Era Rei, que saltou às costas da bruxa, e sua espada caiu-lhe em cima com tudo,dividindo-a em duas, verticalmente de cima a baixo.O corpo dela explodiu em sangue e as duas metades caíram uma para cada lado.

Minoko caiu,exaurida,á beira do precipício,ao menos livre dos raios.

-Vóooo!

Gritou Minna, em desespêro,interrompendo a tortura das garotas.

Rei foi em socorro de sua mãe adotiva.Beijou-lhe as faces e a testa, e ela acordou.

-Vem,mãe, depressa!

-Sua vaca ordinária, prostituta, o que você fêz com a minha avó,criança dos infernos?Eu devia ter forçado o Homem Monstro a te estuprar!

-Bleeeeé! Respondeu Rei,mostrando a língua para Minna, que se enfureceu mais ainda.

-Você me paga, pirralhinha maldita !Toma!

Um raio enlaçou a garganta de Rei e a levantou mais de dois metros no ar,e a eletricidade percorria seu pequeno corpo, fazendo-a ter vviolentos espasmos e convulsões, e ao mesmo tempo, asfixiando-a.

Mas Minoko  agora já tinha se recuperado, e reagiu:

-Não toque em minha filha, sua ordinária ,vagabunda !

-Ah, é isto?Então...

Respondeu Minna,que fêz as roupas da menina se esfarelarem, e ,quando se viu, um dos dedos de uma das mãos ficou enorme, e engrossou enormemente.

-Dê adeus à virgindade de sua filha, pois eu vou estuprá-la agora até a morte , como fizeram comigo!Vingançaaaa!

-Nãaaaao! Nunca, bruxa malditaaaa!

E Minoko atirou com as duas mãos, à plena potência, e o tiro acertou  a bruxa em cheio, fazendo-a bater as costas no barranco com violência.

Minoko conseguiu pegar Rei ainda no ar, e a abraçou forte.

Porém, quando olhou para baixo, os restos de Nakasaka começaram a se mover, e o sangue começou a refluir para dentro do corpo, e as metades se juntaram novamente!

Em alguns segundos, a idosa bruxa estava viva, gargalhando:

-Ahahahahahahahahahah! Pensam que é tão fácil assim me matar?Ahahahahahahahaha! Eu sou muito, mas muito mais poderosa do que você pensa!

Minoko ficou pálida. Não era possível, ela vira a bruxa se dividir em duas, e como podia ela ressussitar daquele jeito?

Porém Nakasaka precisara de muita fôrça mágica para se recompor, e estava exausta, fraca.Sabia que se Minoko a atacasse, certamente seria vencida.Minna continuava desmaiada, e ela viu as garotas cercando-a para tentar matá-la.

-Escute bem,Minoko! Não pense que nos venceu! Eu voltarei com minha neta e teremos a nossa vingança, e o que sofreram hoje será muito pouco perto do que irão sofrer antes de morrer! Aliás, morrer é só o começo da penitência de vocês...pelo inferno!Minna, vinde a mim!

E o corpo da neta dela, em um piscar de olhos  flutuou até ela.

-Vocês não perdem por esperar !E não terão de esperar muito! Ahahahahahahahahahah!

E a bruxa usou de seu poder de teletransporte para desaparecer, e levar sua neta consigo.

Minoko, ainda com a filha no colo,chamou pelas outras:

-Vocês estão todas bem?

-Sim, estamos! Ei, onde está o Juuchi-san?

Ele apareceu na entrada da caverna.

-A Rei me pediu para que eu me escondesse aqui, porque era muito perigoso, e eu ainda mal comecei meu treiamento com ela.

-Ainda bem!Vem meu filho, que bom que você está bem! Ô, Minoko, agora você ficou poderosa, não?

-Fiquei, mas não o suficiente.Vamos precisar de muito mais poder mágico para derrotar estas bruxas. Elas foram embroa agora, mas pode ter certeza que voltarão, e será na base da covardia, então, não podemos mais baixar nossa guarda!

-Coitadinha da Rei-san,ela ficou pelada!E agora, como faremos para arranjar roupas para ela?Aqui no meio do nada?

-Ainda não sei, ela vai pegar um resfriado deste jeito. Coitada, está tão cansada e sofreu tanto que até dormiu.

-Dormiu nada, Minoko, não vê que ela está azul?Ela está se sufocando!

-Oh, não ! Filha, filha responde, é mesmo ela não está respirando !

Minoko a colocou no chão com delicadeza.

Namya examinou o pescoço dela.

-Aqui, a cartilagem  da garganta está quebrada pela fôrça daquela cadela, por isto a dificuldade de respirar!

-Vou tentar usar o que me resta de energia mágica para salvá-la.

Disse Minoko, concentrando seu poder para o dom de cura.

Mas este falhara.Ela estava tão esgotada e usara tanto poder que não havia o suficiente para o poder de cura.

-Vamos fazer uma roda em volta dela, e vamos unir nossos kis! Precisamos unir nossas energias para conseguir salvá-la.

Como da vez anterior, o Espelho da Verdade flutuou até o centro da roda que se fêz em volta de Rei, e todos se concentraram.O raio que deles emanou ricocheteou no espelho e acertou o pescoço da menina, então todos colocaram suas mãos nas pernas e braços dela e oraram pela cura dela.O toque final foi feito por Juuhi, que beijou-lhe os lábios com amor, e transmitiu seus mais profundos sentimentos a ela.Uma lágrima dele caiu no local do pescoço onde a cartilagem tinha se rompido, e segundos depois, a mesma caritlagem começou a se mover sózinha para trás, e se soldou de volta na posiçao certa,e o ferimento cicatrizou.O coração voltou a bater, e ela voltou a respirar e abriu os olhos.Sua consciência tinha retornado,para grande alívio de todos.

-Mamãe, eu estou tão cansada...

Minoko abraçou a filha, emocionada e chorou.Quando ela e as demais se recompuseram, Juuchi disse:

-Tia Minoko, deixe que eu carrego à ela nas costas.

-Tudo bem , Juuchi-san.Estou orgulhosa de você, pois foi o seu amor por ela, que é lindo e puro, e eu pude sentir ele,que a salvou, pois o seu ki era de todos o maior naquele momento!

-Ai, Minoko, eu tenho tanto orgulho deste menino!Namya estava toda-toda !

-Então vamos, gente, temos muito que andar, falta um bom pedaço até Gifu!

Disse Kareni.

Todas desarmaram o acampamento, e ganharam a estrada novamente, sendo que Juuchi carregava sua namoradinha nas costas com todo amor e cuidado.Rei dormia agora profundamente, chegando mesmo a roncar, o que para o pequeno Juuchi, era uma verdadeira música para seus ouvidos.

Enfim mais uma batalha vencida. Mas não seria a última, longe disto. As bruxas preparavam-se para seu novo ataque, recarregando suas fôrças mágicas,e este seria de surprêsa, então, ninguém tinha a menor idéia de quando poderia ser.

Portanto, novos perigos aguardavam nossa trupe,sem falar que as notícias das vitórias delas já tinham chegado ao Imperador, e este estava vivamente interessado em tê-las sob controle, ou mesmo em aliciá-las para o seu lado, e consultava suas fontes para mandar uma expedição que as pudesse interceptar e levar até ele. Mas as teria de disputar com alguns poucos Xoguns ainda poderosos que resistiam, e que viam nelas a esperança de resistência e vitória.

Mas havia alguém, misterioso que as queria matar, e outro alguém ,misterioso, mas que elas já conheciam,que as queria ajudar.Quem seriam?

Por qual lado elas optarão?

Serão elas engolfadas pela guerra civil?

Saibam no próximo episódio !

(Por continuar)

O Espelho da Verdade-Episódio 38

Episódio 38

A velha bruxa Nakasaka adentrou a caverna da neta.E o que encontrou foi uma sucessão de corpos rasgados, perfurados e flexados,apodrecendo dentro da caverna, lotada de abutres, que devoravam a carniça com sofreguidão.

Com seus raios, ela os expulsou de lá.

Tentava sentir o "ki" da neta, e não o encontrava.A não ser pela quantidade impressionante de corpos em decomposição,todos masculinos,a caverna estava completamente vazia.Agora preocupada,a bruxa tirou sua bola de cristal da sacola que carregava consigo e recitou a invocação:

-Bola de cristal, bola de cristal, mostre à sua Mestra tudo o que se passou aqui nos últimos tempos!

O encanto começou a fazer efeito, e uma espécie de névoa foi vista,ao se dissipar, imagens de nossa trupe de heroínas invadindo e matando a todos começou a passar, inclusive o sofrimento terrível  de sua neta ao morrer.

Furiosa, ela lançou outra invocação:

-Bola de cristal, bola de cristal,mostre à sua Mestra onde está o corpo de minha neta!

Ela então viu o corpo dela sendo arrastado a cavalo no chão até a cidade, e depois apedrejado e pisoteado, massacrado pela populaçâo, a festa da vitória enquanto isto, e depois o corpo dela sendo levado para a entrada da cidade, à beira da estrada por populares,sendo devorado por cães e mais tarde por abutres.Ainda restava da carcaça um pouco mais que ossos,mas tudo já bem decomposto.

-Minnaaaaa!Nãoooooooooooo! Gritou a bruxa, olhando para o alto, ajoelhada na caverna vazia.

A bruxa destilou suas lágrimas, e então disse a si mesma:

-Eu vou matar!Não, matar é pouco! Eu vou comer a alma destas prostitutas desgraçadas!Elas vão se arrepender de ter matado ela desta maneira ! Não vou perdoá-las nunca ! Jamais !

Após um tempo pranteando a morte de sua neta,ela fêz mais uma invocação  ,para a bola de cristal mostrar onde nossas heroínas estavam, mas esta não conseguiu mostra nada.

-Elas estão muito longe, não consigo achá-las! Mas Minoko tem um pouquinho de poder que eu inadvertidamente dei a ela, e este poder mágico deixa um rastro de ki, que eu posso sentir,e farejar esta porca vagabunda onde ela estiver !

A bruxa então invocou o poder de teletransporte, e foi parar ao lado do corpo da filha.Espantou os abutres, e acariciou o crânio dela,ainda chorosa.

-Minha neta, minha netinha, que brutalidade fizeram com você!Eu vou te vingar, você vai ver! Ou melhor, tive uma idéia:vou invocar meu lorde demônio para o cerimonial de ressussitação! Meu poder não é suficiente para te trazer de volta à vida, mas o dele é!

Ela se levantou, e bradou ,de peito estufado, a plenso pulmões:

-Eu ,Furyoshiro Nakasaka, a bruxa, sua mui fiel serva,invoco e rogo,que as portas do Inferno se abram e vinde a mim, ó meu Lorde,meu Mestre e Senhor,o infinitamente amaldiçoado,Demônio Mestre de todas as Bruxas !

Os céus escureceram, a terra tremeu, raios e relâmpagos do nada apareceram, ventos açoitantes irromperam, os raios começaram a dançar em volta da bruxa, que dançou a dança da invocação, orando baixinho a invocação mágica.Finalmente um rio rasgou a terra, um buraco se abriu, em fogo, com labaredas enormes emergindo das profundezas,uma fumaça com cheiro de enxôfre tomou conta e em meio a ela, uma figura enorme e medonha apareceu:

Quem foi que me invocou?

-Fui eu, sua mais dedicada serva, Mestre e Lorde infinitamente amaldiçoado!

-Você quer a sua neta de volta à vida após a morte.Está disposta a pagar o preço?

-Mil vezes o pagarei se atenderes o meu humilde rogo, meu senhor !

-Que assim seja! Será cobrado!

O Demônio apontou o dedo indicador da mão esquerda e da mão dele, um raio vermelho saiu e atingiu o corpo apodrecido e decomposto de Minna.

Imediatamente o corpo dela começou a flutuar num torvelinho, e nervos, músculos, entranhas, e pele foram aparecendo do nada, aos poucos, e uma pequena tromba não de água, mas de sangue se formou em torno do corpo,girando em torno dele e aos poucos entrando nele pela boca aberta e a alma foi transportada do inferno diretamente para o corpo  e pela abertura da genitália entrou e se apoderou do corpo todo.

-Está feito! Lembre-se que irei cobrar-lhe, e será muito, muito caro !

-Muito obrigada, meu senhor todo poderoso!Mil vezes irei lhe pagar, com certeza!

-Sim,irá,pois de mim ninguém escapa ou está a salvo!

E ele desapareceu.O buraco na terra se fechou, e o sol voltou a brilhar.

Minna então abriu os olhos e acordou para a vida novamente.

A bruxa a abraçou com fôrça e lhe beijou a testa.

-Vovó?

-Sim, minha netinha,eu a ressussitei para que seja feita a sua vingança!Eu e você juntas vamos seguir o rastro de "ki" que suas algozes deixaram e vamos nos vingar e fazê-las pagar mil vezes o que tiveram coragem de fazer com você!Agora levante-se e experimente, veja se seu poder voltou também, se não, lhe dou do meu.

-Obrigada, vovó! Ah, elas me pagar pelo que fizeram comigo, a senhora não sabe o que sofri!

-Sei sim, filha, a bola de cristal mostrou tudo, um horror, mas nunca vou saber o quanto deve ter sido horrível para você!

-Aquele cão sarnento do Homem -Monstro, que me traiu e me matou, se uniu à elas,eu, eu, nunca fui tão invadida, nem humilhada deste jeito, nem quando fiz amor com o nosso Lorde para selar nossa devoção a ele senti o que senti! Mas elas me pagam, me pagam!Roupas, eu quero roupas!

E a magia de Minna funcionou, e um vestido de bruxa apareceu, assim como as ropas de baixo e a vestiram sem que ela tivesse que mexer um dedo.

-Vassouras mágicas, apareçam!Disse  a bruxa velha.

Elas montaram nas vassouras.

-Estou sentindo o fedor delas.Vamos?Disse Minna.

-Vamos lá!Respondeu sua avó, e as vassoras levantaram vôo e levaram suas donas consigo , em alta velocidade pelos céus, à não mais que alguns metros do solo.

Enquanto isto,nossas garotas e as crianças tinham acabado de devorar um novo churrasco de macaco no café da manhã.Eles eram muitos por ali!

-Urg! Não sei como eu consegui comer isto! Depelar,abrir limpar, tirar tudo de dentro, aquelas coisas nojentas, tirar a cabeça fora,pôr para assar,ai, pelo amor dos Deuses, que coisa horrível,uuuh!

-Não reclama,Fushiko, ao menos não vamos passar fome logo pela manhã.Disse Kurumi.

-É isto mesmo, Tia Fushiko é uma fresca !Quando eu viajava com minha Mestra eu cansei de comer macaco, e quer saber, eu gosto !

-Rei-san, deixe à ela em paz.Bom, agora que estamos de estômago forrado,já dormimos e descansamos  e estamos em forma  e limpas novamente, vamos todos nos vestir , que nossas roupas já secaram e vamos seguir viagem!Ainda falta um bom pedaço para Gifu!

-É, acho que não temos mais nada a fazer aqui mesmo, vamos lá,Minoko.Crianças, vão se vestir!

-Sim, mamãe! Disse o obediente Juuchi.E Rei também obedeceu.

Agora todoas vestidos, trouxas nas costas e armas nas bainhas, ganharam a estrada.

A paisagem era árida,mas o frescor das montanhas e seu ar puro eram um deleite e suavizavam a marcha.Porém, logo começariam novas ladeiras, mais íngrimes do que nunca e nossas heroínas suavam, mesmo com frio, pois o terreno pedregoso  era escorregadio e dificultava a marcha sobremaneira.Mas ao menos não chovia, e a estrada ali não era tão estreita.Curvas e mais curvas e parecia que a estrada não acabava nunca.Devido à inclinação do terreno e as pedras soltas aos milhares,a velocidade de cruzeiro delas era baixa. Cansadas, as crianças acabaram tendo de serem levadas nas costas por sua mães, também exaustas, em pleno sol do meio dia.

-Vamos para para descansar e fazer acampamento aqui.Vamos aproveitar que neste local a estrada se alarga e tem bastante espaço.

-Tudo bem, Minoko, estamos realmente exuaridas agora.Meus pés estão doloridos de tanto andar, uf!

-E haja andar! Será que ainda falta muito, Namya?

-Ih, nem sei, Kareni.Ih,olha lá a folgada da Fushiko, dormiu no chão !

-Não sei como ela consegue dormir deste jeito em meio à tantas pedras, Namya!

Quando elas viram, s crianças estavam brincando de jogar pedras no abismo.

-Crianças ! Isto é perigoso, voltem para cá! Vocês podem cair !

Gritou Minoko.

Já Kurumi, a curiosa, andou pelos arredores, para então dizer:

-Gente, achei uma caverninha!

-Tem certeza que não tem nenhum urso ou outro animal aí, Kurumi, pode ser perigoso!

-Que nada,Namya, largue de ser medrosa, Se tiver um urso aí a gente mata e come.Qual o problema?

-Puxa, você é corajosa mesmo!

-Que nada, Namya, ela tem razão.Temos nossas armas e habilidades para quê?Vamos lá, Kurumi, vou com você!Disse Chitose, pegando seu arco e flexas.

As duas entraram dentro da caverna escura.Foi então que ouviram um rugido amedrontador!

-Tem um urso lá mesmo !Vamos ajudá-las !

-Eu, heim, Minoko, prefiro enfrentar bandidos, são menos perigosos!

-Deixe de ser boba, Namya, vai!

Minoko e Kareni pegaram suas espadas, e se juntaram a Kurumi e Chitose.

O urso avançou ferozmente para cima delas, mas foi cravado de flexas, uma delas atravessou-lhe o crãnio, e pela lança mortífera , que lhe rasgou o coração.Ele tombou já morto aos pés delas.

-Não te falei?A gente mata e come ! Vamos ter churrasco de urso no almoço, vamos nos fartar !

-Só você mesma, Kurumi,ih, a Fushiko não vai gostar, vai fazer aquela cara de nojo outra vez !

-Deixa ela para lá,Kareni. Vamos todas empurrar este urso para fora da caverna, que ele é muito pesado, viu?

Até as crianças ajudaram.Todas juntas, menos Fushiko, que conseguia dormir nas pedras soltas debaixo do sol escaldante da hora do almoço,com imensas dificuldades, arrastaram a carcaça do grande animal para fora, e com suas espadas, o abriram, e começaram a limpar.A tarefa mais suja ficou com Kareni, que teve de carregar as entranhas do urso até o abismo e lá jogá-las.

Deu um bocado de trabalho separar a carne dos ossos e da pele, mas depois de algumas horas de trabalho intenso, o almoço estava servido.

-Eeeeh?A Fushiko ainda está dormindo?

-Por incrível que pareça, Minoko !

-Eu vou acordá-la, então.

-Está bem, Minoko, boa sorte, não vai ser fácil! Nunca vi alguém ter sono tão profundo !

-Deixa comigo, Chitose!

E Minoko aproximou-se da amiga.Dali há pouco:

-Aaaaaai!

-Acorda, dorminhoca, o almoço está servido !

-Ai,mas precisava me dar um beliscão no mamilo, Minoko, ai, dói, viu?Não pode fazer este tipo de brincadeira, é delicado, ouviu bem?

-Ah,ha! Está bem, garotinha de porcelana ! Vem logo senão não vai ter carne para você!

-Carne, carne de quê?

-Não interessa, não importa. Simplesmente coma!

-Ah, você fica insuportável quando fala como o Narumeshi, viu! Muito chato isso!

-Pára de reclamar e vem comer logo, sua frescona ! Disseram todos juntos.

Fushiko teve que ir. Ao terminarem a refeição:

-Ei aí, Fushiko, gostou da carde de urso?

-Eeeeee?De urso?Você está brincando,Kurumi!

-Não, eu não estou não, olha o esqueleto dele aí atrás...

Fushiko virou a cabeça e viu a carcaça jogada num canto.

-Aaaaargh! Que nojo! Eu não acredito que vocês me fizeram comer isto! Que horrível!Ai, o meu estômago está doendo! Ai, eu estou passando mal, gente, eu estou passando mal, juro!Aai,acho que vou vomitar !

Todo mundo caiu na risada !

-É sério, gente, estou com ânsia de vômito! E saiu corendo até o abismoe jogou para fora tudo o que comeu.

-Isto não é nada, sua fresca! Agora você ainda vai ter de jogar os ossos  e os restos lá para baixo !

-Minoko, você  me paga, você que me fêz comer esta coisa nojenta!

E ela vomitou de novo, ao ver os restos de gordura de urso, pele, sangue , etc.

O rosto dela estava verde !

-Vai lá, Namya, ajude a ela,senão ela esta tonta vai cair no precipício.

-Ah, fazer o quê!Lá vou eu.

E foi buscar a amiga, já tonta. Ela estava passando mal de verdade.Precisou que Minoko exercesse o dom da cura nela.

-Tia Fushiko?Não foi a senhora que disse que a carne de urso estava uma delícia?

-Ésim, Rei-kun, foi ela, eu ouvi muito bem! Confessa, Tia Fushikoooo! Vaiii!Disse Juuchi.

-Crianças, não façam malcriação com ela, deixem à ela em paz, vamos!

-Ah, mamãe, mas é divertido!Disse Rei, tirando sarro da pobre Fushiko, que ainda se recuperava.

-É sim, parem já! A Minoko tem razão.Agora chega, crianças.

Disse Namya, já um pouco irritada, amparando a amiga malfadada num abraço.

-Senhora, você está me chamando de velha, sua pirralhinha, você vai ver a hora que eu melhorar, eu te pego!

-Não liga para eles não, Fushiko, deixa para lá, são apenas crianças!

-É, crianças, sei,uns demoninhos, isto sim !

Enquanto isto, as duas bruxas viajavam  acima da estrada, e viram restos de macacos no caminho.Estavam indo na direção certa , e não demorou a acharem o acampamento das nossas garotas.Foi quando desceram.

-Eeeee?O que ela está fazendo aqui, ela não morreu?

-Não, Kareni...eu a ressussitei, e nós duas vamos vingar a morte dela agora, voc~es vão pagar caro pelo que fizeream!

Disse Nakasaka.

-Alarme! Perigo! Às armas, depressa !Gritou Minoko, e todas sereuniam, com as crianças no meio do círculo.

-Cuidado, elas são muito perigosas ! Disse Fushiko.

Agora era a hora da verdade! Elas estavam cara a cara com as duas bruxas ferozes e poderosas, sedentas de vingança!

Será que nossas garotas vão conseguir vencer?

Não perca, no próximo episódio!

(Por continuar)

O Espelho da Verdade-Episódio 37

Episódio 37

-Cuidado com os pés, gente, isto aqui está muito perigoso!

-Precisa falar o óbvio, ainda mais numa situação destas, Namya?

-Eh, mas este contorno da montanha não acaba nunca!Só estou avisando,Fushiko!

-Concentrem-se,se quiserem sair daqui vivas!

-A Minoko ,sempre sériaaaaa.....

Kareni escorregou e soltou um grito.Agora ela estava se segurando num galho,queestava se soltando da parede de terra.

Minoko no entanto, mal se equilibrando, se encurvou, segurando seu braço.As duas poderiam cair a qualquer momento.Só que Minoko não ia aguentar segurá-la por muito tempo, e muito menos Kareni.Nada estava seguro por ali, e o equilíbrio era por demais precário.

Enquanto isto Kurumi ia a todo o galope, e chegara na montanha que elas estavam atravessando.Tão encharcada como elas, conseguiu ver,apesar da tempestade,as garotas e as crianças em perigo.Ela amarrou uma longa e forte corda que trazia consigo, amarrou no pescoço do seu cavalo, chegou o mais perto que pôde delas e tentou chamá-las.Mas os trovões não permitiam que elas a escutassem.

Uma a uma, as garotas foram tentando puxar as duas de volta, mas a chuva piorou, e parecia que o caminho se desfazia por debaixo de seus pés.

-Minoko! Fushiko!Chitose!Namya!Aqui, peguem esta cora, depressa!

Finalmente elas conseguiram ouvir Kurumi,mas logo depois,todos escorregaram, e uma a uma as garotas foram caindo e as crianças também.

Mas elas viram a corda, e a alcançaram, e se seguraram como puderam.

-Vamos, para trás! Para trás!

Disse Kurumi para seu cavalo, cutucando-o para que ele desse marcha a ré e as puxasse dali.

Mas todas as garotas e ainda as crianças, todos encharcados,eram um pêso considerável, e as patas do cavalo derrapavam no terreno escorregadio,ainda assim ,puxando-as para cima com dificuldade.

Kabuuuuuuum!

Outro gigantesco trovão e um raio que caiu pertinho assustou o cavalo, que empinou e quase perdeu o equilíbrio.

-Aaaaaah! Gritaram todos,achando que iriam cair.Na verdade, todos tinham as mãos esfoladas pela rudeza da corda, e não iriam se aguentar por muito tempo.

Kurumi não perdeu tempo, montou no cavalo, o manobrou para que ele ficasse de costas  para o precipício e chutou as costelas do cavalo com força, que respondeu com um puxão vigoroso.Finalmente eles foram puxados para a segurança do solo firme.

Só então a tempestade começou a aminar, e quando eles recuperaram o fôlego, a chuva finalmente parou e o céu começo a se abrir.

-Quem foi que nos salvou, que eu nem vi?Eu ouvi uma voz, e vi uma corda...

-Fui eu,Minoko.

-Eeeee?Kurumi?O que você está fazendo aqui?Não era para você estar salvando Kyoto?

-Kyoto foi ocupada pelo Exército Imperial, e o Xogum morreu.Aliás, todos os samurais do Castelo morreram lutando.Eu fui a única sobrevivente.Deixe-me te ajudar a se levantar,Minoko-san.

-Eu não preciso de sua ajuda.E que negócio é este de me chamar de amiga?

-Já precisou, eu te salvei, não lembra.Se não fosse por mim , você estaria morta agora !

-Gente, a estrada desapareceu!

Foi então, que alertados pelas palavras de Namya, eles viram que uma avalanche de lama e pedras destruiu o caminho completamente.Poderia ter levado a elas.

-Cuidado!Gritou Karemi, assustada:uma pedra gigantesca rolou barranco abaixo!

Todos saíram correndo, mas a pedra atingiu o cavalo em cheio, partindo-o em dois e levando-o ao fundo do absimo.

-Ah, esta é boa, agora ficamos sem cavalo também! Estamos imundas, eu fiz as coisas na roupa, estou num mau-cheiro insuportável,e agora mais esta! O que mais nos falta acontecer?

-Está mesmo,Tia Fushiko, que horror! Disse Rei, tampando o nariz.

-Temos que arranjar um jeito de contornar esta montanha.

-Mas como, Minoko?

-Huum, não sei, talvez com minha magia,Chitose.

-Mas e se seus raios provocarem uma avalanche?Estaremos mortas !

-É um risco que temos de correr, Karemi.

-Você tem poderes mágicos?

-Sim, ela tem, quando lutou com a bruxa! Disse Fushiko, que contou todos os últimos acontecimentos para a lanceira.

-Então, é o jeito, Minoko.Logo vai escurecer, e precisamos sair logo daqui.Aliás, vocês todos, não estão esquecendo alguma coisa?

Todas se perfilaram diante de Kurumi, e Namya forçou Minoko a ficar ao lado dela.Todas se abaixaram, para agradecer.Mas a teimosa e irasível Minoko teve de ter as costas empurradas para se inclinar,pois ela não queria agradecer coisa alguma.

-Obrigada por salvar as nossa vidas !

Foi a voz que se ouviu em uníssono.

-Bom, então, vamos embora daqui, gente.Agora está tudo nas mãos de Minoko.

-É isto mesmo, toda a força nos seus raios, amiga, capricha !

-É, até parece que é fácil assim, não é?Disse Minoko, chateada.

Ela se concentrou profundamente, e logo os raios começaram a emanar das mão dela.Ela então apontou as duas mãos espalmadas, com os braços esticados para o barranco e acumulou bastante energia e soltou tudo de uma vez.

Uma verdadeira explosão aconteceu, atingindo o barranco em cheio, e um buraco de uns quatro metros de extensão foi feito.Não era o suficiente.Minoko foi soltando raios, um atrás do outro, com pequenos intervalos de tempo para se concentrar e acumular energia, e aos poucos um túnel precário foi se formando.Depois de meia hora e muitos raios depois,conseguiram ver finalmente o outro lado da montanha no fim do túnel, que tinha uns vinte metros de comprimento.De fato, aquela montanha não era das maiores no diâmetro, naquela altura.Exausta, com suaenergia práticamente exaurida,Minoko desmaiou, amparada por Chitose, que mal estava aguentando com seu pêso.

-Ih, ela precisa emagrecer!

-Deixa ela escutar isto,CHitose!

-Tudo bem, Fushiko, não precisa ajudar. Deixem que eu a carrego nas costas sózinha, Ela só está cansada.Vamos embora logo!

-Vamos embora, Kurumi!Venham, crianças, vamos correr!

Disse Namya.E todos correram pelo corredor aberto e chegaram em segurança do outro lado.Segundos depois, avalanches de terra,pedra e lama fecharam o túnel novamente dos dois lados.

Então puderam seguir caminho.Agora a subida começava a ficar cada vez mais íngrime, no caminho tortuoso, difícil e cansativo por entre as montanhas.

-Ah, nunca vi uma subida tão difícil na minha vida!Ai, o meu cabelo está horrível,o barro está secando na roupa e está tudo grudando, eu estou horrível,horrorosa !

-Pára de reclamar, Fushiko, por favor, as coisas já estão difíceis sem reclamar, imagine reclamando !

-Mas é verdade, Namya!

-Ai, ela não vai acordar não, não estou mais aguentândo carregá-la nas costas está pesada !

-Vamos acordá-la então,Kurumi.

-Ai, que fome... e não tem nada para comer,Chitoseee...

-Pára, não pensa nisto agora, Fushiko, õ,sua fresca!

Chitose ajudou Kurumi a tirar  das costas de Kurumi e simplesmente a deixaram cair no chão.Com o impacto, ela acordou.

-Ei, olha ali! Tem uma lagoa ali!

-É mesmo, Rei, o buraco se encheu de água com a chuva e formou uma lagoa, e a água está quentinha !

-Então, vamos nos banhar !Disse a menininha, puxando Juuchi pelo braço com fôrça.

A lagoa, com mais ou menos uns oito metros de diâmetros e um metro de profundidade, era mais que suficiente para acomodar a todos lá.

-Tira a roupa, Juuchi-kun, tira logo, vamos nadar !

-Não,Rei-kun, eu tenho vergonha! Depois meninos não podem tomar banho com mulheres na mesma banheira.

-Com a mãe pode, vem, filho, vem para cá e senta no meu colo.

Juuchi estava vermelho de vergonha, mas obedeceu a mãe, que o abraçou por trás com carinho.Minoko fêz a mesma coisa com Rei.

Todas as garotas já tinham tirado suas roupas e relaxavam tranquilamente na lagoa.

Mas dali há pouco seus estômagos começaram a roncar.

Todos reclamaram de fome.Foi quando viram, caminhando pela estrada nas montanhas, um bando de macacos.

-Comida !Disse Kurumi.

-Não pode, os macacos são sagrados!

-Dane-se, Namya, agora não são mais sagrados, são comida mesmo!

-Ai, que nojo,Chitose,comer carne de macaco!

-Se você prefere morrer de fome, e não quiser comer, problema seu, Fushiko!

Chitose e Kurumi levantaram-se da lagoa, ainda nuas, pegaram suas armas e foram correr atrás dos macacos.A potaria infalível de Chitose e suas flexas e de Kurumi com sua lança garantiu meia dúzia  de macacos mortos para o jantar.

Kareni e Namya então cataram o que puderam de lenha, que acharam nas redondezas com a ajuda das crianças, e um pequeno raio de Minoko foi o suficiente para acender o fogo.Ela, no entanto ainda estava tão exaurida que até uma pequena fagulha já era um grande esfôrço.

Logo tinham macaco assado para jantar, e montaram acampamento ali mesmo.Todos  comeram e dormiram sem roupas, pois Kogyo  e Kareni lavaram todas as roupas, com excessão das de Fushiko que foi obrigada na marra a lavar suas próprias roupas, que estavam nojentas, e juntaram-se todas para se aquecer uma com o calor do corpo da outra.As crianças dormiram abraçadas por suas respectivas mães, deitadas de costas para elas.

Agora era noite, e tudo estava em paz. Por enquanto.Mas novos perigos aguardavam por nossas heroínas e suas crianças,e a guerra estava por todo lado.

Conseguirão elas chegar aoseu objetivo?

A fama delas agora percorria o Japão, e , embora elas não fossem mais procuradas como criminosas,outros Xoguns que ainda não tinham caído viam nelas a esperança de resistir,e queriam pegá-las para si, nem que fosse à força.

Sem falar que a Bruxa que transformou Narumeshi em Minoko no início de nossa jornada, agora descobrira o fim trágico de sua neta e clamava por vingança!

Então, não percam, muitas novas aventuras e emoções  os(as) esperam no próximo episódio!

(Por continuar)