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quinta-feira, 7 de abril de 2011

O Espelho da Verdade Volume 2-Episódio 133




Episódio 133


Enquanto a reunião começava na Hospedaria, em um santuário do outro lado da cidade,um grande grupo de Monges budistas se reunia.Mas não eram monges quaisquer;eram de uma seita secreta,e eram monges guerreiros.Eles eram todos discípulos de seu chefe, um Grande Mestre na arte marcial da luta com foices.
Ele ensinara a eles como usar tanto a foice de cabo, como a foice dupla, na verdade duas pequenas foices unidas por uma corrente, como um tchaco, mas muito mais letal.Esta seita era famosa e muito temida, e eles estavam reunidos ali por um motivo bem especial:
-Estamos hoje aqui reunidos para um importante assunto:temos uma grande missão,gloriosa e honrada,que é a de exterminar as Sete Incríveis!
Como sabem,elas são lideradas pelo filho do nosso odioso inimigo Osamu Nagyo,Narumeshi Nagyo.E quem é aliado dos nossos inimigos também merece morrer igualmente!Por isto foi muito bom termos sequestrado a filha dos Nagyo,Susumi.Ela será nossa isca para atrair nossos inimigos!Eu,Shuichi Harada,declaro todos vocês, meus discípulos,prontos para a batalha!Embora a fama das Sete Incríveis percorra todo o Japão, nós os derrotaremos !Somos trinta e seis contra treze, então não há o que temer!Agora, vinde a mim um voluntário, para uma pequena , mas crucial missão!
-Sim, senhor,Shuichi-sensei!
-Muito bom, Tadao-san, acho que você é mesmo o homem talhado para esta missão!
Quero que vá até a Hospedaria Arata, onde nossos informantes dissseram que as Sete Incríveis estão agora, e entregue, em mãos, ao odioso Narumeshi esta mensagem.Não dê qualquer informação.Tudo o que ele precisa saber já está na carta.Depois volte para cá com a resposta dele.Tragam a garota Nagyo!
Os monges a buscaram. Ela estava competamente nua, amarrada e amordaçada.Shuichi usou de uma adaga, e cortou fios de cabelo dela, fazendo uma mecha, e colocou junto da carta.
-Muito bem, se ele pedir provas, esta é a prova.
-Muito honrado em aceitar a missão que me confias tão gentilmente, Sensei!
-ótimo, então vá! Agora.E levem a menina para a minha cama, vou me divertir com ela mais uma vez!
Desde que foi raptada, na sua vila natal, a irmã de Narumeshi vinha sendo contínuamente estuprada e violentada por Shuichi,tendo sido obrigada a se transformar em escrava sexual dele e dos outros monges,passando pelas piores humilhações.
Tadao partiu, a cavalo,galopando o mais rápido que podia.
Neste meio tempo, na Hospedaria:
-Muito bem, agora que todos estão a par da situação,sabem que Narumeshi e Minoko tem sob sua responsabilidade três adolescentes para cuidar:Rei, Nanase  e Nanami, e que Rei também tem de cuidar de Ayako, então, em tese, era para formar em uma família com três filhas e uma neta.Sem falar em Juuchi, que é comprometido com Rei.Mas como Juuchi ainda está sob os cuidados de Kareni,não precisam cuidar dele, apenas admiti-lo na família.Porém há uma disputa romântica em jogo, já que Nanase e Nanami querem viver maritalmente com Narumeshi, embora sejam filhas adotivas dele.Então, como isto destruiria a família,precisamos todos chegar num acordo e saber quem fica com quem.
Disse Namya.
-Alguém vai precisar abrir mão de alguém.Pois se admitirmos a possibilidade de Narumeshi ter três esposas, estaremos admitindo que se forme um harém aqui.E eu não acho isto certo.
-Eu também acho,Kogyo.Mas quando Juuchi ficou com Rei e Aika ao mesmo tempo, admitimos um harém.
-Sim,Mira, mas é diferente, pois agora não estamos falando de um harém comum, estamos falando de um harém incestuoso.Isto significaria darmos permissão oficial para Rei fazer amor com Narumeshi,o que também não acho correto.
-Pois é, Kurumi.Aí é que está o problema:as gêmeas não querem abrir mão de Narumeshi!
-Bom,então acho que o próprio Narumeshi deve decidir quem ele quer para  esposa,Fushiko.Tem de escolher uma das três.Ou uma, ou outra, ou outra.Não pode ter duas, nem três.Apenas uma.
-Você está certa, Namya!E por ser pai delas, deveria utilizar a autoridade de pai que ele tem, para colocar as filhas no seu lugar, de filhas, não de amantes.
-Isto quem tem que decidir é o Narumeshi,Chitose.Aí você está tentando influenciá-lo com suas próprias idéias.
Respondeu Namya.
-Então vamos, quem você irá escolher para sua esposa?Escolha agora!
O tom de voz imperioso e enraivecido de Minoko fez Narumeshi tremer de nervoso de novo.Ele também temia perder as gêmeas se escolhesse Minoko.Ele estava sob intensa pressão!
Mas a idéia de Namya foi genial, pois colocou uma gêmea contra a outra e as duas se olhavam com ódio.
Só que todas as atenções estavam focadas em Narumeshi, e suas pretendentes todas estavam nervosas e ansiosas pela resposta que ele iria dar.
Ele pensou profundamente, observado por muitos olhos femininos, todos aflitos.Só Juuchu bocejava de tédio-ele não estava interessado em sabem quem iria ficar com quem.
-Eu...
Todas as mulheres voltaram suas cabeças para Narumeshi, que ainda gaguejava de nervoso:
-Eu..eu...
-Fala logo, anda! Quem nos matar de nervosas?Gritaram as gêmeas.
-E´que...eu...eu tenho uma condição!
Todas quase capotaram de surprêsa!
-Não enrola, desenbucha de uma vez,pombas ! Disse Fushiko, irritada.
-Se a Minoko me perdoar e me aceitar de volta, eu escolho à ela !
Súbitamente de nervosa e irritada, já trêmula de  tanto suspense, Minoko soltou um alto e profundo suspiro de alívio,e seu rosto rápidamente se iluminou num sorriso de orelha a orelha !
Ela o agarrou e deu um beijo na boca dele daqueles de desentupir pia!
-Mais um pouco levava os dentes dele junto...
Exclamou Fushiko,mas ninguém ligou para o comentário jocoso dela.
As gêmeas, entretanto, ficaram revoltadas, viraram suas costas e começaram a chorar,abraçadas uma na outra.
-Muito bem, a festa termina aqui.Agora sou oficialmente a mãe adotiva de vocês duas e as aceito em meu coração como filhas,além da Rei, que já era minha filha, claro.Rei, você aceita à elas como suas irmãs, daqui por diante?
Disse Minoko, enxugando as lágrimas de felicidade .
-Sim, mamãe, eu as aceito de coração.Para mim, daqui por diante serão Nanase-nee-chan e Nanami-nee-chan!
-Quem é você, sua arrogante , para nos aceitar?E você, sua piveta, se nos chamar de onee-chan, vai apanhar !
Gritou, revoltada, Nanase.
-Xiii, isto não vai dar certo...
-É, Fushiko, na verdade, acho que piorou mais ainda!
Disse Chitose.
-Eba! Agora ganhei duas tias !Tia Nanase e Tia Nanami!
Gritou Ayako, feliz da vida, abraçando as gêmeas, com tanta força que elas quase se beijaram!
-Agora escutem bem, as duas ! Não quero um pio de revolta, nem brigas aqui, entenderam?
-Papai, eu não...
-Não tem mas, não tem não!Ou vocês aceitam ou vocês aceitam e acabou ! Não tem escolha!E amanhã, eu e a mãe de vocês vamos nos casar, e aí estará tudo oficial!
-Ahaaam, com licença...tenho uma mensagem para o Senhor Narumeshi.
Era Tadao, que tinha acabado de chegar.
-Pois não, sou eu!Deixe-me ver....o queeeeê?A Susumi foi raptada?Gente, minha irmãzinha foi raptada pelos Monges Guerreiros Foiceiros !

Será que as gêmeas vão realmente aceitar a nova situação?
Esta nova família vai dar certo?
Conseguirá nossa heróica trupe resgatar Susumi?
Vencerão os formidáveis Monges Guerreiros?
As respostas serão dadas no próximo episódio-não percam!

(Por continuar)

Série Especial: Autômato-Capítulo 1




Capítulo Um

 

 

 

E toda a escuridão revelou - se , aos poucos , menos completa, e o Autômato gemia.
Jogado em um canto, seu rosto envelhecido como sempre não tinha semblante, portanto, nenhuma expressão. Ela estava toda em seus olhos, ou melhor, em seu único olho ,o esquerdo. Não tinha boca e seu nariz era uma excrescência em sua face.
Olhava para o lugar em que deveriam estar suas pernas , ainda as sentia  ; como se não tivessem sido brutalmente arrancadas pelo tão temido Criador.
E o Autômato era apenas uma de suas muitas criaturas que habitavam aquele ambiente estranho.
Tudo ali naquela construção era de mármore e granito , sem qualquer acabamento. Pequenas fendas muito altas e estreitas deixavam entrar algum ar , mas quase nenhuma luz.
Não havia dia nem noite , o ambiente era sempre o mesmo , naquele gigantesco labirinto. E as paredes continham gavetas imensas, arranjadas tais como um mausoléu. O frio imperava pela penumbra.
Auto , o autômato , esperava ‘a uma eternidade pelo Criador.
Teve suas pernas amputadas , ignorando a razão deste ato.
Nunca se podia prever quando seria a nova visita do Criador, nunca foi visitado com regularidade por seu amo , inclusive Auto podia esperar qualquer coisa dele.
Mas ele não esperava. Sua mente era vazia. Parecia existir por existir, tamanha sua apatia e alienação. Mas sentia profundo medo quando ele chegava, a visita poderia ser boa ou ruim , geralmente ruim. Podia , naquele silencio dominante, ouvir outras gavetas sendo abertas de vez em quando , sentindo o pavor e a dor das outras criaturas , que também eram tão silenciosas quanto ele, mas dentro de sua cabeça mecânica , pareciam serem sentidas como gritos terríveis de agonia , causando - lhe dor também. Era quando seu único olho girava em torno de seu próprio eixo, passando ‘a ver dentro de si mesmo. E seja lá o que visse, o apavorava mais ainda.
Não se sentia só , sequer sabia portanto o que viria ‘a ser solidão. Ele não tinha consciência de que sentia , suas emoções passavam por ele, sem que ele soubesse o que eram - não era tranqüilo, era apático mesmo.

O Criador, um mistério : origem ignorada, existência questionável, identidade obscura. Era imenso, e seu corpanzil negro e magro, muito alto e esbelto, balançava e gingava ‘a cada passo. Silencioso, inexpressivo como o autômato , sua pele parecia feita de macio couro natural, com costuras aparentes. Seus olhos sem pálpebras, grandes e salientes, eram cinzentos e frios como o cimento. Sua cabeça não tinha boca. Mas tinha uma tampa na altura da nuca, sempre fechada. Sem falar que não haviam orelhas, sabe-se lá  por onde ouvia, se e que o fazia. Nariz não tinha, mas sobrancelhas sim. Sem sinal de cabelos.
Suas mãos eram muito longas, com dedos idem , muito finos . Mas os pés , só tinham a palma, sem dedos .
O Criador movia-se silenciosamente, era mudo, discreto, sem sinais aparentes de ferocidade. Mas sua característica principal era uma imprevisibilidade calma e cruel, seus atos, todos ele inexplicáveis e sem fundamento. Ninguém, criatura alguma naquele ambiente, pensava. Sem lógica.
O Caos ? Não, por decerto. Tudo ali era ordenado ,organizado e coerente. Também não era contraditório ou paradoxal, apenas contrastante.
Mas Auto agora se arrastava, o atrito doloroso se fazia sentir desgastando seu corpo de casco espesso. A gaveta parecia não acabar nunca, como o tempo. Ele não precisava se alimentar ou beber, e como não tinha memória, desconhecia se nascera ali, vivera ali, e não tinha presenciado jamais qualquer outro ambiente.
Porque se arrastava, porque queria sair daquela gaveta, ignorava. Uma vontade apática e desmotivada o impulsionava lerdamente, reptando e olhando as lasquinhas do próprio corpo precipitarem-se ao solo.
Estacou repentinamente. Passos podiam ser ouvidos.
Passos macios e abafados. O Criador! Sim, era ele !
Auto, quando assustado, exibia um sinal externo de que pressentia o Criador : Era sua cabeça, que girava em torno de seu próprio eixo velozmente qual redemoinho.
0 Era exatamente o que fazia agora.
A gaveta toda tremeu. Algo de luz a penetrou. Uma figura algo vaga a bloqueou parcialmente. Uma mão negra o agarrou.
A pressão que Auto sentia o oprimia. Não que ele precisasse respirar - ele não precisava - mas a autoridade que tanta força lhe impunha o inferiorizava e lhe tolhia os movimentos, tirava-lhe a liberdade. Liberdade? Ele tinha alguma?

(Por continuar)