Foto ilustrativa

Foto ilustrativa

quarta-feira, 13 de abril de 2011

O Espelho da Verdade Volume 2-Episódio 136



Episódio 136



Já era próximo do meio dia quando a Senhora Arata chamou a todos para almoçar.
Minoko e Narumeshi sequer tinham tido ainda sua noite de núpcias, pois tinham bebido tanto que acabaram dormindo no salão mesmo e agora, com muita dor de cabeça, resolveram dormir a manhã toda, sem condições físicas para nada mais íntimo.
Porém, ninguém quis saber de almoçar, porque todos os adultos ainda estava mal do estõmago e da cabeça, e as crianças tinham comido tantos doces que nem fome tinham mais.Estômago pesado, também elas caíram no sono.
Já que ninguém acordou, Arata deixou para lá e almoçou apenas com seu filho Daisuke, que não quis participar da festa.
Só ao entardecer os adultos começaram a acordar, agora sim, morrendo de fome, e Arata preparou um belo jantar.
Convidados de honra, os recém casados estavam na cabeceira da mesa, e nos primeiros lugares estavam seus filhos:Rei, Nanase,Nanami e a neta Ayako.
O restante se distribuiu ao longo da mesa.
Todos estavam muito alegres e animados, conversando, contando piadas, até que um rapaz chegou na cozinha e puxou conversa com a Senhora Arata.
-Pois não, Kazu-chan?
-Senhora Arata, eu...eu queria lhe pedir um favor...
-Pois não, pode falar, garoto!
-A... a senhora sabe que eu trabalho aqui na Hospedaria faz tempo e, desde que eles chegaram aqui, eu vi uma linda moça que, assim que vi, eu...eu...
-Você se apaixonou por ela,não é isto?Ah, que gracinha!Por favor, me aponte discretamente qual delas é!
-A...aquela ali, miudinha, magrinha, com kimono curto de samurai, de cabelos curtos pintados de cor de rosa...
-Ah, Kin-san! Então você gostou dela !Boa escolha!
-Obrigado, Senhora Arata...a senhora poderia por favor...
-Te apresentar para ela?Mas claro, querido! É para  já!
Arata foi até Kin e sussurrou alguma coisa no ouvido dela, e ela se levantou, meio contrariada, sem muita vontade.
O rapaz estava esperando na sala.
-Kin-san, este é o Kazuhiro.Ele trabalha aqui comigo, e o pai dele é um comerciante de bom renome na cidade, fornecedor de arroz para mim.O Kazu-san, como eu o chamo, tem um assunto que ele gostaria de tratar com você, então, se me dão licença, vou voltar para a cozinha.
Kin estava de mau humor. Ela já meio que adivinhava o que o rapaz ia dizer.Na verdade a postura de Kazuhiro já o denunciava:cabeça baixa, envergonhado,sem jeito.
-Senhorita Kin...
-Ah, já sei...você gosta de mim, está apaixonado por mim, quer namorar comigo...ah, é sempre assim, eu sempre arrebato corações, eu realmente sou o máximo! Não é isto?
Kin era o convencimento em pessoae sua pose era a mais arrogante possível, o que fez o rapazola tremer feito vara verde e engolir em sêco, prevendo uma recusa insensível.
-Ahn,é...é...senhorita Kin, eu...eu posso ser seu amigo?
Kin quase caiu para trás!
Por esta ela não esperava!
-Eeeeeee?Amigo?Que conversa é esta, você está fazendo gozação com a minha cara,Kazuhiro?
-Não, não, não é isto, senhorita!
Disse Kazuhiro, amedrontado pelo olhar furioso de Kin, cuja mão estava encrispada no cabo da espada.
-Pare de me chamar senhorita, pode me chamar de Kin-san!Como ousa, moleque, me mandar chamar para me pedir em amizade?
-É que...desculpe, Kin-san, é que...eu...eu..
O rapaz começou a gaguejar, lutando para vencer a extrema timidez:
-É que eu me apaixonei por você, mas não sou digno de você, então, como tenho a certeza de que você me recusaria, resolvi pedir a sua amizade!
-Se você fala com tanta convicção, e tem tanto medo de mim, realmente só posso chegar à conclusão  de que você não é mesmo digno de mim.Aliás, nem mesmo de minha amizade.Eu vou ser bem franca com você e quero que preste muita atenção no que vou te falar: ainda bem que não me pediu em namoro mesmo, porque eu iria mesmo recusá-lo e sendo assim, também a sua amizade eu recuso.Desapareça e nunca mais fique na minha frente, entendeu?
Os olhos de Kazuhiro se encheram de lágrimas.Ele , com a voz embargada,e com enorme esforço, ainda respondeu:
-Posso ao menos sonhar com você, por favor, eu te imploro...te suplico...
Arata, que observava tudo de longe, se comoveu: os sentimentos do garoto eram genuínos e sinceros e o que Kin estava fazendo com ele era de fato muito cruel!
-Está bem, está bem, pode, eu não tenho como controlar os sonhos de ninguém, vá embora logo que já estou irritada!
Chorando copiosamente, Kazuhiro saiu correndo pela rua, tendo sido rejeitado , mesmo após se humilhar para sua amada.
Kin, como se nada tivesse acontecido, voltou para a mesa.
-O que aconteceu, Kin?Quem era o rapazinho?
Perguntou a curiosa Fushiko.
Com seu jeitão arrogante e convencido, Ki contou o acontecido a todos.
Namya ficou revoltada:
-Kin, isto não se faz ! Você foi longe demais! Coitado do menino! Eu só posso supor que os sentimentos dele para com você sejam sinceros, então você deveria ter alguma consideração por ele e dado uma resposta mais educada!
-Eu não!Eu gosto de homens fortes, decididos, não um fracote tímido que não tem nem coragem para se declarar para mim! Ele teve o que merecia! Depois, eu não gosto dele, não senti nada por ele, por que teria de aceitá-lo?
-Você não é obrigada a aceitá-lo, mas também não precisa pisar nele desta maneira! Não se brinca com os sentimentos dos outros ! Kin, olha , eu fiquei horrorizada! Nunca esperava que você fosse tão insensível deste jeito!
-É sim, Kin! A Mira tem toda a razão!Você deveria ao menos ter dó do garoto!
-Ah, Chitose, eu, heim?Ninguém fica com ninguém por pena, não!
-Não se trata de ficar com ele por pena, Kin.É uma questão de respeito.Isto é o que estamos querendo dizer para você, você o humilhou!
Disse Minoko, também penalizada.
-Gente, posso entrar na conversa?
Disse a Senhora Arata.
-Claro, pode falar, Arata-dono!
-Obrigada, Narumeshi-san.Olha, eu conheço o Kazu-chna desde criancinha.Ele sempre trabalhou comigo e o pai dele é um comerciante, fornecedor e amigo meu.O Kazu-chan perdeu a mãe há menos de um ano, e pior, todas as meninas que ele gostou na vida e pediu em namoro o recusaram.Ele está agora com dezenove anos, mas nunca, nunca consegui namorar a ninguém, coitadinho, porque sempre foi muito tímido desde criança.Eu acho que a Kin-san foi dura demais com ele, e poderia ter ficado pelo menos amiga do menino!
Todos , menos Kin, concordaram com ela.
-Ah, querem saber?Estou cansada de ficar um monte de gente se intrometendo na minha vida ! Eu, heim?Vou lá fora treinar minha esgrima!
Kin, ao se pronunciar estava extremamente estressada!
Mas Mira não se conformava:
-Ah, você quer fugir dos problemas ao invés de enfrentá-los?Tudo bem! Mas eu vou atrás dele agora mesmo e vou conversar com ele para reparar o mal que você fez!
-Vá, Mira, vá!Aproveita e fica com ele, beije ele, faz amor com ele de uma vez, vê se namora e me deixa em paz, certo?
-Kin, sua baixinha petulante !Seus comentários não merecem nem resposta !
-Vai logo, estaca de varapau !De que adianta ser alta se não tem miolos?
-Melhor do que não ter sentimentos, coração de gêlo!
Respondeu Mira, saindo correndo.
Demorou, mas ela finalmente alcançou o rapaz:
-Ei, espere, espere um pouco!Preciso falar com você!
Mira agora ofegava, com os seios subindo e descendo com a respiração.
Kazuhro nem respondeu nada.Sentou-se no chão, continuando a chorar.
Mira o puxou pelas mãos e o fez levantar, e o abraço forte, mas com ternura.
-Por favor, não chore , não fique assim.Olha, meu nome é Mira, posso ser sua amiga?Eu quero te ajudar a conquistar a Kin!
-O...obrigado,senhorita Mira!
-Me chame de Mira-san! Ora, agora que te vejo mais de peto, eu me lembro de você-eu sou filha da Arata, lembra?É que me casei, fiquei um tempo longe, depois fiquei viúva, entrei para a trupe, ih, é uma longa estória!
-Eu me lembro de você, Mira-san...
-Pois é, então!Você não cresceu muito,parece ter uns onze anos...
-Pois é, eu...eu sou baixinho mesmo, sempre fui, por isto que ninguém nunca gostou de mim!
-Ah, aí é que você está errado, Kazu-san! A Kin gosta de homens fortes, decididos,  e você é mito tímido,não pode, você fica parecendo inseguro, indeciso...assim fica difícil mesmo!Olha, levanta a cabeça, puxe os ombros para trás de para cima, empine a espinha, isto, assim está muito melhor!Você precisa por sua voz para fora, e falar alto.Diga para mim o seguinte:
Mira sussurou no ouvido dele, que corou de vergonha!
-Mas,mas , se eu disser isto para você, vai, vai parecer...
-É só um treinamento, seu bobo, eu estou te ensinando a conquistar à ela, lembra, vai, fala, do jeito que te ensinei, olhando nos olhos:
-Eu te amo, Kin-san! Quer namorar comigo?
-Isto, isto mesmo, asim que se fala, que ótimo!Olha, amanhã a gente se encontra aqui novamente para treinar mais, entendeu?Combinado?
-Combinado!
-Não se preocupe, viu?Com a minha ajuda voçê vai conseguir a sua amada!
Mira disse, piscando um olho para ele, depois dando-lhe um beijinho no rosot, o que o deixou vermelho de vergonha de novo!
E ela voltou para a Hospedaria.
Naquela tarde, Kazuhiro ficou contente e seus olhos brilharam.Ele agora estava confiante, com esperanças de conquistar Kin com a ajuda da nova amiga.
Mas enquanto Mira voltava para a Hospedaria, seu coração doía.Ao beijar o garoto no rosto, seu coração balançou, e ela começou a se perguntar a si mesma, se ela estava fazendo o certo ajudando o rapaz a conquistar Kin.Ela sentira, naquele contato de pele, e no abraço, uma grande afinidade com ele, e começava a pensar nele com sentimento, e a pergunta em sua mente que não queria calar era:
Será que ela estava se apaixonando por Kazuhiro?
No fundo do seu coração, aquela confissão de amor e pedido de namoro de treinamento, ela preferia, não, mais, queria ardentemente que fosse para ela, não para Kin...
Com quem Kazuhiro ficará?
Será que ele vai conquistar Kin, ou vai aceitar o amor de Mira?
A hora da noite de núpcias de Minoko e Narumeshi se aproximava, mas as g~emeas já planejavam aprontar mais uma!
Alguém obscuro, no entanto, queria matar Kin...quem será?
Resposts, no próximo episódio, não percam !

(Por continuar)

Série Especial: Autômato-último capítulo

 

 

 

Capítulo Sete

 

 

 

Um se arrastava, outro corria , ambos na mesma direção. Ambos com um aperto na garganta, ambos engolindo em seco, tentando expressar emoção. Ambos se aproximavam e o alvo era um só .
Auto agora tinha um terço do tamanho do Criador, e seu tronco distribuía fagulhas pelo atrito com o chão. Seus braços fortes o arrastavam com tremenda energia , e ao chegar ‘a sala, deu um salto vigoroso com eles para tentar alcançar suas pernas.
- AAAFTT !
Foi ‘agilmente apanhado em pleno ar.  Surpreso, ele se debatia desesperadamente e temia pelo pior. Auto e o Criador se entreolharam e levaram um susto : como estavam diferentes !
O Criador alcançou calmamente as pernas de Auto, ainda penduradas, mas já crescidas. Ele o colocou deitado na mesa, o prendeu, colocou as pernas tão ‘arduamente buscadas na mesa, apanhou os instrumentos   “ cirúrgicos “ . Auto regirava seu olho com pavor. Estaria perdido ?
Mas para seu espanto, a situação não era bem esta.
O Criador estava instalando suas pernas de volta. Por isto , estava abrindo seu abdome para fazer as novas ligações internas. Parecia conhecer cada detalhe interno seu.
Pronto. elas estavam de volta no lugar, se mexendo inclusive.
Auto podia senti-las, era uma sensação extraordinária , não podia se conter de contentamento. Ate que percebeu que o Criador ainda não o soltara das amarras. Isto o deixou preocupado.
Mais ainda quando a chave de fenda veio em direção de seu rosto !
Mas ela recuou. Ele colocou as mãos na nuca, e  retirou o que escondia. Auto não pode ver o que era, pois ele tampou seu olho, e colocou aquilo em um angulo cego em relação a ele, na mesa.
Ele fechou seu abdome, e começou a retirar outra tampa : seu rosto foi separado de sua cabeça. Auto notou que algum objeto foi colocado ali dentro. Seu rosto foi recolocado e afixado , e o que viu o deixou maravilhado.
Seu outro olho! Ele foi recolocado! Estava completo, afinal !
O Criador o desamarrou. Ficou de costas para ele. O autômato desceu da mesa. Estava alto! Alto como o Criador!
Tinha uma pele macia e alva, tateou todo seu corpo, como estava diferente!
Notou então que o próprio Criador também tinha mudado muito. A dimensão que tudo o que via tomava era incrível.
Ambos estavam felizes agora. O Criador se desvirou.
Olhos rasos, os dois se abraçaram. Agora era diferente. Criador e Criatura? Não , não mais. Agora eles não eram mais o Criador , e Auto, o autômato ; eram apenas....

HUMANOS !!!




Fim     

Cristiano Camargo