Foto ilustrativa

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quarta-feira, 25 de agosto de 2010

O Espelho da Verdade-Episódio 6


Episódio 6


Depois que o homem parou de gemer, Minoko continuou:
-Muito bem, quem é voce, o que faz aqui, trabalha para quem?
-Kinji Korokokawa, sou um emissário especial do Xogum ,um dos vassalos dele, trabalho para o governo. Estou em uma missão confidencial, não posso dizer qual.
-Eu vou arrancar esta coisa feia que você tem entre as pernas agora mesmo se não me contar tudo!
-Não, não, por favor! Eu jurei ao Xogum que não revelaria minha missão a ninguém, eu preciso continuar minha viagem para o Reino do Sul, por favor! Você não quer que ocorra uma guerra, quer?
-Porquê está aqui? Porquê estava nos observando?
-Eu fui assaltado por Ninjas do Reino do Sul, eles roubaram o documento secreto que eu estava levando ao Xogum do Sul, depois quiseram me matar, eu consegui fugir, e me refugiei na árvore, ai voces chegaram e tiraram suas roupas e...
-Quer dizer que voce já nos tinha visto desde o começo? Seu tarado!
-Não, foi sem querer, eu juro, eu olhei para baixo só para ver se os agentes já tinham ido embora! Aliás, eu, se fosse vocês, me trocava rapidinho, pois os Ninjas podem estar por perto, e eles são famosos por sua crueldade, inclusive por estuprar e matar mulheres...
-Tudo bem. Se você estiver nos enganando, eu te mato, desgraçado!
E Minoko rasgou um pedaco da roupa de Kinji, e fez uma venda, e cobriu os olhos dele. Mandou que ele se levantasse, e se sentasse embaixo de uma árvore. Tirou as cordas dos sapatos dele e amarrou seus bracos com força.
-Aguarde aí. Nem pense em tirar esta venda. Pronto, meninas, vamos nos trocar, agora está seguro.
Todas se trocaram, e então o desamarraram e tiraram a venda dele.
-Como você se chama, senhorita?
-Pode me chamar de Minoko, mas eu não sou senhorita.
-Você é muito bonita, Senhora Minoko!
-Muito menos Senhora! Está me chamando de velha, por acaso? Eu não sou mulher!
Kinji ficou atônito, não estava entendendo nada.
-Como assim? Eu a vi nua, você tem seios, e...
Splat! Minoko desferiu-lhe um soco certeiro  na boca do estômago que derrubou Kinji no chão!
-Mais respeito, ouviu? Eu não quero falar sobre estas coisas, tenho vergonha! Me chame só de Minoko-san, pronto!
-É que a Minoko, ela...
-Fushiko, não conte nada a ele! Ninguém fala nada, nada !
-Nossa, como voce está mal humorada , Minoko! Disse Kogyo.
Então, os latidos começaram a serem ouvidos ao longe
-Precisamos fugir !
-Tem razão, Kareni! Vamos, vamos andando! Disse Minoko, que num ato reflexo, sem pensar , nem perceber, agarrou a mão de Kinji, levando –o consigo.
Eles atravessaram o rio correndo, subiram o barranco, e continuaram correndo, até que viram uma clareira, a estrada já estava logo `a frente. Pararam para descansar, pois os latidos já não se ouviam mais.
-Aí, heim? Você gostou dele, heim, Minoko, estão de mãos dadas até agora!
Minoko corou de vergonha, como Kinji, e as mãos se soltaram.
-Parem com estes risinho, suas idiotas, eu não estou de mãos dadas com ninguém, não!
-Ih, você deixou seu futuro marido sem graça, Minoko!
-Pare, Fushiko! Você sabe que eu jamais  iria querer saber de homens...ih, escapou! Desculpe, Kinji.
Observando  primeiro a fúria, e depois a expressao de pena de Minoko, Kinji disse:
-Não tem problemas. Sabe, eu achei você linda! Sério!
-Kiiinji...
Minoko estava corada de vergonha e furiosa!
Mas não fora só Minoko que estava nervosa;
-Não estou gostando desta conversa,não!
-Calma, Kogyo, ele ainda não sabe da verdade...
Cochichou Fushiko no ouvido de Kogyo, acalmando-a.
Minoko sabia no entanto que alguma coisa ocorria em seu coração, algo que sentia, mas não queria sentir, e sentia vergonha de sentir, mas não conseguia resistir.Estava nervosa, inquieta. Mas logo foi tomada de sobressalto, quando Kinji pegou suas mãos, olhou para ela firme nos olhos e disse:
-Minoko, acho que eu estou me apaixonando por você! Eu te amo !
Com olhos arregalados, e uma expressão de horror e surprêsa, ela respondeu:
-Eeeeeeeee???Você não pode ! Não pode me amar! Não pode amar a outro homem!
Agora foi a vez de Kinji se espantar:
-Como? Mas voce é mulher! Eu vi!
Corada de vergonha, Minoko tapou a boca com as mãos-ela falara demais !
-Eu conto, já  que você foi boba de ter deixado escapar, eu conto! Kinji, na verdade Minoko se chama  Narumeshi, um rapaz que  humilhou uma bruxa, que para castiga-lo, o transformou em mulher, mas manteve a mente masculina.O feitiço não tem cura. E eu era a namorada dele, antes de ele ser transformado. Meu nome é Kogyo.
Ainda mais envergonhada, Minoko mostrou a ele o Espelho da verdade, e desta vez a imagem mostrada foi de Narumeshi.
Com sua fraqueza revelada, Minoko comecou a chorar, não conseguia resistir. Cada vez que via aquela imagem no espelho, ela chorava mais ainda!Em sua mente, Minoko chorava porque estava se apaixonando por Kinji,e Narumeshi chorava por não estar conseguindo ser mais forte que Minoko e impor sua vontade,e pela vergonha da situação que estava passando, sentindo-se humilhado.
Penalizado, Kinji disse:
-Por favor, me desculpe, me desculpe mesmo, eu não tinha como saber uma coisa destas...não fique triste, de qualquer forma quero ser seu amigo!
-Snif, snif, obrigada, Kinji. É muito bondoso de sua parte.
Respondeu Minoko,no entanto,aquela parte feminina da alma  estava cada vez mais se apaixonando e a bondade e compreensão de Kinji mexia cada vez mais forte com o coração dela!E ela se fortalecia, enquanto a parte masculina da alma se enfraquecia.
-Você tem uma grande habilidade com a espada, por que vocês não me ajudam a cumprir minha missão? Preciso recuperar aquele documento, achar aqueles ladrões, e ir ao Reino do Sul, voces não gostariam de ir comigo?
-Ah, eu não sei, Kinji...ah, meu nome é Fushiko, e estas são minhas amigas, Kareni e Namya. A Kogyo e a Minoko voce já conhece.
-Prazer em conhece-las! Mas por que e de quem vocês estao fugindo?
-Do povo da nossa aldeia, eles são preconceituosos, e não aceitam uma mulher  com mente masculina, e nem que ninguém a apoie, então estamos fugindo todas juntas. Eles puseram cães em nosso encalço!
-Que coisa, Kareni, fico triste em saber... então, que acham de vir comigo? Estarão seguras no Reino do Sul, lá ninguém as conhece!
-Olha, acho que não fica bem.Mas quem sabe a gente se reencontre?
-Tudo bem, Minoko-san! Alias, voce prefere que eu a trate como homem ou como mulher?
-Como mulher, mas com respeito. Não fica bem ser tratado como homem com este corpo feminino. Vamos pegar a estrada! Disse Minoko.
-Vamos ! Responderam todas as meninas, em unissono, bem animadas.
-Então é hora de me despedir de vocês.Boa sorte a vocês, espero reve-las em breve!
-Você não vai nos entregar, não é, Kinji-san?
-Jamais,Minoko-san.Fiquem tranquilas,nunca iria traí-las, não falarei de vocês para ninguém !
-Muito bom!Vamos, garotas!Sayonara, Kinji-san!
-Sayonara,Minoko-san !
E Kinji foi para um lado, e as meninas para o outro.
A estrada serpenteante e estreita se descortinou `a frente delas. Nestas altura, seus perseguidores perderam suas pistas, não as conseguindo mais encontrar.
Mas os perigos ainda não haviam terminado. Ao longo da estrada sempre haviam bandidos, salteadores, tarados, e todo tipo de escória possivel e imaginável.
Um pouco depois de eles terem começado a percorrer a estrada a pé, ouviu-se um tropel de cavalos a galope.
-Vem gente aí! Escondam-se todos atrás dos arbustos!
Disse Minoko.
Todas escondidas, viram passar um bando de batedores, sinal de que uma carruagem  com gente importante estava para passar a qualquer momento.
-Vamos parar esta comitiva e roubar-lhes os tesouros e cavalos, não podemos chegarmuito longe assim.
-Mas Minoko, nós não somos criminosas!
-Somos todas proscritas, já, Minoko. Além disto, precisamos de cavalos, demoraremos e cansaremos demais indo a pé. Eu tenho um chicote longo aqui comigo,vou laçar as pernas de um dos cavalos da carruagem com ele, e a carruagem sofrerá um acidente. Lá vem ela!
Shiiiiiiiiiiivuuuuupt!
O chicote estalou rápido como um raio e sua ponta se enlaçou numa das pernas de um dos quatro cavalos da carruagem, que desequilibrou-se, caiu e todos os outros caíram tambem, atropelados pela carruagem desgovernada, que capotou e rolou pela estrada, estrondosamente.
Os guardas ouviram o estrondo, pararam imediatamente e foram ver o que tinha acontecido.
-Vamos atacar! Disse Minoko, com sua espada katana em riste.
-Esperem !
-O que foi,Kareni?
-Os guardas estão voltando,Minoko!
-Vamos lutar, então, Fushiko!
-Não dá, só você está armada de espada.
-E daí? Temos este chicote também,Fushiko!Pode usar! Ele é uma arma, oras.
-E as outras? Eles são muitos, não vamos dar conta de todos sozinhas!
-Então vamos nos esconder e aprontar uma armadilha.Com a carruagem destruída, e os cavalos machucados, não poderão seguir em diante tao cedo.
-Boa idéia, Minoko. Mas como faremos a armadilha?
-Precisamos de uma isca, Fushiko. Alguém para atrair a atenção de soldado por soldado. Quem for a isca, seduzirá o soldado, e eu apareço e corto a cabeça dele fora .
-É perigoso, Minoko, você acha que todos os soldados vão cair no mesmo truque?
-Acho, Kareni, eles vão procurar pelo primeiro, e depois irão cair um por um na armadilha.
-Precisa ter cuidado, acho melhor pensarmos em outra coisa.
-Não esquente com isto, Kareni, eu sou mais hábil com a espada do que você pensa!
Será que a armadilha dará certo?Para onde irão nossas heroínas?
E Kinji, seguirá apaixonado por Minoko?Sua missão dará certo?

(Por continuar)