Foto ilustrativa

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terça-feira, 28 de setembro de 2010

O Espelho da Verdade-Episódio 40

Episódio 40:

Yeasu, o suserano que havia violentado Karemi há um bom tempo atrás, tinha acabao de enterrar seu irmão.Ele tivera muita sorte de escapar com vida da invasão do Exército Imperial em sua vila,mas seu irmão não tivera tanta sorte.Ele soubera da súltimas peripécias de nossa trupe, e lembrou-se de Karemi com carinho.Apesar da barbaridade cometida pelo efeito do excesso de álcool,o amor dele por ela ainda residia no seu coração.Mas a monstruosidade que ele fêz com ela tinha estragado suas chances com ela, e ele agora estava falido,fora do poder e sem qualquer objetivo na vida.Ele já fora samurai, já fora um bom espadachim, mas a idade e o sobrepêso de sua obesidade o impediam de ser um rounin errante naqueles dias incertos.
Mas se sua vida não tinha mais sentido, e se tinha feito o que fêz,e se achava, como achava, que seu arrependimento e o fato de tê-la ajudado a escapar não tinham sido o suficiente para se redimir do que fêz à ela, ele só via uma saída.Ele tomara sua decisão:de agora em diante ele viveria para reencontrar sua mada e ser morto por ela.
Sim, ele tinha de morrer,não valia mais à pena continuar vivendo, e sofrendo sua dor na alma por ter perdido tão grande amor,mas não podia morrer de qualquer jeito:ela tinha o direito divino e supremo de se vingar e ele tinha de ser morto apenas pelas mãos dela e mais ninguém, até que Karemi pudesse finalmente matá-lo, ele teria de continuar vivendo.Sabedor de que as garotas rumavam a pé para Gifu, roubou um cavalo, e segiu a galope no mesmo rumo.E sonhava em ter a espada de Karemi cravada em seu peito.
O mesmo sentimento, porém, não era compartilhado por outra pessoa, pelo contrário:
Outra vila, mais para a frente, eYuuri,filho de Seisaro,derrotado por Minoko bem antes, e morto,jurava diante do túmulo do pai, que vingaria sua morte.Seu ódio por Minoko e sua trupe era feroz.Também ele fora treinado por Seisaro, mas este depois o enviara para um Mestre ainda mais famoso e hábil, e também mais velho, com quem ficou anos, pois a ambição de seu pai era a de que ele fosse o maior espadachim do Japão desde os tempos de Musashi, vários séculos antes, o maior esgrimista japonês de todos os tempos.Sua habilidade e conhecimento da prática da espada era tanto que, no teste final, não se contentou em simplesmente derrotar um Grande Mestre-mas matá-lo a sangue frio em combate.
Sua sede de vingança parecia insaciável, e ao ganhar a estrada com seu cavalo,matava quem se interpusesse pelo seu caminho, e estava claro que ele tinha prazer em matar.Era arrogante, autoconfiante,presnuçoso ,vaidoso e exibido,extremamente exibido.Levava consigo todo o ouro que conseguiu roubar enquanto o seu Xogum era morto e derrotado, e covardemente deixou seus companheiros na mão, à mercê do Exército Imperial,e fugiu, não sem antes enterrar o pai e fazer seu juramento.Ele via tudo vermelho com seus olhos ferozes, e matar para ele era só um detalhe.O regime do Xogunato estava terminando, e a Era dos Samurais também, então ele não se importava mais com honra,queria sangue, matar, matar o máximo que pudesse, principalmente quem o humilhou, derrotando e matando seu pai de maneira tão terrível e degradante,fragorosamente estuprado por mulheres,o que o tronou motivo de piadas echacotas por onde andava, o que aumentava ainda mais a sua raiva.Era um Samurai decadente.
Enquanto isto nossa trupe já conseguia, finalmente avistar as luzes da cidade de Gifu, do alto das montanhas.Agora faltava pouco, e estavam todos animados.
-Minoko, será que agora que voc~e está mais poderosa, consegue fazer aparecer coisas?Podia fazer uma mágica e criar roupas para a pobre Rei-san, que pelada deste jeito está tremendo de frio enquanto dorme nas costas do Juuchi.
-Não sei,Kareni, posso tentar, mas eu não sou bruxa, não sei fazer encantamentos.Mas posso tentar.Juuchi, vamos parar um pouquinho, ponha a Rei no chão por favor.
-Sim, Tia Minoko!
-Vamos tentar então!
E Minoko concentrou-se, pensando em um lindo quimono infantil feminino azul para sua filha, e apontou sua mão para ela, ainda tonta e sonolenta.
-Vide a mi, ó Poder! Que se criem roupas para minha filha !
Nada.
Minoko começou a ficar com raiva.
-Ih, isto não vai dar certo...
-Fica quieta, Fushiko, deixa ela tentar!
-Ah, Chitose, mas ela só está nos atrazando, Gifu está tão perto!
-Fiquem quietas, vocês duas! Preciso me concentrar na mágica.Vai, poder, anda, quero roupas !
Agora sim um raio saiu de suas mãos.
Puft!
Apareceu um par de meias.
-Ai que droga ! Eu não disse meias, eu disse Kimono, poder imbecil,pombas !Que raiva !Aparece logo de vez!
E nada de aparecer mais nada.
-Vai ver que você ainda não está bem recarregada do seu poder, Minoko!
-Ah, é, Namya, vamos ver então!
E Minoko disparou um raio numa pedra grande no caminho, que se dividiu em duas.
-Respondida sua questão?
-Então você não está se concentrando direito, Minoko. Faz o seguinte,pegue ela no colo a abrace, deixe fluir seu amor por ela, acho que deve ser como seu poder de cura.
-Boa idéia, Namya.
Ao pegar Rei no colo, sua raiva se dissipou logo.Ela acariciou os cabelos da filha e lhe beijou as faces e a testa, e aí disse com amor:
-Minha lindinha, quero vestir você!E apontou umdedinho para o peito da menina.
Pluft!
Do nada apareceu um belo kimono azul infantil,e agora a menina estava vestida, e não tinha mais frio.Mas o calor aconchegante que a criança sentia no seu coração era maior do que a roupa e a acordou de vez:
-Oi, mamãe!
-Oi,meu amor, que bom que você acordou.
-Eu dormi muito, não é?
-Sim, e o Juuchi carregou você nas costas o tempo todo!
-Verade, mamãe?
-Verdade filha.
-E estas roupas, onde a senhora arranjou?
-Minha mágica, filhinha, cresceu e apareceu!
-Que incrível, mãe! São lindas, obrigada! Pode me por no chão, por favor?
Minoko a colocou de volta no chão.
Rei se dirigiu a Juuchi, e lhe deu um selinho na boca com carinho, para depois dizer:
-Você é um amor ! Obrigada!
Juuchi corou de vergonha, e se encolheu todo.
Todas caíram na risada !
-Vamos, vamos,agora falta pouco, e estou doida para cair num futon macio e dormir até amanhã, estou pregada!
Seguindo a ordem de Minoko, todos seguiram viagem, e dali há algumas horas já estavam na entrada da cidade.
Os lampiões de gás iluminavam a cidade, e as garotas começaram a notar que as poucas pessoas  na rua ficavam olhando para elas,e cochichando entre si.
Dali há pouco uma voz se ouviu:
-Um grupo de mulheres viajando com duas crianças! São elas ! As Sete Incríveis!
Não se sabia de onde, mas uma verdadeira multidão surgiu e as cercou.
-Por favor, por favor, fiquem na minha estalagem!
-Não, fiquem na minha! É de graça!
-Não, a minha é maior!
Os estalajeiros as disputavam como clientes !
Elas ficavam olhando uma para a cara da outra, com cara de bobas, mal acreditando.
Mas Rei, sempre exibida, sacou sua espada e começou a fazer malabarismos com ela, demonstrando sua habilidade com orgulho.Agora era que a multidão tinha mesmo certeza que eram elas !
-Rei, pare com isto, é feio ficar se exibindo, filha.
-Ah, mãe, é tão divertido!
-Não, chega, filha.
Uma mulher apareceu do meio da multidão e arrastou Minoko consigo, e todos as seguiram.
-Ei, ei, onde vai com elas, Sae?
Disseram os populares.
-Para a minha pousada!
-Ei, ei, espere aí, espere aí!A multidão começou à falar e correr atrás de Sae e das meninas e crianças.
Num beco,ela conseguiu finalmente despistar a turba.
Dali há pouco chegavam na simpática pousada.

Mas lá no meio das montanhas, um homem a cavalo vinha com toda a pressa para a cidade:Yuuri estava chegando !

Será que Yuuri vai conseguir derrotar Minoko e suas amigas?
Será que Yeasu irá ser morto por Kareni?
Saiba no próximo episódio !

(Por continuar)