Episódio 81
O corpo de Kareni contorcia-se perigosamente em convulsões violentas.
Ela estava entre a vida e a morte, e mal respirava.Toda a superfície do corpo estava enegrecida e sua pele, pelo corpo todo parecia ter virado carvão.Os músculos cheiravam a um horrível churrasco humano vivo.,queimados até uma profundidade perigosa.
A dor era imensurável e tinha ultrapassado o limiar da perda de conciência.Ela revirava os olhos, mas os músculos da face, esturricados,estavam paralisados e as lágrimas secaram.
-Mãaaaaaaae!Acorda! Fala comigo, mãe!
-Espere, Aika, eu vou tentar salvá-la.Não toque nela, pois senão aumentará a dor dela ainda mais e ela pode não suportar!
Disse Minoko,colocando as mãos próximas e acima do corpo de Kareni.Sua aura se manifestou e ela canalizou todo o seu amor por sua amiga, para doar-lhe energia vital.
Uma aura apareceu envolvendo o corpo de Kareni.Minoko intensificou sua concentração e aumentou o máximo que pode o seu poder de cura.
Mas embora as faíscas e fagulhas elétricas tivessem finalmente cessado, desta vez Kareni não reagia.Minoko aumentou sua doação de energia vital e de ki até um nível perigoso à sua sobrevivência,com tremendo esfõrço, mas nada.As convulsões tinham melhorado um pouco, e as queimaduras nas estremidades do corpo melhoraram um pouco, mas foi só, e não conseguia passar disto.
Minoko lutava e lutava,sem sucesso e foi ficando desesperada!
Aika, vendo a falta de reação da mãe,entrou em pânico e ficou histérica.
Fuu teve de agarrá-la por trás para evitar que o descontrole piorasse.
Até que ela teve uma idéia:
-Tia Minoko,por favor, me ensine sua técnica de cura.Com o meu poder eu acho que consigo salvá-la!
-Mas Aika-san, você ainda não sabe controlar seu poder!
-É o único jeito!Não está vendo?Minha mãe está morrendo diante de meus olhos, eu tenho de tentar !
-Tudo bem, eu vou te ensinar, então.Eu não consigo mesmo...
Minoko ensinou a técnica dela em detalhes,mas rápidamente.
Aika então,ajoelhada ao lado da mãe, começou o processo.
Logo de cara dava para ver a diferença gigantesca na potência daquele poder de cura.E ,talvez mais importante, ela sondou a mente dela e descobriu que Kareni estava desistindo,se entregando à morte.Numa conversa mental, ela,depois de muita insistência,conseguiu convencê-la a lutar.
Kareni começou a sentir todo o amor de sua filha por ela, e Aika lhe doou inclusive uma parte do seu intenso desejo de viver.
Várias camadas de aura envolveram o corpo da mãe,mais outras e outras e elas se expandiram e explodiram num raio para o céu.As nuvens de chuva desapareceram, o céu voltou a brilhar azul,um arco-íris se fêz, e as queimaduras começaram a regredir vagarosamente.
Por toda uma tarde a magia de Aika ficou reconstruindo o corpo de Kareni e raparando os danos.Ao cair da noite,finalmente Kareni recuperou a consciência, e todos os tecidos danificados, queimaduras e ferimentos cicatrizaram.Ela estava novamente saudável e forte, e levantou-se,na majestade de seus quase um metro e oitenta,ainda nua, mas viva, e bem !
Ela abraçou a filha, comovida.Até as lágrimas tinham voltado.
Aika a abraçou com força:
-Mãezinha, eu achei que desta vez eu ia perder você...
-Eu também, filhinha, eu também, quase vou embora.E eu estava bem próxima da porta para o limbo provisório...
Nem brinca, mãe!Nem brinca! Aquele lugar é horrível !Não quero que você morra nunca!
-Todas nós temos de ir um dia, filha, mas graças à você este dia não foi o dia de hoje!
Uma olhou para a outra, de olhos marejados.
-Mãe, eu...eu te amo!
Mãe e filha se beijaram na boca.E depois apertaram ainda mais o abraço.
Todos em volta aplaudiram, comovidos.
-Eu também te amo, minha filhinha, você é tudo para mim !
-Bom, agora que conseguimos sair desta, vamos comemorar mais uma ...vitória !
Gritou Fushiko.
-Vitória!Bradaram todas, animadas.
-Vamos indo então, vamos procurar um bom lugar para um acampamento, pois a estrada termina logo ali à frente, e depois serão picadas na selva das montanhas.
O lugar apontado por Minoko era a base de uma montanha enorme, há uns dois kilômetros de distância.
Prosseguiram na caminhada, e acharam uma clareira à beira da estrada,espaçosa o suficiente para montarem um acampamento.Olhando em volta, viram várias pequenas clareiras espalhadas em volta, com mato alto as separando.
Fizeram a fogueira e começaram a assar os peixes salgados e o arroz.
Depois do jantar, já com noite alta, cada uma colocou uma coberta e uma esteira de palha enrolável abaixo, para não se molharem na neve fofa.
-Minoko, eu vou morrer de frio pelada deste jeito neste frio!Agora está piorando e de madrugada vai estar mais frio ainda.Você não pode providenciar uma roupa nova para mim por favor?
-Claro, Kareni.É para já!
Minoko disse as palavras mágicas e estalou os dedos, e um conjunto completo de kimono de inverno, roupas de baixo e meias apareceram.Kareni se vestiu e cada um foi dormir.
Por exigência das mães, cada criança foi dormir numa clareira separada.
Agora ,depois de algumas horas de sono, começava finalmente a madrugada.
Uma das garotas se levantou e começou a caminhar.
Juuchi dormia rofundamente, mas no meio da madrugada sentiu um corpo relativamente pesado de mulher deitar-se em cima dele.Os seios eram pequenos, mas muito macios.Uma boca deliciosa começou a beijar sua boca, e ele sentia o corpo dela completamente nú, e mãosmexiam em sua roupa.
Fingiu estar dormindo e depois correspondeu ao beijo.A escuridão era tanta que não dava para ver quem era.
No dia seguinte, Juuchi exibia um largo e suspeito sorriso no rosto.
Namya ficou pensando consigo o que Juuchi teria aprontado.
-Filho, porque você está tão feliz?
-Ah, mãe,por que amanhã vai ser o meu aniversário !
Parecia uma bela desculpa, mas na verdade era coicidência.EEle realmente faria aniversário no dia seguinte, mas nãoera este o motivo de tanta alegria.
-Quantos anos você vai fazer, Juuchi-chan?
-Eu vou fazer doze anos, Fuu!
-Aaaaahn?Mas nem parece!Você é bem alto para um menino de doze anos, aparenta bem mais!
-Obrigado,Fuu-sama!
-Ah, que pena que estamos no meio da estrada e não dá para fazermos uma festa para ele!
-Ah, mas não mesmo, Fushiko! Aqui não tem como deixarmos as crianças separadas, e do jeito que você bebe, vai querer agarrar a ele pelada, pensa que não sei?
-Ah, olha só quem fala!Voc~e também toma sakhê até, viu?Agora, acho que não quer, Namya, que eu me achegue ao seu filho porque gostou das coisas que te fiz aquela noite, não?
Namya corou até a exaustão, roxíssima de vergonha.
-Não precisa falar na frente de todo mundo, olha as crianças...
-Tudo bem, tudo bem, ainda que você estava bem mais assanhada do que de costume, adorei,Namya!
-Pare, por favor...
-Ô, Fushiko, agora chega, deixe de ser vulgar, por favor!
-Ih, Kurumi, eu, heim?Todo mundo me dando bronca...
-Garotas, já arrumaram suas coisas?Hoje vamos começar a escalar a picada da montanha.
A tal picada, no meio da mata, da qual a montanha estava inteiramente coberta, era uma das subidas mais íngremes que játinham visto na vida.Pior, era escorregadia como sabão,pois o solo misturava lama e neve, e em alguns trechos, limo.E haviam milhares de raízes por todo o lado,e espinhaços à beira da picada.Aquilo não seria nenhum passeio dominical.
Só para completar, começara a ventar, e nevar, e havia claros sinais de que uma tempestade se avizinhava, com o sério risco de uma tempestade de neve!
-Eeeee?Aquilo ali é o que vamos subir?
-E qual o problema, Fushiko?Já subimos escaladas piores !
-Mas Minoko , você deve estar brincando, aquilo ali é uma loucura !
-Larga de s reclamar, Fushiko, anda, vamos!Vem ,gente!
-Espere aí, mãe!Eu quero que o Juuchi vá na frente de todo mundo, para evitar que este pervertido fique olhando nossas coisas!
-Eu, Rei-kun?Por que justo eu?
-Porque você é pervertido! Disseram Rei e Aika ao mesmo tempo.
-Acho que para vocês qualquer menino é pervertido!
-Vai logo, moleque, você não é o homem aqui?
-Rei-san é feio falar assim com o Juuchi-san!
Protestou Namya.
-Então vai, Juuchi-san, vá na frente senão vamos nos atrasar muito!Vamos embora!
Disse Minoko.
Lá se foram eles, se embrenhando na mata e subindo a picada.Ali precisava de muita força nas pernas, pois a inclinação do terreno era grande, os buracos, pedras e raízes em meio à lama e neve tornava a escalada ainda mais vagarosa e difícil, e os escorregões e tropeções eram comuns.
-Ai, minhas pernas estão doendo! Mes pés estão me matando! Ai, estes galhos estão me arranhando, droga!
-Fushiko, fala menos e sobe mais e...ei, tira este trazeiro enorme da minha cabeça!
-Ai, desculpe,Chitose, escorreguei!
-Fuu, não dá para você levantar esta cauda?Está fazendo cócegas na minha cara e eu acho que eu vou..eu vou...a...a...atchiiiiim!
-DeSculpe, Kurumi, esqueci!
-Ah, só falta a gente pegar uma gripe no meio da montanha!
-Nem brinca,Mira,não podemos nem sonhar com isto !
-Pois é, Kogyo, as a Kurumi está espirrando!
-É que a cauda dela está me dando alergia !Aaaatchiiiiiin!Atchin!Atchin!
-Que maravilha,que bela hora para eu ter fome!
-Ih, Kareni, tem razão, nós esquecemos de preparar e tomar o café da manhã!
-Mas como a gente vai fazer isto no meio desta subida,Chitose?
-Boa pergunta, queria saber responder,Minoko.
-Olha, estou vendo um a cerejeira ali!
-Estamos no inverno,Fushiko, cerejeiras nãodão frutos no inverno !
-Mas pés de franboesas dão!Olhe ali!
-É verdade,Chitose! Vamos comer !
-Fushiko, espere, você não sabe se estas framboesas são comestíveis e depois...
-Depois o que, Minoko?
-Depois tem uma colméia de abelhas bem do lado ! E estão furiosas !
Gritou Minoko, criando forças sabe-se lá de onde e subindo correndo o quanto podia. O resto a seguiu, mas as abelhas iam atrás.
A correria foi descontrolada, mas Juuchi tropeçou numa raiz e todas as garotas e meninas trombaram entre si, todo mundo perdeu o equilíbrio e rolaram ladeira abaixo.Foram parar bem perto do começo, iam ter de subir tudo de novo!
-Ai, que droga!O que é isto entre minhas pernas?
-Huuuum, huuum,huuuuum !
-Aaaah, Juuchi, o que está fazendo aí?
Mira deu um pulo,vermelha de vergonha.
-Ah, ah, desculpe, Mira-san, eu caí e fui parar debaixo de você sem querer,eu estava sufocando !
-Ah, mas bem que você gostou, não é?
-Fushiko, isto é coisa que se diga para ele?
-Eu estava brincando,Namya,ei, não precisa ficar brava deste jeito!
E toca subir tudo de novo...
O que eles não sabiam , no entanto é que a coisa iria ficar ainda pior!
Um estranho e misterioso animal rondava por ali, e não parecia nada amistoso!
Será que nossas heroínas vão sobreviver a mais esta aventura?
Uma tempestade de neve estava se formando,e um deslizamento de terra ,pedras e neve ali poderia ser fatal!
Conseguirão as meninas e as crianças vencer a montanha e todos os seus perigos?
Respostas, no próximo episódio, não percam !
(Por Continuar)
