Episódio 155
Antes mesmo de Juuchi tomar qualquer decisão ou mesmo se pronunciar, Namya já se sentia profundamente rejeitada.
Sua depressão não era devida somente à um pressentimento de que ele fosse preferir com Rei,mas também ao seu embate interno,em que, se como mulher se sentia rejeitada e tendia a se arrepender de ter feito amor com ele,como mãe ela sentia que o melhor para seu filho é que ficasse com sua noiva e não com ela,e que isto seria melhor para o futuro dele.Mas a coisa era mais complexa,pois haviam dois instintos maternais lutando entre si em sua mente:a mãe adotiva pensava no futuro de Juuchi, a mãe biológica pensava no futuro da criança que estava sendo gerada.E mais:havia um debate moral:a felicidade de qual filho ela iria escolher?Ela não queria criar a criança sozinha,mas também não queria que Juuchi abrisse mão de seu amor e felicidade com Rei, para ficar com ela.Ela se recriminava de estar sendo egoísta, mas a lembrança de que havia uma nova vida em seu ventre a acusava de negligência.
Por outro lado ela não apenas amava Juuchi filialmente, estava absolutamente apaixonada românticamente por ele, e seus ciúmes dele com Rei eram enormes.
Ela mesma se perguntava se ela teria feito amor com seu filho por amor, ou por inveja de Juuchi e Rei se comportarem como um casal na educação de Ayako,e ele estar se revelando um ótimo pai adotivo,enquanto que ela queria que fosse ela a esposa e os dois criassem um filho comum gerado por eles.
Qual o amor que ela escolheria: o filial ou o romântico?
O nó na sua cabeça ficou enorme, e ela cada vez se deprimia mais profundamente , até que os pensamentos ficaram desconexos, irracionais, ininteligíveis, e ela sacou sua espada!
-Namya, o que é isto?
Gritou Chitose.
Namya apontou a lâmina para o próprio ventre!
-Ela vai tentar cometer seppuku!Segurem ela !
Foi o grito de Mira.
Fuu e Kurumi correram para segurá-la, em desespero.
-Mãe, não faça isto!
-Eu não sou digna de você, Juuchi!Me larguem ! Me larguem! Eu quero matar esta maldita criança!
-Não, mãe, não pode! Por favor,pare!
-Eu sei que você irá escolher a Rei, eu sei que vai! Eu é que fui uma irresponsável,uma invejosa,eu sou má, eu não mereço você!
-Não é verdade, mãe, por favor!
Juuchi mesmo arrancou a espada da mão de Namya, que ainda esperneava, tentando escapar dos braços fortes de Kurumi.
-Mãe:eu não posso escolher entre vocês duas, nem entre filhos, como a senhora também não.
-Mas você precisa escolher com quem viverá maritalmente, Juuchi.
Disse Minoko, defendendo Rei.
-Eu tenho doze anos de idade,Tia Minoko.Não dá para exigir que eu assuma a ninguém maritalmente agora.Porque, aos menos até eu e a Rei-kun nos tornarmos maiores de idade, não podemos, quando chegarmos na nossa vila, morar todos na mesma casa?Eu, a Rei-kun,você, o Tio Narumeshi, a minha mãe, e as gêmeas, como uma família feliz?Eu não quero uma separação, e depois, mesmo eu desposando a Rei,eu quero ter minha mãe por perto,não quero deixar de ver qualquer um dos meus filhos todos os dias, e cuidar deles e educá-los, como pai, eu quero assumir os dois igualmente,e se eu desposasse a Rei-kun, eu jamais, jamais deixaria de amar minha mãe que me adotou e me educou.Ela me faz muito mais feliz como mãe adorada,e não há necessidade de ela ser esposa,pois é por amor à ela que a prefiro intocada,pois é o amor de mãe que significa muito mais para mim e que me faz feliz,e acho, não tenho certeza, de que será mais feliz tanto para ela como para mim assim.Não é uma rejeição, é uma declaração de amor,eu jamais a abandonaria nem ao nosso filho,nem a deixaria de amar nunca, mesmo casado com Rei-kun,que amo demais, mas igualmente.Este filho, mãe, não é um problema, nem algo para se escolher,é um presente de amor que a senhora me deu e que agradeço muito,de coração.Guarde este precioso sentimento com a senhora em seu coração, que é lindo,e entenda que não o estou recusando, apenas respondendo a ele com outro tipo de amor, mas o meu também ficará guardado e nunca esquecerem, mesmo porque nosso filho sempre nos lembrará destes sentimentos tão lindos, e dos momentos maravilhosos que a senhora um dia tão gentilmente me presenteou não apenas como mãe, mas como mulher.Obrigado, mãe, muito obrigado por tudo!Eu te amo!
Os aplausos emocionados irromperam na trupe, e mãe e e filho se abraçaram,comovidos.
-Eu te amo também, meu filho!Eu é quem te agradeço!Eu tenho tanto orgulho de você!
Disse Namya, por entre a cachoeira de lágrimas que corriam de seus olhos.
Quando todos se recompuseram, Narumeshi deu uns tapinhas nas costas de Juuchi:
-Muito bom, garoto!Você realmente é um homem ajuizado.Você falou como um homem e tomou a atitude correta, e nos surpreendeu muito positivamente!Está combinado: iremos todos morar na mesma casa até você e a Rei passarem a serem maiores de idade,e apoiaremos quaiquer decisão de vocês!
Irromperam novos aplausos, a decisão agora era oficial!
E foi nesta animação que o dia se passou, a noite chegou,e que, após o desjejum,as garotas novamente conversavam entre si:
-Daqui uns três dias vamos chegar no Santuário de Satochiro-san e Aimi-san!
-Nem me lembre deles,Fushiko!Aquele Sacerdote tarado!
-Ah,Chitose, mas ele já recebeu a lição dele!Aliás, foi lá que descobrimos a Aika-san, não é?
-É verdade,Kurumi.Você se lembra, filha?
Aika fez uma cara azeda:
-Não gosto de lembrar disto, Mãe.Aquele lugar me dá arrepios, não gosto de lá. Principalmnete da Tia Aimi, não confio nela!
E Aika tinha todas as razões do mundo para não confiar em Aimi.Pois naquele exato momento daquela manhã, algo misterioso e trágico estava acontecendo naquele lindo Santuário!
O que será?
Ah, sim, a resposta...vocês a saberão no próximo episódio !
Não percam!
(Por continuar)
