Foto ilustrativa

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quarta-feira, 27 de abril de 2011

O Espelho da Verdade Volume 2-Episódio 148



Episódio 148




Um explêndido dia nascia em Matsumoto.
A Senhora Arata como sempre já estava na cozinha, preparando o café da manhã dos Hóspedes.
Mas a trupe, depois da bebedeira da noite anterior, ainda não tinha acordado, com excessão das crianças.
Rei, Ayako,Nanase,Nanami, Aika e Juuchi já desciam as escadas,animados.
Rei,em especial, estava com o coração muito leve, e sorria, animada.
Porém, o que lhe estragou a alegria foi notar o olhar  pervertido de Juuchi para com as gêmeas e vice-versa.
Aika notou o ciúmes de Rei e estava enciumada também, já que agora ela não era mais uma das namoradas de Juuchi, enquanto Rei já era a noiva oficial dele.
Na verdade, Aika pensava que deveria procurar outro menino para se enamorar e tentar esquecer Juuchi.Por isto mesmo, logo depois do café da manhã, ela se despediu de outras crianças, falando que ia dar uma volta pela cidade sozinha.
Kareni já a tinha advertido que era perigoso sair sozinha e que Mefiro ainda podia estar por aí, e querer raptá-la,mas seu coração pesaroso, com uma vaga saudade de alguém que ela sequer conhecia, a impelia para a frente.
Ela foi para a praça central da cidade, e viu os comerciantes abrindo suas lojas.
Prosseguiu  e repentinamente, viu um enorme cachorro, muito bravo, prestes a atacar um garoto.Ele tremia de medo, e estava encolhido num canto de um beco.
Ela se aproximou, e gritou:
-Ei, porque você não mexe com alguém do seu tamanho?
O cão virou sua cara feroz para ela,rosnando alto.
-Foge, foge,se não ele vai te pegar!
Disse o garoto.
-Pega nada, este aí não é de nada !
E  a aura azul de Aika a envolveu,e com o dedo apontado para o canzarrão,ela lançou um feitiço nele.
Puf!
O animal feroz se transformou num filhote, e saiu correndo.
-Pronto, você está salvo!Está tudo bem com você?
Disse Aika,que deu uma boa olhada no garoto, mais ou menos da idade dela.Ela o considerou tão belo quanto Juuchi, e seus olhos brilharam quando ele começou a falar:
-Muito obrigado por me salvar! Meu nome é Hajime,quatorze anos,sou filho do dono de uma loja de roupas.Eu estava indo comprar tecidos no fornecedor dele quando  o cachorro tentou me atacar.Como se chama, linda senhorita?
"Linda senhorita"Como soava galante, para Aika aquela expressão!
O largo e cativante sorriso dele, e seu olhar meigo e doce,notadamente interessado ,para ela fez seu coração disparar,querendo sair do peito.Ela corou de vergonha!
-Me...meu nome é Aika!De nada...prazer em conhecê-lo,Hajime-san!
Hajime era um conquistador nato. Mais que depressa ele pegou a mão dela e beijou-a com carinho, olhando-a nos olhos.
Aika, que nunca tivera a mão beijada antes, corou de vergonha mais ainda,completamente constrangida.Mas ela também não conseguia desviar o olhar dela dos lábios dele, e ele, a mesma coisa.
-O prazer é todo meu, Aika-san!Muito embora minha vontade seja de chamá-la de Aika-kun!
Agora ela corou dos pés à cabeça!Aquilo era quase uma confissão de amor !Será que ele já tinha se apaixonado por ela, apesar de acabarem de se ter conhecido?
-He..he..eeeh,ah...eu...eu preciso voltar para a hospedaria agora, por favor me desculpe,Hajime-san!
-Ora, não precisa ficar encabulada...desculpe se eu a constrangi!É que...é que você  é a menina mais bonita que eu já vi!
Aika não sabia se ficava constrangida ,ou se ficava assustada.Ela sentia que estava se apaixonando por ele, ele era muito carismático, gentil,e o elogio mexeu com o coração dela, mas seus olhos perceberam um certo brilho, que parecia lhe dizer que o que ele estava sentindo por ela não era amor-alguma coisa lhe dizia que ele só queria dela uma coisa: sexo!
Foi quando sentiu-se quente e ofegante,com o  baixo ventre muito encharcado,e ela começou a se imaginar fazendo amor com ele,mas aí ela ficou roxa de tão corada e teve vontade de fugir.Precisava fugir dali logo, senão ela faria amor com ele ali mesmo, no meio da rua!
-De..desculpe!
E ela disparou pela rua.Porém a voz dele ainda a alcançou:
-Espere!Em qual hospedaria você está?
-Arata!Sayonara!
E Aika acelerou sua corrida.Mas nem era preciso:Hajime não a quis perseguir, ele prosseguiu em seu caminho, planejando reencontrá-la.
Já Aika sentia que , se ela o reencontrasse, com certeza ele confessaria seu amor por ela e a pediria em namoro.Porém, ela ainda não estava certa se aceitaria ou não.
Chegou bufando na hospedaria, e encontrou a Senhora Arata estendendo roupas no varal.
-Que pressa é esta, criança?
-Arata-Sempai! É que eu conheci um menino! Ele é lindo!
-Ah, é?Será seu novo amor?Como ele se chama?Quem é ele?
-Hajime, filho de um comerciante de roupas.
-Aaaaahn! Eu conheço este menino! Esqueça ele!Ele não presta !
-Não, Arata-dono?Como não, ele foi tão gentil comigo...
-Este menino é um pequeno demônio! Já fez amor com quase todas as meninas da sua idade daqui  deste lado da cidade!Já teve até filho com elas!Só Buda sabe quantos filhos ele fez!O pai dele é muito idoso e não consegue segurá-lo e o menino faz o que bem quer.Ele manda no pai dele, entende?Ele é um mau caráter conquistador, que só quer saber das meninas para fazer amor com elas e as engravida!Não o deixe se aproximar de você, ou ele vai se aproveitar de você e a jogar fora!
-Mas, Arata-Sempai...
Neste instante, Rei, Nanase,Nanami, Ayako  e Juuchi chegaram todos imundos.Estavam brincando com um leitão novo que acabara de desmamar.
-Quem é este pervertido,Arata-Sempai?
Disse Rei.
A senhora Arata contou.Mas quem ficou contente e esfregou as mãos de entusiasmo foram as pervertidas gêmeas, que disseram, com ironia para Aika:
-Nós vamos roubar ele de você!

Agora a situação estava crítica para Aika:iria ela deixar as gêmeas roubarem seu amado?
Iria ela querê-lo mesmo com a má-fama que ele tinha?
E ele, conseguirá levá-la para a alcova?
Quem ele irá escolher?
Saiba no próximo episódio! Não percam!

(Por continuar)






Sessão Aventura: Homem Mau, Lobo bom



Capítulo 2: Michelle -o primeiro encontro !



 Akilah era um lobo de meia idade, experiente da vida, chefe inconteste e temido de sua alcatéia. Solene, sisudo, orgulhoso e nobre, de caráter reto, altivo como todos os lobos, tinha a exata noção do seu potencial agressivo , de sua força , ferocidade e agilidade e sua habilidade para o combate. Era muito inteligente e só usava estes atributos agressivos de supremacia na medida exata da necessidade, nunca à toa.
Já Fewh tinha um certo quê de arrogante, não que sua autoconfiança fosse maior ou igual à de Akilah, mas tinha tremendo senso de oportunidade e oportunismo, que bem se poderia chamar de esperteza. Arguto ao extremo, era polido, experiente, no auge do vigor da idade, desconfiado e observador, simpático e bom de coração , com muito espírito de   independência, assim era Fewh.
 No entanto, pouco depois, a floresta emudeceu. A raposa, como os demais animais da floresta, já sabia de antemão o que isto significava: Homem.
De fato, uma garota de seus treze anos, moradora de uma fazenda próxima, desceu de seu cavalo, amarrou-o em uma árvore; e ficou perambulando pelo bosque. Trazia na cintura uma faca afiada de 15 cm e o que a guiava era simplesmente o gosto pela aventura,pois era fascinada pelo estudo do comportamento animal,e amava observar os animais na floresta. Achava que estava "explorando" o local. Passou próxima à toca de Fewh, mas continuou indo ainda mais fundo, no coração da floresta. Agora estava descendo uma ravina inclinada e escorregadia, até que seus pés não encontraram mais apoio; e ela rolou ladeira abaixo, caindo em um buraco.
Dois olhos brilharam no escuro. A menina viu-os e ficou com medo :Silêncio . A faca foi sacada. Quatro patas cautelosas moveram-se, e um focinho úmido farejou a garota. O hálito quente foi sentido e não foi agradável .
A menina ligou sua lanterna, que trazia à tiracolo. E o que ela viu foi uma dentuça alva e afiada, e dois olhos brilhantes e afilados. A menina gritou de pavor:
-Um lobo! Aaaaaah!
 Akilah saltou para traz , rosnando alto e arreganhando os dentes. Estava em posição de combate!
A menina saiu correndo dali, ganhando a ravina, mas qual! Akilah saltou ágilmente interceptando seu caminho. Suas patas dianteiras bem largas estavam em cima do peito da menina e o lobo arfava, olhando para ela, curioso . A menina tremia e suava frio, tinha dificuldade de respirar, pois o grande lobo de dois metros de comprimento por um de altura e cem quilos de peso ,estava em cima dela.
-Akilah! Deixe disto, amigo. Não vale à pena !
-Oi, Fewh! Estou só brincando com o filhote  de homem !
Akilah saltou de lado e a menina, ainda com dores no peito e tossindo muito, levantou-se. À sua esquerda, o grande lobo, à sua direita, a bela raposa, ambos os maiores que ele já tinha visto. Estavam olhando para ela, que recuou e fugiu assustada.
Ambos estavam se divertindo muito com o pavor da menina, pois tudo não passava de simples brincadeira. AKilah não iria de modo algum machucá-la. Sabia as conseqüências disto.O instinto, ao ver ela correndo era de persegui-la, mas Fewh o desencorajou.
Mas a garota, já fora da floresta, era uma pequena autodidata. Ou seja, estudava e pesquisava assuntos científicos sem professor, por sua própria e espontânea vontade, lendo muito, sendo que o que realmente lhe chamava a atenção era o estudo do comportamento dos animais. E seus preferidos eram justamente o lobo e a raposa. Ele chegou em casa, encontrando sua mãe , que lhe chamou a atenção :
-Michelle, onde você esteve por tanto tempo, menina?
-Na floresta, mãe . Fui observar os lobos e as raposas!
-Está ficando louca, menina! Quer morrer?De novo? Com tantos animais bonitos e inofensivos, quer ver lobos? Eles são maus , comedores de gente, ferozes, assassinos sanguinários , uma praga que infesta a floresta, mata nosso gado, nossas galinhas! Raposas também ,outra praga ! Isto sem falar que um tarado pedófilo poderia ter te encontrado e aí  você estaria perdida !
-Mentira! Nenhum animal é cruel, só o homem! Não existe maldade nos animais, eles são puros e os lobos estão em extinção ,sabia? São muito inteligentes, sociáveis, organizados socialmente, são solidários entre si, coisa que não acontece com a gente! Nos poluímos e desmatamos e extinguimos a caça no ambiente deles; e eles são obrigados à invadir nossas fazendas para matar a fome! Se nos replantássemos as florestas, despoluíssemos o ar e os rios e trouxéssemos de volta para as florestas os animais de que se alimentam, que nós extinguimos, eles não  mais precisariam; e não fariam mais isto, e viveríamos em paz com eles! Eles não são assassinos, cruéis ou pragas, são apenas predadores que seguem as Leis da Natureza ! A culpa pertence ao Homem, não aos lobos !Quanto a tarados, eu nunca vi nenhum, graças a Deus, e espero não ver nenhum mesmo!
-Moleca atrevida! Aonde já se viu responder assim à sua própria mãe ? Mais respeito ouviu? Eu faço tudo por você e sou tratada como mentirosa! Como pode ser mentira o que eu aprendi com meus pais, avós e bisavós ? Eles mentiam também ? Heim? Estes animais malditos são praga, sim; e terá de aceitar isto, pois é também a opinião do seu pai, se ele ouve seu discurso, lhe dá uma surra, pois responder aos pais é falta de educação ! Filha tem que aprender com os pais calada, sem nunca, nunca rejeitar o que eles lhe ensinarem, pois se estão ensinando, é por que é certo; e acabou! Filha ouve e entende, não discute, entendeu? Nunca, entendeu, nuuuuunca !Sua ingrata !
- Meus avós não mentiam , apenas não tinham conhecimentos científicos de comportamento animal, que não existiam na época deles, em segundo lugar, filho tem direito a ter opinião própria diferente dos pais e são filhos, não escravos dos pais, filho tem dignidade também, e os pais não tem o direito de serem prepotentes ,  nem ditatoriais, nem intolerantes, nem de serem covardes de abusarem de sua autoridade batendo nos filhos, e terceiro, deixe de ser hipócrita e submissa ao papai, porque a senhora também tem os seus direitos e deixe de fazer chantagem emocional, pois isto não me convence !
E Michelle levou um tremendo tapa na face que a fez cair sentada no chão. A marca vermelha dos dedos ainda estava em seu rosto. Trancou-se chorando em seu quarto, pois sabia que ela é que estava certa, seus pais é que estavam errados, por pura ignorância , preconceito e intolerância que só os adultos conseguem ter. Mas ela jurava à si mesma que iria provar a eles que seu conhecimento científico estava correto !
 (Por continuar)