Foto ilustrativa

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quinta-feira, 3 de março de 2011

O Espelho da Verdade-Volume 2-Episódio 113




Episódio 113



-Porqueeeê?Porquê não me deixou morrer?Eu...eu matei o meu pai! Eu matei o meu pai!Papaaaaaai!Papaaaaaieee!Fala alguma coisaaaa!
O corpo de Chiyo contunuava inerte em meio 'a um pequeno lago de sangue, encharcando o kimono da desesperada Kin, totalmente alheio ao pranto convulso dela,que o segurava no colo, as duas metades da cabeça horrívelmente separadas e pedaços de cérebro escorrendo para o chão da praça.
-Kin, você não...
Tentou dizer Rei, mas foi interrompida por Kin:
-Eu matei sim ! Eu sou uma assassina ! Uma criminosa, pecadora,eu...eu não mereço continuar com vocês, eu não mereço viver, por favor, Rei-san, me mata ! Me mata ! Corta minha cabeça fora !Por favor, eu te imploro! Vinga o meu pai !
Rei, traumatizada, nem conseguiu responder, só chorava copiosamente.Ela simplesmente não tinha coragem de matar a amiga a sangue frio,mesmo que ela o pedisse!
Agarrada na mãe, e tremendo de nervosa, ela parecia que iria entrar em colapso!
-Kin-san! O que você está falando não faz o menor sentido! O que aconteceu foi um acidente, uma fatalidade!Sem falar que, matando Akiha, você vingou seu pai.A culpa era dela, que o colocou na frente dela bem na hora do seu golpe.Era ela que era para ter sido atingida, não ele, mas ela foi covarde e o usou como escudo humano!Agora por favor acalme-se!
-Você não entende, Minoko ! Eu o matei ! Eu o matei!Eu o assassinei 'a sangue frio,pombas !
Kin insistiu.
-Olha, por que não voltamos ao hotel, não nos acalmamos todos, descansamos, e amanhã partimos para Matsumoto,heim?
-Nãaaaaaao! Eu nãoposso mais entrar neste Hotel,Namya! Meu pai me proibiu de por os pés lá! Este foi o último desejo dele, e também, como assassina, não tenho mais o direito de entrar lá!
-Mas que bobagem você está dizendo, Kin?A proibição dele não faz sentido mais! -Você é a herdeira da fortuna e dos negócios dele agora, tem que administrar este Hotel, tem funcionários para pagar,hóspedes de que cuidar, a vida continua, não pode ficar de luto para sempre !
-Não, Chitose, não !Tenho de cumprir o último desejo dele!
-Mas como é teimosa!Burra!Você não entende?Enfia na sua cabecinha de uma vez que você não tem culpa de nada, foi um acidente, eseu pai já está vingado, você tem responsabilidades a cumprir! Tem que tocar a frota de navios e o Hotel,não pode deixar dezenas de pessoas na mão!
Disse Fushiko, enxugando as lágrimas, mas também, nervosa.
Mas Kin estava histérica e fora de controle, tentando o suicídio de novo.
-Kurumi...
Minoko fez um sinal para a lanceira, que deu uma pancada na cabeça de Kin e a fez desmaiar.
Kurumi pegou Kin nos braços e todos voltaram para o Hotel.
A pobre garota, agora órfã, foi colocada na sua cama, em seu quarto.
Namya fez questão de sentar-se ao lado dela e vigiá-la, para que ela não tentasse o suicídio de novo.
Foram todos fazer um lanche na cozinha, e depois dormir.
No dia seguinte,Kin parecia não se lembrar de nada.O trauma aparentemente fora tão forte que ela parecia ter apagado a memória da morte do pai.
Ela acordou cedo, e estranhou Namya estar na cadeira ao lado de sua cama.
-Ei, Namya! Acorda !
-Aaaahn?Ah, Kin?Está melhor agora?
-Ah, tudo bem, porque você dormiu ao meu lado, aconteceu alguma coisa?
Namya foi tomada de assalto por um pressentimento de que não deveria falar nada do dia anterior 'a noite.
-Nada, não. Você caiu, bateu a cabeça, desmaiou,então fiquei aqui a noite toda, para tomar conta de você!
-Ah, obrigada, amiga !Muito carinhoso de sua parte !Agora eu vou me trocar e dar um beijo no papai!
Namya não soube o que responder, chocada.Resolveu sair dali.
Repentinamente, já no corredor, ela ouviu um grito:
-Aaaaaaaaah!
Voltou correndo para o quarto de Kin.
-O que foi, o que foi, Kin?
A órfã estava diante do espelho:
-Sangue ! Minha roupa está encharcada de sangue ! Será que estou morrendo, Namya?O que é isto? O que está acontecendo?
Minoko,Fuum, Kareni e outras garotas foram ver o que estava acontecendo, acordadas pelo grito medonho.
Namya engoliu em sêco, sem coragem para responder.Em seu lugar, a sempre franca Fushiko resolveu falar:
-Seu pai morreu, e sua madrasta também.Seu kimono está cheio de sangue por que você o segurou no colo depois que ele já estava morto.
-Morreu?Meu pai, meu papai, morreu?Quem foi?Quem foi que fêz isto?
-Foi a Akiha.Ela é a culpada. Mas ela também está morta. Eu a matei para vingar seu pai.
Nunca Rei foi vista tão séria e fria daquela maneira.Mas mentir para a amiga, ainda que para protegê-la de si mesma foi extremamente doloroso para ela.
Kin caiu ajoelhada no chão e começou a chorar sem parar.As meninas ficaram em volta dela, abraçando-a, e tentando consolá-la.
Por fim ela acabou se acalmando, e depois do café da manhã, fizeram o enterro de Chiyo e Akiha.
Foi encontrado um papiro com o Testamento de Chiyo,passando todos os seus bens para Kin, caso ele morresse.
Depois de muita conversa, ela concordou em ficar, e tomar conta dos negócios do pai, e dirigir o Hotel.Assim, Kin deixava a trupe, e esta agora sim,colocou-se na estrada, 'a caminho de Matsumoto.
Mas o semblante de todos não era nada alegre...

Kin agora ficara para trás, com sua tragédia pessoal, e se sentia mais sozinha que nunca;
O que seria dela agora?
Seria bem sucedida em assumir os negócios do pai esucedê-lo?
E a trupe?Iria recuperar sua moral?
O que esperava por eles em Matsumoto?
Que aventuras os esperavam pela viagem?
Respostas, no próximo episódio, não percam !

(Por continuar)