Foto ilustrativa

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sábado, 25 de setembro de 2010

O Espelho da Verdade-Episódio 37

Episódio 37


-Cuidado com os pés, gente, isto aqui está muito perigoso!
-Precisa falar o óbvio, ainda mais numa situação destas, Namya?
-Eh, mas este contorno da montanha não acaba nunca!Só estou avisando,Fushiko!
-Concentrem-se,se quiserem sair daqui vivas!
-A Minoko ,sempre sériaaaaa.....
Kareni escorregou e soltou um grito.Agora ela estava se segurando num galho,queestava se soltando da parede de terra.
Minoko no entanto, mal se equilibrando, se encurvou, segurando seu braço.As duas poderiam cair a qualquer momento.Só que Minoko não ia aguentar segurá-la por muito tempo, e muito menos Kareni.Nada estava seguro por ali, e o equilíbrio era por demais precário.
Enquanto isto Kurumi ia a todo o galope, e chegara na montanha que elas estavam atravessando.Tão encharcada como elas, conseguiu ver,apesar da tempestade,as garotas e as crianças em perigo.Ela amarrou uma longa e forte corda que trazia consigo, amarrou no pescoço do seu cavalo, chegou o mais perto que pôde delas e tentou chamá-las.Mas os trovões não permitiam que elas a escutassem.
Uma a uma, as garotas foram tentando puxar as duas de volta, mas a chuva piorou, e parecia que o caminho se desfazia por debaixo de seus pés.
-Minoko! Fushiko!Chitose!Namya!Aqui, peguem esta cora, depressa!
Finalmente elas conseguiram ouvir Kurumi,mas logo depois,todos escorregaram, e uma a uma as garotas foram caindo e as crianças também.
Mas elas viram a corda, e a alcançaram, e se seguraram como puderam.
-Vamos, para trás! Para trás!
Disse Kurumi para seu cavalo, cutucando-o para que ele desse marcha a ré e as puxasse dali.
Mas todas as garotas e ainda as crianças, todos encharcados,eram um pêso considerável, e as patas do cavalo derrapavam no terreno escorregadio,ainda assim ,puxando-as para cima com dificuldade.
Kabuuuuuuum!
Outro gigantesco trovão e um raio que caiu pertinho assustou o cavalo, que empinou e quase perdeu o equilíbrio.
-Aaaaaah! Gritaram todos,achando que iriam cair.Na verdade, todos tinham as mãos esfoladas pela rudeza da corda, e não iriam se aguentar por muito tempo.
Kurumi não perdeu tempo, montou no cavalo, o manobrou para que ele ficasse de costas  para o precipício e chutou as costelas do cavalo com força, que respondeu com um puxão vigoroso.Finalmente eles foram puxados para a segurança do solo firme.
Só então a tempestade começou a aminar, e quando eles recuperaram o fôlego, a chuva finalmente parou e o céu começo a se abrir.
-Quem foi que nos salvou, que eu nem vi?Eu ouvi uma voz, e vi uma corda...
-Fui eu,Minoko.
-Eeeee?Kurumi?O que você está fazendo aqui?Não era para você estar salvando Kyoto?
-Kyoto foi ocupada pelo Exército Imperial, e o Xogum morreu.Aliás, todos os samurais do Castelo morreram lutando.Eu fui a única sobrevivente.Deixe-me te ajudar a se levantar,Minoko-san.
-Eu não preciso de sua ajuda.E que negócio é este de me chamar de amiga?
-Já precisou, eu te salvei, não lembra.Se não fosse por mim , você estaria morta agora !
-Gente, a estrada desapareceu!
Foi então, que alertados pelas palavras de Namya, eles viram que uma avalanche de lama e pedras destruiu o caminho completamente.Poderia ter levado a elas.
-Cuidado!Gritou Karemi, assustada:uma pedra gigantesca rolou barranco abaixo!
Todos saíram correndo, mas a pedra atingiu o cavalo em cheio, partindo-o em dois e levando-o ao fundo do absimo.
-Ah, esta é boa, agora ficamos sem cavalo também! Estamos imundas, eu fiz as coisas na roupa, estou num mau-cheiro insuportável,e agora mais esta! O que mais nos falta acontecer?
-Está mesmo,Tia Fushiko, que horror! Disse Rei, tampando o nariz.
-Temos que arranjar um jeito de contornar esta montanha.
-Mas como, Minoko?
-Huum, não sei, talvez com minha magia,Chitose.
-Mas e se seus raios provocarem uma avalanche?Estaremos mortas !
-É um risco que temos de correr, Karemi.
-Você tem poderes mágicos?
-Sim, ela tem, quando lutou com a bruxa! Disse Fushiko, que contou todos os últimos acontecimentos para a lanceira.
-Então, é o jeito, Minoko.Logo vai escurecer, e precisamos sair logo daqui.Aliás, vocês todos, não estão esquecendo alguma coisa?
Todas se perfilaram diante de Kurumi, e Namya forçou Minoko a ficar ao lado dela.Todas se abaixaram, para agradecer.Mas a teimosa e irasível Minoko teve de ter as costas empurradas para se inclinar,pois ela não queria agradecer coisa alguma.
-Obrigada por salvar as nossa vidas !
Foi a voz que se ouviu em uníssono.
-Bom, então, vamos embora daqui, gente.Agora está tudo nas mãos de Minoko.
-É isto mesmo, toda a força nos seus raios, amiga, capricha !
-É, até parece que é fácil assim, não é?Disse Minoko, chateada.
Ela se concentrou profundamente, e logo os raios começaram a emanar das mão dela.Ela então apontou as duas mãos espalmadas, com os braços esticados para o barranco e acumulou bastante energia e soltou tudo de uma vez.
Uma verdadeira explosão aconteceu, atingindo o barranco em cheio, e um buraco de uns quatro metros de extensão foi feito.Não era o suficiente.Minoko foi soltando raios, um atrás do outro, com pequenos intervalos de tempo para se concentrar e acumular energia, e aos poucos um túnel precário foi se formando.Depois de meia hora e muitos raios depois,conseguiram ver finalmente o outro lado da montanha no fim do túnel, que tinha uns vinte metros de comprimento.De fato, aquela montanha não era das maiores no diâmetro, naquela altura.Exausta, com suaenergia práticamente exaurida,Minoko desmaiou, amparada por Chitose, que mal estava aguentando com seu pêso.
-Ih, ela precisa emagrecer!
-Deixa ela escutar isto,CHitose!
-Tudo bem, Fushiko, não precisa ajudar. Deixem que eu a carrego nas costas sózinha, Ela só está cansada.Vamos embora logo!
-Vamos embora, Kurumi!Venham, crianças, vamos correr!
Disse Namya.E todos correram pelo corredor aberto e chegaram em segurança do outro lado.Segundos depois, avalanches de terra,pedra e lama fecharam o túnel novamente dos dois lados.
Então puderam seguir caminho.Agora a subida começava a ficar cada vez mais íngrime, no caminho tortuoso, difícil e cansativo por entre as montanhas.
-Ah, nunca vi uma subida tão difícil na minha vida!Ai, o meu cabelo está horrível,o barro está secando na roupa e está tudo grudando, eu estou horrível,horrorosa !
-Pára de reclamar, Fushiko, por favor, as coisas já estão difíceis sem reclamar, imagine reclamando !
-Mas é verdade, Namya!
-Ai, ela não vai acordar não, não estou mais aguentândo carregá-la nas costas está pesada !
-Vamos acordá-la então,Kurumi.
-Ai, que fome... e não tem nada para comer,Chitoseee...
-Pára, não pensa nisto agora, Fushiko, õ,sua fresca!
Chitose ajudou Kurumi a tirar  das costas de Kurumi e simplesmente a deixaram cair no chão.Com o impacto, ela acordou.
-Ei, olha ali! Tem uma lagoa ali!
-É mesmo, Rei, o buraco se encheu de água com a chuva e formou uma lagoa, e a água está quentinha !
-Então, vamos nos banhar !Disse a menininha, puxando Juuchi pelo braço com fôrça.
A lagoa, com mais ou menos uns oito metros de diâmetros e um metro de profundidade, era mais que suficiente para acomodar a todos lá.
-Tira a roupa, Juuchi-kun, tira logo, vamos nadar !
-Não,Rei-kun, eu tenho vergonha! Depois meninos não podem tomar banho com mulheres na mesma banheira.
-Com a mãe pode, vem, filho, vem para cá e senta no meu colo.
Juuchi estava vermelho de vergonha, mas obedeceu a mãe, que o abraçou por trás com carinho.Minoko fêz a mesma coisa com Rei.
Todas as garotas já tinham tirado suas roupas e relaxavam tranquilamente na lagoa.
Mas dali há pouco seus estômagos começaram a roncar.
Todos reclamaram de fome.Foi quando viram, caminhando pela estrada nas montanhas, um bando de macacos.
-Comida !Disse Kurumi.
-Não pode, os macacos são sagrados!
-Dane-se, Namya, agora não são mais sagrados, são comida mesmo!
-Ai, que nojo,Chitose,comer carne de macaco!
-Se você prefere morrer de fome, e não quiser comer, problema seu, Fushiko!
Chitose e Kurumi levantaram-se da lagoa, ainda nuas, pegaram suas armas e foram correr atrás dos macacos.A potaria infalível de Chitose e suas flexas e de Kurumi com sua lança garantiu meia dúzia  de macacos mortos para o jantar.
Kareni e Namya então cataram o que puderam de lenha, que acharam nas redondezas com a ajuda das crianças, e um pequeno raio de Minoko foi o suficiente para acender o fogo.Ela, no entanto ainda estava tão exaurida que até uma pequena fagulha já era um grande esfôrço.
Logo tinham macaco assado para jantar, e montaram acampamento ali mesmo.Todos  comeram e dormiram sem roupas, pois Kogyo  e Kareni lavaram todas as roupas, com excessão das de Fushiko que foi obrigada na marra a lavar suas próprias roupas, que estavam nojentas, e juntaram-se todas para se aquecer uma com o calor do corpo da outra.As crianças dormiram abraçadas por suas respectivas mães, deitadas de costas para elas.

Agora era noite, e tudo estava em paz. Por enquanto.Mas novos perigos aguardavam por nossas heroínas e suas crianças,e a guerra estava por todo lado.
Conseguirão elas chegar aoseu objetivo?
A fama delas agora percorria o Japão, e , embora elas não fossem mais procuradas como criminosas,outros Xoguns que ainda não tinham caído viam nelas a esperança de resistir,e queriam pegá-las para si, nem que fosse à força.
Sem falar que a Bruxa que transformou Narumeshi em Minoko no início de nossa jornada, agora descobrira o fim trágico de sua neta e clamava por vingança!
Então, não percam, muitas novas aventuras e emoções  os(as) esperam no próximo episódio!

(Por continuar)