Foto ilustrativa

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sexta-feira, 20 de maio de 2011

Sessão Aventura: Observadores de Dinossauros !-Capítulo 8



Capítulo 8



Disse Rick, vestindo -se, como aliás já o fazia Valéria. Nem tiveram tempo de se secarem .
E mudaram de direção ,rumando para os saurópodes.
Um pouco depois, no entanto:
-Esperem! Pegadas frescas de Deinonichus! Eles estão por perto! Temos de ter muito cuidado!
Um trovão rugiu.
-Vai chover agora mesmo, Rick. Precisamos encontrar um abrigo!
-Sim, Val, mas onde? Na verdade, minha preocupação são estes predadores.
-Achei uma caverna! Olha lá, naquela ravina!
Outro trovão e a chuva finalmente desabou.
-Vamos para lá, então. Não encontro árvores altas por aqui!
-Mas árvores atraem raios, Rick!
-Eu sei, Val, mas pode ter certeza, se encontrarmos Deinonichus, vai ser preferível ser atingido por um raio do que por eles!
-Pois eu lhe digo que esta caverna me parece uma armadilha perfeita para os Deinonichus nos pegarem!
-Tem razão, Marina, mas se pensarmos bem, eles nem precisam de armadilhas para nos pegar. Vamos lá então.
Entraram na caverna.
-As pegadas deles estão por perto daqui, mas não dá para segui-las , pois a chuva já as desmanchou. Iiih, esperem um pouco...iiih, não gosto nada disto!
-O que foi, Rick?
-As pegadas vem daqui! Aqui é a toca deles!
-Olhe, Rick, achei cascas de ovos,  um ninho!
-Boa descoberta, Marina!
-Achei um ovo ainda intacto!
-Um ovo temporão, ainda não nasceu.
O ovo começou a tremer, e tremer, e trincar.
-Vai nascer e agora! Disse Rick.

E foi o que começou a ocorrer. Um focinho, um pedaço de casca rompido, e lá estava um sadio bebe Deinonichus, recém nascido.
Ele se virou para Rick tão logo abriu os olhos.
-Você e o pai dele agora, Rick!
-Sim, por temerário que o seja! Eu o batizo “Phobos”, Deus da Morte, meu pequeno Deinonichus.
E recebeu uma lambida carinhosa.
Haviam restos de carne  de dinossauros mortos por toda a caverna, e Rick  os usou para alimentar o bebê, que comia com voracidade.
-E agora, Rick? Ele vai segui-lo por onde irmos!
-E, eu sei, Marina. Ainda mais que o alimentei agora! Acho que terei de adotá-lo como meu animal de estimação a partir de agora , ainda que a contragosto .
-Mas os outros devem chegar logo, Rick, o que vamos fazer?
-Calma, Valéria. Ele será nosso salvo conduto para fora daqui. Agradem o Phobos, deixemos que ele brinque conosco, nós ficaremos com o cheiro dele, e eles nos reconhecerão como Deinonichus. Mas não o deixem morde-las: nos velhos tempos da Fundação, já tivemos raptores como  animais de estimação, e quando um dos filhotes mordeu uma funcionária, aliás minha velha amiga Linda Blondie, eles gostaram do sabor da carne humana e os filhotes em pêso saltaram em cima dela e a devoraram viva !
-Meus Deus! E o senhor não tem medo de ter uma fera destas de estimação?
-Sim, mas uma vez que se estabeleceu um laço, só meu sangue e minha carne  desatarão este laço. Precisarei me cuidar, mas ate lá, terei um amigo fiel  e muito inteligente.
Ouviram-se ruídos e rosnados ao longe. A chuva agora estava parando.
-O bando chegou! Fiquem ao meu lado. Não corram, não mostrem medo, sigam meus atos, e teremos talvez uma chance de sairmos vivos daqui.
-Talvez? Isto não é muito animador!
-Pode ser, Marina, mas talvez ainda nos dá uma possibilidade de vida, pois o encontro com eles já é inevitável. Agora, silêncio, e imobilidade. Só façam o que eu fizer, e fiquemos todos juntos, e Phobos provavelmente nos salvará, eles já estão quase na entrada da caverna.
De fato, o bando de dezesseis Deinonichus chegou, muitos deles ainda com pedaços de Camptossauros   e Tenontossauros na boca, todos eles com sangue fresco ainda respingando de seus dentes e garras enormes.
O maior deles, que ia a frente do bando, parou logo na entrada, e cheirou o ar. A caverna estava bastante escura, mas os olhos deles eram muito bons para enxergar na escuridão.
Aproximaram-se barulhentamente. O chefe do bando parou em frente a Rick, olhou-o nos olhos e cheirou-o.Ele tinha a mesma altura de Rick, um metro e oitenta e cinco centímetros.E era o maior deles.
Phobos então se interpôs e começou a rosnar  e ronronar. O chefe se abaixou, cheirou-o e ronronou para ele. Gritou, e colocou  suas garras dianteiras em riste.
Phobos novamente intercedeu, e  rosnou e gritou.
O bando agora estava agitado e nervoso. Cercaram os quatro, estavam prontos para atacar.
O chefe cheirava Phobos e cheirava Rick e suas alunas e cheirava Phobos novamente, parecia perplexo. Então, decidiu-se. Colocou os demais raptores em um corredor duplo, e Phobos passou entre as duas colunas, e Rick e as meninas junto com o filhote.
Era assustador ver aquelas duas colunas de garras e dentes afiadíssimos rosnando e gritando ameaçadoramente para eles, mas conseguiram finalmente saírem vivos da caverna, e continuarem caminho a salvo.
Todos suspiraram de alívio.
Enquanto isto, Didier, Pierce e Crystal observavam os necrófagos  se refastelando nos cadáveres dos gigantes mortos. Calados, anotaram tudo o que viram, e quando os Coelophisis e Syntharsus debandaram, continuaram em seu caminho.
-Hei, esperem!
-O que foi, Crys?
-Pegadas de estegossauro. Veja, Pierce, não me parecem pegadas de um dinossauro saudável!
-Você tem razão, Crys. São vacilantes, e parecem meio arrastadas. Mas são frescas, ele deve estar por aqui.
-Um só estegossauro também é suspeito, eles andam sempre em bandos.
-Acertou , Did. E olhe ele lá na frente!
O estegossauro estava caído no chão, inconsciente.
-Vamos dar uma olhada. Nossa, ele está com febre, e bem alta!
Declarou Crys.
-Sim, e não e só isto, observe a garganta dele, está muito inflamada!
-E tem mais, Crys, ele tem sinais de inanição, está muito magro, olhos vidrados...
-Parece febre carnossauriana, não, Pierce?
-É, mas aquela só ocorre em dinossauros carnívoros, não em herbívoros com este!
-Então é uma nova infecção que atinge os herbívoros agora!
-Pois é, Did, mas o meu medo, a minha desconfiança, seja de que atinja todos os dinossauros. Vamos retirar amostras de tecido e sangue para examinarmos no laboratório. Disse Crys.
Colheram então generosas amostras.
Continuaram caminhando pela floresta, quando desabou um temporal.
-Precisamos nos abrigar!
-Não diga, Did! É mesmo?
-Não e hora de brigar com o Did, Crys, eu conheço este lugar, estamos próximos da grande caverna da Floresta!
-Vamos lá, então, Pierce.
Correram para a caverna, imponente como o próprio nome.
-Ih,  será que não há nenhum predador aí, não?
-Didier, prefere ficar gripado e pegar uma pneumonia?
-Prefiro ficar vivo, Crys.
-Deixe de ser medroso, vamos entrar logo.
Mas uma vez que entraram, ouviram um urro pavoroso.
Didier abraçou Crys com força,encoxando nas nádegas generosas dela, que se desvencilhou dele e deu-lhe um tapa  tão violento que ele caiu sentado.
-Nunca mais me faça isto!
-Não precisa ficar histérica, Crys. O Didier só está com medo!
O urro soou de novo.
-Seja lá o que for , está se aproximando e está bem próximo!
-Calma, Did, seu medroso, estes urros, se você notar bem, pelo tom, não são agressivos, são de dor. Carnossauros quando na fase terminal de Febre carnossauriana urram assim.
Mas Crys nao teve mais tempo de falar. Repentinamente, como que vindo do nada, surgiu um grande e vermelhíssimo Driptossauro, e mais outro, e mais outro. Rugiram outra vez, e, para a surpresa de todos, desabaram ao chão, inconscientes, quase caindo em cima de Crys e os rapazes.
Após se recuperarem do susto, eles examinaram os predadores.
-Tudo parece-me levar a crer que seja mesmo febre carnossauriana, Pierce.
-Não sei, não, Crys, olhe, os músculos estão rígidos, olhe a dificuldade dos músculos respiratórios de trabalhar! Isto não é característico de febre carnossauriana.
-Ei, olhem os dentes deles, estão se soltando! Estão moles, as gengivas inflamadas,como as do estegossauro!
-Isto definitivamente não é febre carnossauriana. Você tem razão, Did, eles estão perdendo os dentes!
-A infecção também já está comprometendo os dentes substitutos, Crys.
-Ih, este aqui acabou de morrer. O coração parou e ele não respira mais!
-Meu Deus, Pierce, esta doença é grave, e gravíssima. Olha, suspeito que ela está se espalhando para todo tipo de dinossauro. Provavelmente deve ter se originado em dinossauros herbívoros e os carnívoros devem ter-se infectado se alimentando da carne dos dinossauros doentes!
-Mas Crys, a maioria dos dinossauros que vimos até agora eram bem saudáveis!
-Pois é,  Pierce, mas a doença deve ter um período de incubação, e pode estar no começo. Deve ser algum vírus ou bactéria. Precisamos investigar isto logo e levar os resultados para a universidade, ou logo os dinossauros estarão extintos de novo! Venham, me ajudem a coletar sangue e tecido.
Depois de coletados sangue e tecido, e terem notado a morte dos outros dois Driptossauros, aproveitaram que a tempestade passara para voltar ao estegossauro doente, agora já  quase morrendo.

(Por Continuar)