Foto ilustrativa

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sábado, 23 de outubro de 2010

O Espelho da Verdade- Episódio 65



Episódio 65




Na piscina natural,Fuu,Kurumi,Fushiko,Chitose e Namya, tagarelavam entre si alegremente, sem saber de nada do que estava acontecendo ali perto.
Mas Juuchi, até então abraçadinho com a mãe,recebendo os doces afagos dela,enquanto o mantinha com a cabeça recostada nos seios dela,foi o único que viu Rei indo buscar a espada dela,e notou o estado emocional em que ela estava.
Ele logo desconfiou que aquilo era anormal,e,percebendo a distração da mãe e das outras mulheres,resolveu agir e ir seguir a namorada.
-Eu vou te falar, viu,Chitose,criança dá trabalho demais ! Eu não sei se vou querer ser mãe não...
-Ah, isto porque você não é mãe ainda!Mas eu quero ter um filho com meu amado Kinji, ai, que saudades dele, ai eu amo tanto a ele, ai, ai...
-Ih, você vai ter de suspirar muito ainda por ele, vai demorar para você reencontrá-lo,Chitose.Posso até pensar em ter um filho um dia, mas uma filha como a Rei, nem pensar!
-Ê,Fushiko, mas pensa um pouco, a Rei-san já veio com problemas desde muito cedo.É diferente de engravidar, crianr uma filha desde pequena!
-Por falar em engravidar,vocês já notaram que as dentre nós que são mães, a são sem ter engravidado?
-Os Deuses nos livre disto agora,Fushiko, nem pensar! Como poderíamos lutar grávidas?Eu queria mesmo era ter um filho bonzinho como o Juuchi, este é mesmo uma graçinha de menino!
-Obrigada pelos elogios,Chitose.Mas por falar nele, onde foi parar meu filhote?
-É mesmo,Namya.Eu nem vi quando ele deixou a piscina!
-Vai ver que ele cansou da mulherada,Kurumi.
-Eu acho que este menino tem de ter uma influência masculina, ele precisava de um pai.
-Fuu, nem pensar nisto agora!Eu smplesmente me desinteressei por homens !
-Ah, é, Namya, e por mulheres?E Fushiko a agarrou por trás, pegando nos seios dela.
-Aaaah,Fushiko, desgruda!Sai de cima de mim,pára!
O beijo na boca entre as duas veio quente.
-Que horror, eu nunca iria namorar uma mulher!
-Eu também não, Fuu, e você, Kurumi?
-Eu,hitose, já que perguntou,eu vou quebrar um galho para você enquanto seu Kinji não chega!
E agarrou a amiga e beijou sua boca também, para protesto dela.
-Ah, eu vou te contar, vocês só pensam nisto,eu, heim?
Enquanto a conversa prosseguia, Juuchi viu Rei ameaçando a Kareni e Aika,e viu que até Minoko estava com mêdo de intervir,paralisada de horror que estava.
Ele sabia que era ele que tinha de agir para evitar um massacre,pois se ninguém interviesse, ela sairia matando não só as duas, mas a trupe inteira.Mas ele sabia muito bem o risco que corria, e que não seria páreo para ela numa luta de verdade,aquilo exigia um bocado de coragem.Ele teria de confiar cegamente, do fundo do coração , no amor dela por ele, e no amor dele por ela.Ele seria capaz de morrer para ela viver, elesabia disto do fundo do seu coração, mas não podia deixar pessoas inocentes morrerem, pois ele se sentia culpado por todo este desastre.
De mãos nuas, num salto ágil , ele se interpôs entre Aika, Kareni e Rei,desafiando a morte de peito enfunado.
-Até você, seu traidor,quer defender á elas, é?
-Rei-kun, por favor, me escute!A culpa não é delas!A culpa é minha! Aquilo que aconteceu foi um acidente,eu, eu nem senti aquilo,eu...eu amo á você,é você que eu quero,eu te amo muito,e eu estou disposto a morrer por você,eu só não quero que pessoas inocentes paguem pela minha culpa!Então,por favor, amor, amorzinho,me mate, me mate, por favor, não mate à mais ninguém, mate a mim, que sou culpado!
Os olhos de Rei brilhavam vermelhos de fúria.Ela parecia possuída, como uma demônia enfurecida.Com os braçosesticados acima da cabeça, segurando a espada com as duas mãos, ela viu o menino fechar os olhos, se ajoelhar e baixar a cabeça,esperando a morte certa.
-Aaaaaaaá!Ela gritou, e logo se ouviu:
Zliiiiim! Do assovio mortal da lâmina afiadíssima descendo, com sede homérica de sangue.
Juuchi abriu os olhos.Rei chorava, e tremia.A espada flutuava não mais que um centímetro da cabeça dele, e poderia já ter dividido-a em dois pedaços, fosse outra pessoa.
-Porque?Porque não consigo?Porque?Porque! Que droga, mas porque?Porqueeeeeê...
A espada caiu no chão e Rei caiu ajoelhada.Juuchi  a abraçou forte e ternamente,e beijou sua boca como nunca antes.Nem mesmo ele sabia como estava sabendo beijar daquele jeito, mas ele também chorava,e as lágrimas dos dois se misturavam.Ele caiu em cima dela, que corou de vergonha, mas se entregou ao beijo.Alguma coisa aconteceu com eles, eles sentiam alguma coisa diferente pela primeira vez na vida, e tremiam, ansiosos,e o abraço se apertou.
Namya, que só agora tinha resolvido procurar pelo filho, viu a cena, olhou para Minoko, e as duas resolveram agir.
-Este beijo está indo um pouquinho longe demais, seus pombinhos pervertidos!
-É isto mesmo,a Namya tem razão,vocês estão ultrapassando o limite do razoável, e isto não está certo!Disse Minoko, e ambas pegaram seus respectivos filhos e os separaram entre si.O olhar de um para o outro era absolutamente apaixonado e ia além,perigosamente além.Calados, de mãos dadas com as mães,quietinhos,foram embora dali.
Kareni e Aika,no entanto, estavam traumatizadas.Nunca tinham visto Rei daquele jeito, e se por um lado Aika estava admirada e amando ainda mais o menino pela coragem em defendê-la com a própria vida, por outro estava se sentindo humilhada e rejeitado pelas palavras dele para a Rei, que a magoaram profundamente.Em sua cabeçinha, aquele beijo tão ardente, muito mais pervertido do que ela própria recebera,entre os dois, atiçava seus ciúmes, como cavalos bravios sendo chicoteados,e ela não sabia mais o que pensar.Começou a achar que Rei ainda poderia querer matá-la, matá-la de verdade,cruel e friamente, com aqueles olhos assustadores,e que ela jamais a perdoaria.Juuchi parecia ser extremamente proibido à ela, que sofria, pois precisava desesperadamene ter esperanças de tê-lo um dia.Mas ao mesmo tempo, amava e temia Rei.Não sabia se era sua amiga ou inimiga mais, e temia ter perdido a amizade dela para sempre.Ela se sentia sózinha, e lembrava dos anos que passara só naquele porão do santuário,esquecida, raramente visitada por Aimi,que não era exatamente pródiga em amor e carinho, nem era confiável.Não sabia o que viria a ser de sua vida!
Ela e Kareni choravam nos ombros uma da outra, e foi com muito custo que se recompuseram.Ao voltarem ao acampamento, onde o banho já terminara,notaram que tanto Rei como Juuchi se isolavam delas, e não conversam com elas, ignoravam-nas, especialmente à Aika.Aliás, nem entre si conversavam, só troccavam olhares  pervertidos entre si,cheios de malícia e maldade.
Aika passou à se sentir pior ainda, estava altamente deprimida.
Depois do jantar,todos foram dormir.
Mas não por muito tempo.No meio da madrugada, duas pessoas se levantaram e foram para a piscina natural.
Quando o dia seguinte amanheceu:
-Ah, mas vejam só, como Rei e Juuchi estão felizes...nem parece que brigaram ontem!
-É verdade,Minoko, estão sorrindo de orelha a orelha, os dois!
-Pois para mim,Namya, isto me parece meio suspeito.Estou achando eles felizes demais!Acho que andaram aprontando alguma!
-Depois daquele beijo pervertido, se a gente não interviesse, eles teriam feito amor ali mesmo, na frente de todo mundo!
-Com certeza, Minoko, mas, ei, espere aí...vai dizer que durante a noite, sem ninguém olhando, todo mundo dormindo...Juuchiiii!Juuchi, meu filho, o que voc~e fez com a Rei?Vocês não fizeram amor escondidos, fizeram?
Minoko se horrorizou na hora, e corou de vergonha:
-Reeeeei! Vai confessando, menina! O que foi que vocês fizeram ontem a noite?Vamos, desenbucha!
Os dois ficaram quietinhos, coradíssimos de vergonha, mas sorrindo imensamente.Os olhares pervertidos não paravam um para o outro.
-Será possível que eu vou ter de usar o Espelho da verdade em vocês?É por isto que não recolheram suas roupas e não se vestiram ainda?Vamos, falem alguma coisa !
Minoko já estava ficando histérica.
Mas Namya estava calada.Por fim sua voz soou:
-Minoko, o Espelho da Verdade não, por favor.Eu...eu não aguentaria ver isto, e acho que vcê também não.A culpa é nossa,nós nos descuidamos e não os vigiamos como devíamos.Deveríamos ter ficado com eles sob controle a noite inteira depois daquele beijo.Este namoro está ficando sério demais.
Ouvindo tudo isto, e imaginando o que poderia ter acontecido, Aika ficou ainda mais enciumada e seu sofrimento e humilhação aumentaram ainda mais.Abraçada com a mãe adotiva,que ,impotente diante da situação, via a filha sofrer do coração sem poder fazer absolutamente nada.Kareni na verdade se sentia culpada, pois achava que ela, sem querer tinha disparado aquilo tudo, e estava morrendo de mêdo de perder o amor da filha,e de ela jamais perdoá-la.E não tinha idéia de até onde podia descer a depressão da filha, temia até que ela se matasse!
Mas Rei e Juuchi sorriam entre si.Ninguém jamais saberia o que ocorrera naquela noite ,nem teriam prova alguma.
-Você que me apareça grávida,Rei,ai de você se isto acontecer, eu não me responsabilizo por mim, entendeu,filha?Nem pensar!Sua irresponsável,inconsequente,onde já se viu?Você não tem juízo, menina?
Enquanto Minoko dava broncas na filha, Juuchi recebia a reprimenda de Namya:
-Filho, olha o que você fêz!Não tem cabimento! Não pode fazer estas coisas, você é muito novinho , e ela também,não entende que tem que esperar?Vocês não prometeram que iam esperar?Eu achava que você era tão ajuizado, tão bom menino, e você me decepciona deste jeito?Mamãe está muito triste com você, está me ouvindo, Juuchiii?
Mas as palavras das duas entravam por um ouvido e saíam por outro.Nenhum dos dois estava nem aí para para as mães,o que as deixou furiosas, e as duas pegaram seus respectivos filhos no colo, e mandaram ver nas palmadas até as nádegas dos dois ficarem roxas.
Mas por incrível que pareça, eles pareciam hipnotizados um pelo outro.Sequer gritaram ou choraram.Diante das faltas de provas ,apesar das desconfianças, as mães acabaram desistindo.Elas não podiam acusar sem provas, só baseadas em indícios vagos.Nunca se soube se na verdade Rei e Juuchi teriam realmente feito algo de pervertido naquela noite,nem nada ficou nunca provado.Aquele segredo eles levariam com eles para sempre, para o túmulo.
Enfim, Minoko decidiu levantar acampamento.Faltava apenas um dia de viagem e iriam chegar em Matsumoto naquela mesma noite.
Todos pegaram suas coisas e ganharam a estrada.
Ao longo da caminhada,Juuchi foram voltando ao normal e brincando saudávelmente entre si.Agora era Aika, que envergonhada, evitava os dois.Preferia ficar agarrada à mãe, extremamente carente de carinho,e parecia que seu amor por ela crescera ainda mais, afinal, eram companheiras de sofrimento.Não seria fácil para Aika tirar Juuchi da cabeça!
O dia transcorreu normalmente, e quando já era próximo da hora do jantar,quando tinha acabado de escurecer, chegaram finalmente à  cidade.
Mas claro que eles sabiam que não seriam bemvindos ali, numa cidade tomada, dominada por traficantes de ópio,e tinham de ter cuidado.Por isto, já entraram na cidade com suas armas na mão.
Apesar das luzes de gás acesas,nenhma viv´alma  de bem tinha coragem de por os pés na rua.Minoko e Rei, que iam á frente,sentiam dezenas de kis  maus a vigiá-las, e sabiam que podiam esperar um ataque a qualquer momento.

A grande batalha de Matsumoto, como o evento ficaria conhecido mais à frente,estava por começar.E não seria nada fácil.Eles estavam acostumados já, as vitórias, mas não tinham idéia do que estava por vir,e talvez tivessem que aprender que nem todas as vitórias são doces, e nem sempre se ganha.
Aika chegou na cidade com a clara e forte  impressão de que não sairia daquela cidade nunca mais,não sairia viva dali.Ela , não bastava sua profunda depressão,não,ela estava absolutamente apavorada, aterrorizada,em pânico total!
Repentinamente, flexas começaram a voar por todos os lados, e Minoko teve de criar uma barreira mágica para impedir que fossem todos atingidos.Mas já era tarde:uma flexa atravessou o peito de Aika, e mais quatro atravessaram sua barriga , de fora a fora, e ela vomitou sangue.Imediatamente depois tombou.Morta.
-Aikaaaaaaaaaaaaaaa!Nãaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaao!
Ecoou a voz poderosa de Kareni em meio as brumas da noite, que escondiam a lua cheia.
E ela abraçava, pela última vez, o corpo inerte da filha,já mole, em seus braços!

E a batalha só tinha começado...
Mais no próximo episódio!

(Por continuar)