Foto ilustrativa

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sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Naquela Fria Manhã de Outono-Episódio 52




Episódio 52




Ayumi estava ali, estatelada no chão,semiconsciente.Não sabia se dormia, sonhava ou o que via era real.
Ali, no meio da rua, um, dois, três, quatro, e dali há pouco uma multidão de corvos começou a se refastelar em seu corpo.Ela sentia as bicadas, e os nacos de sua carne sendo arrancados de si,sabia que estava sendo devorada ainda viva, mas ela já tinha se decidido se entregar de vez para a morte.Não queria mais viver.Os bicos entravam pelas feridas abertas e as abriam e aprofundavam e agora eram dezenas, centenas de bicos famintos.Ela, no entanto, mal sentia, enquanto ia sendo lentamente consumida.Não chorava mais.Parecia não mais sentir dor.Então ouviu latidos , e a revoada dos corvos.
Agora eram bocas ferozes, com dentes afiados, que devoravam sua carne.
Um dois, três, quatro, meia dúzia de cães vadios arrancavam verdadeiros bifes de suas pernas, braços,nádegas, costas.
Ela não esboçava reação.Seus olhos vidrados e sem expressão não se defendiam, ou melhor, um deles, pois o outro já estava destruído.
Os cães a disputavam entre si, e na briga, acabaram virando-a com o ventre para cima.
De seus braços já apareciam, brancos e brilhantes, seus ossos.Enormes nacos de carne e gordura lhe eram arrancados das coxas e panturrilha.O sangue vertia em profusão.
Uma boca abocanhou-lhe um dos seios, e o arrancou inteiro, em meio há esguichos de sangue.O cão o mastigou um pouco e o engoliu inteiro.Depois arrancou o outro e comeu.Ela então sentiu que os cães começavam 'a se alimentar de seus intestinos e outros orgãos, pois sentira que seu ventre fora aberto de vez e seus orgãos caíram na rua, para fora da cavidade abdominal,e estavam sendo devorados céleremente.Ela estava em meio à um lago de sangue.Por fim, o sangue que sobrou era pouco demais para circular pelo que restava do corpo, já que braços e pernas, e até os músculos que compunham a vagina já tinham sido inteiramente devorados, eos seus ossos já brilhavam ao luar.Antes de perder a consciência, porém, ela viu um cão arrancar-lhe as bochechas e os lábios. A última coisa que viu foi o interior da boca do cão, quando seu olho que ainda funcionava foi-lhe arrancado e esmagado pelas mandíbulas poderosas do canídeo, explodindo em uma poça de liquor transparente qual baba , escorrendo por entre os dentes dele.
A última coisa que sentiu foi os cães bebendo o seu sangue quando sua  veia carótida em seu pescoço foi destroçada, e o pouco que ainda lhe restava de sangue jorrou.Finalmente, seu último pensamento, enquanto o cão arrancava sua língua de sua boca e a engolia:
"-Finalmente .Estou morta.Agora posso descansar..."
E Ayumi morreu.
O dia raiou e quando as pessoas começaram a andar pelas ruas, espantaram os cães vadios e os corvos, e uma pequena multidão começou à se juntar em vlta da carcaça dela.Sobrara quase nada, apenas ossos, e um ou outro naco de carne , além dos pulmões e do coração,ainda intactos.Na cabeça, até o couro cabeludo tinha sido arrancado, e os cabelos dela estavam jogados num canto.Boa parte do crânio dela aparecia, mas ,apesar do nariz arrancado, ainda era possível ter alguma noção de como tinha sido o rosto dela.
Izanami saiu da casa e pegou um táxi.Viu pela janela, por entre a multidão, a carcaça de sua sobrinha, toda destroçada, há apenas três quarteirões da casa,mas seu olhar era frio, cruel, impassível,mesmo sabendo, ou até mesmo por isto,que aquele corpo era da sua sobrinha.Seu pensamento foi:
"-Bem feito.Ela teve o que merecia.Foi pouco !"
E ela foi para a casa de Maki.
Por falar nisto, aquela casa estava agitada:
Maki e Hideo, namorando muito, trocando amabilidades entre si na mesa da copa.Kuome abraçadinha e aos beijos com Midori, e Kaede de cara absolutamente fechada com Tetsuo,furiosa, após a briga homérica que tiveram durante a madrugada.Kaede estava num mau humor terrível, contrastando com a alegria e o amor dos demais casais na mesa.Tetsuo estava tão deprimido que nem ofereceu carona para os casais, e foi sózinho para a escola.Não demorou, Maki, Kuome, Midori e Hideo estavam indo estudar também.
Kaede estava  já de saída, quando um táxi deixou  Izanami na porta da casa.
-Pois não?
-Aqui é a casa dos Amagawa, não?
-Sim, eu sou Kaede Amagawa, no que posso lhe ajudar?
-Eu sou tia de uma colega de sua filha Maki, e preciso ter uma conversa muito séria com você.
-Pois não, entre por favor.
Izanami explicou, na versão dela os motivos de sua vinda.
-Por favor, quero pedir perdão para sua filha, por todo o mal que minha sobrinha fêz à ela. E ao namorado dela, Hideo, se não me engano, também!
-A Maki e o Hideo não estão.Foram para a escola.Aliás, acabaram se sair, se corrermos ainda os alcançaremos no caminho.A senhora quer ir comigo?
-Pois não,obrigada.
Kaede e Izanami entraram no Honda Civic na garagem e foram em direção à escola. No meiodo caminho acharam Maki e Hideo, os colocaram no carro e voltaram para casa.
Ao chegar lá,Izanami se ajoelhou perante Maki, e pediu perdão, abaixando o tronco até o chão, com os braços esticados e as mãos espalmadas juntas.
-Imagine,  Izanami-sempai,fique tranquila, eu já perdoei a Ayumi-san.Não há o que perdoar!
-A senhorita é muito generosa, Maki-san, obrigada.Mas estou profundamente envergonhada pelos atos imorais e irresponsáveis da minha sobrinha, que envergonharam o nome da minha família e o desonraram!
-Ah, Izanami-sempai, eu acho que a senhora está exagerando, já passou...
-A Maki só tem quatorze anos, é incapaz de compreender conceitos como honra , Izanami-sempai.Disse Kaede.
-Entendo. Mas ao menos minha obrigação está cumprida.Gostaria de lhes assegurar que minha sobrinha foi severamente punida.Eu a chicoteei o quanto pude, e a expulsei de casa.Hoje cedo ela estava no meio da rua,devorada viva por cães e corvos, ela está morta, e assim, o nome da minha família tem sua honra restaurada. É como se ela nunca tivesse sido parte da família!
Kaede, Maki e Hideo ficam aterrados, pasmos, passados,mal podiam acreditar nas palavras hediondas daquela mulher!
-Que...horror !Balbuciou Kaede, ainda impressionada.
Maki começou à chorar,em pânico.Ela começou a tremer de nervosa,e o desespêro veio às suas faces só de imaginar Ayumi sendo chicoteada e depois devorada viva por cães de corvos!
-Nãaaaaaao ! Não precisava matá-la ! Assassina ! Assassina ! Fora daqui sua...sua...assassina !
Ela começou a berrar, explodindo em lágrimas,aindo ajoelhada no chão,as mãos no rostos escondendo o ríctus do horror de suas faces conturbadas.
-A Maki-san tem razão, Izanami-sempai.Não havia necessidade de um castigo tão terrível assim!
Disse, corajosamente, por entre lágrimas, Hideo.
-Ela mereceu ! E depois, não fui eu quem a matou, foram os cães!
Kaede enxugou suas próprias lágrimas,e se recompondo com esfôrço,declarou:
-Eles tem razão sim, Izanami-sempai.Em última análise foi a senhora a culpada pela morte de sua sobrinha, pois se ela não estivesse tão ferida como provávelmente ficou, não teria morrido miserávelmente desta maneira tão cruel.Me desculpe, mas vou ter de chamar a Polícia!
Maki estava histérica e começou a bater com os punhos sem parar no peito de Izanami, que continuou fria como gêlo.
-Então chame.Sou uma mulher responsável e honrada , que assume as consequencias de seus atos.Fiz o que a tradição, a honra e a decência mandam,fiz o que tinha de fazer,Ayumi mereceu, fêz por merecer,e não me arrependo de tê-la punido, pois fiz o que minha consciência mandou, estou em paz com minha consciência,foi bem feito para ela,minha honra e honestidade permancem intocadas e meu caráter, reto e inabalável, pois tenho a certeza de que fiz o certo.E faria de novo, se fosse o caso.Sem remorsos.Não tenho vergonha do que fiz, pelo contrário, tenho orgulho !
-A...a senhora é fria, é cruel, como pode colocar a Honra acima da vida humana?
-Kaede-san,a filosofia japonesa é clara: o indivúo não é nada, a sociedade é tudo, e se o indivíduo não é útil à sociedade ou a prejudica, ele simplesmente não precisa existir.Não precisamos de indivíduos inúteis na sociedade!
-A senhora é um monstro! Não tem coração! Fora daqui ! Fora daqui ! Fora ! Fora!
Gritava Maki furiosa e fora de si.
Mas Izanami continuava com sua pose elegante, dominadora, pomposa, orgulhosa e arrogante.
-Hideo, por favor, ligue para a Akane-san, e peça para ela prender esta assassina confessa!
Hideo obedeceu.Akane tinha sido acordada logo cedo para investigar o caso de Ayumi, e veio imediatamente.Izanami estava do lado de fora da casa, esperando altiva e orgulhosa.
-Eu formalmente acuso, na condição de testemunha de confissão, a senhora Izanami de ter assassinado sua sobrinha Ayumi, com requintes de crueldade.
Disse friamente Kaede, para Akane, quando esta chegou.
-Senhora Izanami, a senhora está presa em nome da Lei.Queira por favor estender seu braços para que eu possa algemá-la.
Izanami obedeceu, e entrou no carro de polícia.Akane abraçou Maki, que não parava de chorar.Depois entrou na viatura e  levou a criminosa para a delegacia.
Hideo ficou tentando consolar Maki, e ambos voltaram para o quarto deles e lá se trancaram.
Kaede ligou para Tetsuo, e coincidentemente, aquele era o dia em que a primeira aula da classe de Maki era a dele.Depois de escutar atentamente e ficar horrorizado com o que ouviu, ele desligou o celular, e falou para a classe:
-É com dor que informo à vocês, e a colega de vocês, desta classe, Ayumi-san, acaba de falecer horrívelmente, bárbaramente assassinada pela tia dela, ré confessa.Estão todos dispensados e vou falar agora com o Diretor, para declarar hoje com Dia de Luto Oficial.Devo dizer que por isto mesmo, os colegas de vocês, Maki-chan e Hideo-chan, não virão às aulas hoje.
A classe emudeceu.Muita gente pasma,mal acreditando no que ouvia!A comoção foi geral !
Tetsuo saiu da classe e foi para a sala do Diretor.
Imediatamente as aulas na escola inteira foram suspensas e os alunos dispensados.
Enquanto isto,Kaede seguia com seu carro para o hospital, para buscar Shinji.
Enquando ia dirigindo, na volta, ela ia contando para o marido tudo o que ocorrera em sua ausência, menos, é claro, seu envolvimento emocional e sexual com Tetsuo.
Shinji escutava tudo calado.
Ao chegar em casa, ele trocou de roupas, e sentou-se na sua poltrona como sempre fazia, lendo o jornal, fumando cachimbo e tomando uma taça de vinho.
Foi quando Maki, finalmente recomposta do trauma da morte de sua colega e rival,desceu as escadas para apresentar Hideo para Shinji.
Kaede estava ao lado dela para servir docinhos ao marido, quando a loquaz Maki começou a falar sem parar da festa do dia anterior.
Shinji parecia querer ignorá-los e fazer de conta que eles não existiam.
Até que Maki falou demais, e contou das disputas de Kaede, Akane e Natsume por Tetsuo.
Kaede ficou pálida como cera, e tremia tanto que deixou cair a bandeja com os docinhos.
Shinji levantou-se de repente da poltrona,deixou o jornal cair no chão, e olhou para Kaede com olhar de fera.
-Vamos para o nosso quarto, Kaede-kun!E vocês dois, me dêem licença!Anda!Saiam de perto de mim, parasitas inúteis ! Agora !
Maki ficou chocada com a rispidez de Shinji, e Hideo, sem dizer palavras, a tirou do caminho do idoso.Shinji pegou sua bengala de ponteira de prata e com ela empurrou as costas de Kaede, que mal conseguia semanter em pé , de tão nervosa que estava.As lágrimas já lhe corriam as faces.
A porta do quarto deles se fechou.
Enquanto isto, Katashi já estava na porta da escola de Emi.Mas ela estava vazia, e uma placa de aviso dizia: "Fechada por luto."
Nervoso, ele decidiu que voltaria no dia seguinte.Não sossegaria até encontrá-la!

Ayumi já estava morta-mas seu irmão já ficara sabendo, e já tensionava fugir e se vingar de sua tia pela morte da irmã que ele amava.
Conseguirá ele assassiná-la?
Shinji agora tentaria fazer Kaede confessar todos os seus pecados-será que ela os irá revelar?
Como ele irá reagir?
Katashi será preso antes de tentar matar Emi e Hideo?
E Tetsuo,como encarará o pai?
Respostas, no próximo episódio, não percam !

(Por continuar)

Minissérie: Sensibilidade de Viver:Soryu-Episódio 13




Episódio 13



-Obrigada, Sasami-san.Minha preocupação agora é que ela, quando foi embora, matou quatro seguranças à sangue frio, e falou que ira se vingar de mim um dia..mas diga-me, e depois?
-Depois eu  comecei a bater nele o quanto eu pude, e o levei ao hospital ainda batendo nele. Eu o deixei lá, sendo medicado e terminei com ele, disse que não amava mais ele e que não queria ser sequer amiga dele mais, e que nunca mais eu ia querer ver ele na minha frente, e que não iria perdoá-lo jamais!Xinguei ele até cansar e fui embora, Lune-san, e cheguei em casa e chorei a noite toda, até as lágrimas acabarem. Só então tive coragem de ligar para você.E ele não falou nada, só chorava, aquele covarde, pedindo perdão ajoelhado, mas eu não quis saber, amiga, o que ele fez foi imperdoável!
-Bom, acho que eu também não teria reagido diferente, Sasami-san.Você tem razão. Eu também não conseguirei perdoá-lo tão cedo...
-E olha, diz à Megumi-chan que eu adoro ela, ela foi uma grande amiga, e te salvou destes dois degenerados.Diz à ela que agradeço à ela do fundo do coração tudo o que ela fez por você, e por mim, pois afinal, se ela não tivesse ido te salvar,o estupro teria sido consumado mesmo,e o Ryu seria um criminoso ainda maior e você teria ficado com um trauma para o resto da vida, como se o episódio do Himiki já não tivesse sido o bastante !
-Obrigada, Sasami-sama. Mas, no fim, tudo deu certo, e estou com o Takeo-kun, firme do meu lado.
-Ai, amiga, eu me arrependo tanto de ter caído na lábia do Takeo aquela vez e ter ido para a cama com ele, eu não me perdôo até hoje...por favor, Lune-san, perdoa...
-Fique tranqüila, Sasami-sama, eu sei que isto não vai acontecer mais, e não há o que ser perdoado, a culpa foi inteiramente dele.
-Ah, obrigada, Lune -sama! Você é um amor! É  duro ter um noivo sedutor assim, não?Ele é baixinho,tem barriga, usa óculos, não é lá dos mais bonitos, mas sabe como encantar uma mulher ! E como sabe! Olhe, fique tranqüila, isto nunca mais vai acontecer mesmo!E enfie nesta sua cabecinha sonsinha que nunca, ninguém vai conseguir tirar  ele de você, amiga ! Inclusive porque eu não vou deixar !
-Obrigada, Sasami-sama.
-Então está certo. Olha, divirtam-se aí  à vontade, mas voltem logo, heim? Já estou com saudades !
-Ok, Sasami-san, obrigada. Até mais, um beijo !
-Um beijo, amiga, até mais !
E Sasami desligou.
Lune  então para Takeo tudo o que ocorrera com o irmão dele, e ele ficou triste, mas ao mesmo tempo disse que não conseguia perdoar o Ryu pelo que ele tinha tentado fazer comigo e pelo que ele tinha feito com Megumi, ainda que sob o feitiço maligno de Kotomi.
Mas logo este clima de tristeza foi dissipado quando a alegre  Megumi bateu na porta dizendo que o helicóptero estava pronto para o nosso passeio.Seguiram até o heliponto da residência, onde a aeronave enorme estava com seu rotor já girando, esperando por eles, assim como os pais de Takeo.
Hayao os recebeu com um sorriso amável no rosto e disse:
-Lune-san, se me permites esta intimidade,você já voou de helicóptero?
-Não, nunca tive oportunidade,senhor.Ela respondeu.
-Bom, então seu batismo de fogo será de primeira classe. Este é um helicóptero Sikorsky S76 executivo, muito veloz e confortável ! Podem entrar todos, e vamos nos divertir!
Entraram no helicóptero, onde o cheiro de couro natural predominava .Colocaram os cintos de segurança, e então os motores aceleraram e a aeronave saiu do chão, e disparou em alta velocidade.
Lune  via a paisagem com um pouco de medo, pois tinha medo de altura, mas  Takeo estava ao seu lado, abraçado com ela, assim,ela  sossegou.
O próprio Hayao resolveu pilotar, e fazia curvas fechadas loucamente, e Lune ficou  apreensiva, pois às vezes o helicóptero chocoalhava nas curvas e dava impressão que ia cair.Mas nada acontecia, e eu notei que  Hayao tinha verdadeiro prazer e estava se deleitando na pilotagem.Então, depois de menos de uma hora,eles  estavam pousando, depois de um vôo  emocionante!
Ao saírem da aeronave, o pai do Takeo veio  perguntar ao casal:
-E aí, gostaram?Só que a gente só está começando a diversão ! Vamos  para meu autódromo particular, que aí sim vocês vão ver o que é emoção !
Uma van Toyota os esperava, e os levou a pista de corridas que ficava no quintal da mansão.
Ao chegarem lá, as portas dos boxes foram abertas e o que se viu lá era de cair o queixo de qualquer aficcionado por automóveis: Ferrari, Porsche, Dodge Viper,Lamborghini.Bugatti Veyron,  Maybach,  Maserati Quatroportte, entre vários outros, quase todos importados !
-Takeo , você vai com a Lune no  Dodge Viper, e eu irei com a Megumi na Ferrari 612.Motoko, quer vir também?
-Agora não, Hayao-kun.
-Então, que vença o melhor!Vamos lá!
Lune entrou com o Takeo no esportivo americano.
-Amor, coloque o cinto, que vamos apostar uma corrida com meu pai !
-Ah, Takeo, vocês homens, sempre com esta mania de ficar competindo. Olhe lá o que vai fazer, heim,amor, eu tenho medo!
-Fique tranqüila, amor, eu sou melhor piloto do que você pensa !
-Assim espero...
Os dois carros se alinharam na largada e Motoko postou-se do lado deles com a bandeira quadriculada para o alto. Assim que ela baixou o braço, os dois ,numa barulheira infernal, arrancaram com violência, com os pneus “cantando” furiosamente , e o umbigo de Lune quase foi parar nas  costas dela, tamanha a aceleração!
A velocidade era estonteante, e as curvas pareciam impossíveis, e ambos faziam as curvas de lado, derrapando muito, e Lune estava apavorada!
O velocímetro nas retas marcava mais de duzentos e oitenta quilômetros por hora,e a violência das frenagens a assustava, mas , volta após volta,ela foi sentindo confiança, e Takeo realmente pilotava muito bem, e estava imensamente autoconfiante, perseguindo a Ferrari do pai com obstinação,parecia possuído, e o deleite dele lembrava o prazer que ele sentia ao chegar ao êxtase comigo!
No final Lune acabou achando tudo emocionante, e  então Takeo  disse entusiasmado:
-Meu pai errou a tomada de curva, vou aproveitar para ultrapassar !
E ele foi por dentro da curva derrapando muito com a traseira passando a centímetros do carro rival, e ultrapassou o pai, e logo a reta final chegou, e a Ferrari já estava do nosso lado, quase ultrapassando, quando recebemos a bandeirada da chegada, e então  Takeo, numa alegria de viver como nunca tinha visto antes, deixou o carro rodopiar várias vezes, e a Ferrari também passou rodopiando por eles, e  passou tão perto que Lune  não entendia como não houve um acidente feio!Os dois carros pararam um de frente para o outro, à poucos centímetros um do outro.
Lune ficara tão apavorada que estava tremendo, e a carga de adrenalina quase foi demais para ela, pois ela já estava até passando mal, meio enjoada!
Saíram do carro, e pai e filho se abraçaram, naquelas típicas conversas masculinas:
-Você anda enferrujado, heim, otou-san? Errar uma tomada de curva fácil daquelas...
-Ah, você teve sorte, isto sim ! Eu errei o ponto de freada, freei cedo demais e desequilibrei o carro, perdendo tempo precioso Mas você não vai ter tanta sorte da próxima vez, filho !!
A mãe de Takeo veio abraça-lo, e dar os parabéns pela vitória.
-E ai, okaa-san? Agora é a sua vez de pilotar !
-Ah, filho, faz tanto tempo que eu não piloto !

(Por continuar)