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terça-feira, 5 de abril de 2011

O Espelho da Verdade Volume 2-Episódio 132




Episódio 132


-Ô, sejam bemvindas, entrem, entrem!
-Muito obrigada, Senhora Arata!
-Imagine, Minoko-san! Aliás,vocês são de casa, me chamem de Arata-san!
Todas agradeceram.
-De nada! Bom, vocês todas devem estar muito cansadas, eu já aprontei seus quartos!Vamos subir?Ah,olha como o Juuchi cresceu!Está mais alto que eu,já é um rapaz! E esta menininha de olhos vermelhos?
-Depois a gente explica,Arata-san, agora realmente queremos jantar e dormir!
-É verdade, Minoko-san, deixa para depois.Vamos para a cozinha, então,vocês devem estar morrendo de fome!
Disse Arata.
Logo todos estavam jantando, e não demorou ,foram dormir.
Sete quartos, todos um ao lado do outro.O de Minoko, Rei e Ayako ficava ao lado do de Narumeshi,mas nenhum deles sabia disto ainda.
Quando as gêmeas acordaram, já altas horas da madrugada, todos dormiam.
Elas, caminhando na pontinha dos pés, completamente nuas,entraram escondidas dentro do quarto de Narumeshi,que dormia.Ele acabou acordando, mas já era tarde:as gêmeas já o tinham despido e já tinham começado a fazer amor com ele.
Só que elas não aguentaram ficar gemendo baixinho e começaram a gemer escandalosamente, e Minoko logo acordou com a barulheira e de pronto identificou que tipo de barulho era aquele.
"-Mas que pouca vergonha! Este povo não podia ser mais discreto?"
Pensou Minoko, tentando colocar o travesseiro por cima da cabeça, mas não adiantava.Mais de meia hora depois, ela ficou nervosa e não aguentou mais:resolveu ir ao quarto ao lado reclamar.Vendo a porta só encostada, foi entrando, com uma vela acesa na mão:
-Vocês não tem vergonha de fazer esta barulheira suja nesta hospedaria ,não?Parem com esta pouca vergonha!
Narumeshi reconheceu aquela voz imediatamente:
-Aaaaaaaaaaahn!Minoko-kun?
Narumeshi estava pálido como cêra, e se levantou tão bruscamente e com tanta força, que derrubou Nanami, que estava até então sentada em cima de seu rosto.Ele tremia de medo!
-Narumeshi!Aaaaaaaaaahn!Eu não acredito!Não, eu não acredito! Você sumiu, achei que tivesse morrido lá nas montanhas, preocupada, chorando por você, e você aqui me traindo com estas duas prostitutas ?
-Quem é ela, papai?Disse Nanase, desmontando da virilha de Narumeshi.
-Papai?Paapaaaai?Ei, espere aí, seu pervertido, tarado! Além de me trair, você adota
estas duas garotas para depois abusar delas?
Narumeshi agora ficou ainda mais corado de vergonha, enquanto as gêmeas se vestiam tranquilamente.
-Minoko-kun, eu...eu posso explicar, é que...é que...
-Ele balbuciava, paralisado de terror!
-Ah, então esta é a mulher do papai! Eu vou te explicar, mamãe:eu e minha irmã e meu avô encontramos o papai na avalanche eo salvamos.Nós éramos criadas pelo nosso avô, já que perdemos nossos pai muito cedo, e pouco tempo depois de salvarmos o papai, vovõ faleceu.Antes de falecer ele pediu que o papai nos adotasse como filhas.Só que eu e minha irmã não queremos ser só filhas, mas amantes do papai também.Então nós é que forçamos o papai a fazer amor conosco, entendeu?Ele não abusou da gente, a gente que abusa dele, porque nós somos pervertidas, taradas mesmo e não temos vergonha de confessar!E se a senhora quiser o papai, vai ter que repartir ele com a gente!Disse Nanase.
-O queeeeeê?Suas fedelhas sem vergonhas, prostitutazinhas ! Quem vocês estão pensando que vocês são?
-Não somos prostitutas, não cobramos nada por isto! Nós somos as melhores discípulas  do maior mestre da arte marcial da luta com machados do Japão inteiro!Se quiser briga, ótimo, serão nossos machados contra sua espada!
-O queeeeê?Mas tem muita coragem mesmo?Vocês estão desafiando a mim, suas vagabundinhas?
-Papai, ela está nos ofendendo! O senhor não vai nos defender?Disse Nanase.
-É sim, pai, melhor o senhor escolher, ou nós ou ela!
Diante das palavras de Nanami, Narumeshi estava agora numa situação crítica!
Porém, a coisa ainda iria ficar mais crítica, pois Rei acordara com o barulho e entrou no quarto também, e deu de cara com o pai com as duas gêmeas!
-O que está acontecendo aqui?Pai?Quem são estas duas?
Minoko, furiosa, espumando de raiva, entre muitos xingamentos explicou a situação para a filha.
-O senhor teve coragem de trair a mamãe?E com as suas próprias filhas?Porque nunca me disse antes que gostava destas coisas?Eu teria ido para a cama com o senhor também!
-Filha!
Minoko ficou espantada com as palavras da filha!
Mas Rei continuou:
-Você foi adotando elas sem pedir nossa permissão, e ainda nos traiu com elas.O senhor é um fraco.Um coitado de um pervertido.Eu estou decepcionada com o senhor.Não esperava isso do senhor.O senhor traiu sua mulher e sua filha com suas outras filhas.Não há perdão para isto.Eu...eu...estou furiosa com o senhor, e vou puni-lo agora mesmo:vou matar o senhor agora e estas duas também!
-Não, filha, não, não faça isto...
Narumeshi se encolheu todo de medo.
As gêmeas, no entanto pegaram seus machados de guerra:
-Não vai matar ninguém! Não vamos deixar você matar o papai, nem que custe nossas vidas !
A resposta foi o olhar de Rei.Um olhar rubro de sangue,gélido e cruel, olhar assassino de fera, tão temerário que até Minoko, em toda a sua raiva, recuou assustada, paralisada de terror:ela sabia que quando Rei ficava assim,era para matar mesmo, de verdade, e ninguém a vencia.A mão da menina tremia de fúria, encrispada no cabo da espada!
Quatro machados voaram.
Uma espada saiu da bainha em velocidade que mais parecia supersônica.
Os machados caíram no chaão, ensanguentados.
-Filhas ! Filhaaaas! Soou um grito masculino.
A espada voltou para a bainha,em seu zumbido sinistro, banhada de sangue.
Mal chegou à bainha,a espada já ia sair de novo para sua dança da mortee com seu silvo sinistro.
Mas quem acordara agora era Aika, e ao ver a cena, ela gritou, e lançou um encantamento, transformando a espada numa corda.Ainda assim,a lambada foi  letal, funcionando como um chicote, que riscou  de sangue o peito de Narumeshi.
Dois jovens corpos femininos estavam tombados, ensanguentados no chão.
Rei caiu ajoelhada no chão, chorando.Queria ter matado o pai adotivo.Para ela,era como se matasse o pai biológico, que não pode matar, porque quando ela quis ele já tinha sido morto por outros bandidos.
A dor em seu coração era imensa.
Minoko a abraçou por trás em desesp~ero, mas com carinho.
Aika revirou os corpos das gêmeas, elas ainda respiravam.O corte da espada cortou-lhes o esterno e rasgou o pulmão direito de cada uama, além de ferir superificalmente o outro e chegar muito perto do coração.Elas respiravam com dificuldade, mas os pulmões se encheram de sangue, e a pressão caía rápidamente, de forma que perderam os sentidos.Os seios delas estavam pendurados, quase arrancados.
Aika não teve dúvidas:havendo visto que Narumeshi só teve músculos do peito cortados, ela correu a socorrer as duas.e  iniciou um feitiço de cura duplo,que levou quinze minutos para terminar, mas agora as duas não corriam mais risco de vida.Mais um pouo e teriam morrido!
Neste meio tempo, Minoko e Rei só fizeram chorar.
O resto da trupe acabou acordando e foram ver do que se tratava.Reuniram-se todos na sala da Hospedaria.Namya, principalmente ,se esforçou para que Minoko, Narumeshi, Rei e as gêmeas chegassem num acordo, sem brigas.

E agora?Será que vai haver acordo?
Conseguirá Namya negociar e mediar esta disputa?
Ou haverá um novo confronto?
Narumeshi será ainda mais punido?
O relacionamento entre Minoko e Narumeshi estará condenado ou eles irão se casar?
Qual o destino das gêmeas?
Saiba as respostas no próximo episódio, não percam!

(Por continuar)


Série Especial: Consciência de Viver- Capítulo 10




Capítulo 10




A casa era nova, bem conservada. Tudo era novo e fresco ainda. Era de manhã cedinho, e Ele acordou. Saiu do seu quarto e o que encontrou foi a casa vazia.
Estava lá sozinho, abandonado e trancafiado em prisão domiciliar. Estava sozinho e isolado do mundo que agora se resumia simples e unicamente à sua casa. Fora-lhe um golpe miserável do infortúnio. Não conseguia acreditar no que tinha acontecido. Por quê? Não, Ele não conseguia entender, não conseguia achar uma razão. Estava pasmo, desesperado. Tal fora sua surpresa, que não conseguia sequer esboçar reação. Pânico, esta era uma palavra que traduzia seus sentimentos. Pior era sentir que dali para frente o mais temerário ainda estaria por vir, pois o que seria dele? O que seria dele agora?
Estava perdido e condenado à morte e sentenciou a todos como traidores. A confusão mental havia tomado conta dele, e ele não sabia o que pensar. Todos os seus planos para o futuro tinham ido por água abaixo. Ainda pior era a saudade, engolida com esforço garganta abaixo.
 A sensação de solidão absoluta e cruel que feria como faca e o amargor da rejeição sentida na pele, em toda a sua violência. Ninguém o queria, ninguém gostava dele, todos o excluíam.
O tédio. Uma palavra que para muitos pode parecer abstrata, mas para Ele era absolutamente real, levando-o ao desespero enlouquecedor. Naquela manhã, gritou furiosamente por socorro até a exaustão, a plenos pulmões, até ficar quase afônico. Sua garganta doía terrivelmente, mas não tanto quanto as chagas da mágoa imperdoável do ódio insano que malhava loucamente seu cérebro à beira do ataque nervoso por puro congestionamento caótico cerebral. A dor!
 Todo seu corpo parecia doer tanto quanto sua mente enlouquecida e demente. A dor! A dor! Oh, essa dor lancinante que atormentava como vinte mil quimeras até o exaspero!
 Era insuportável, incompreensível, a rasgar sua alma como as garras de um tigre insaciável! Definhava a olhos vistos e, por três noites e três dias, não dormiu, nem comeu, esquecendo a fome, minguando em suas forças, num fraquejamento que o minava e o conduzia perigosamente ao antro da morte que desejava como nunca antes! Havia desistido. Desistido de viver, indignado que estava. Uma miríade de loucuras lhe perpassava a cabeça, tocando as raias da insanidade. Pensamentos desconexos e vazios... Era só o que conseguia. Ajoelhava-se gritando e uivando em desespero avassalador, horríveis gritos animais assustadores e cavernosos. Se o consideravam louco antes, seus familiares não pareciam ter pensado que, agora sim, Ele poderia ser o genuíno retrato da loucura humana. Uma besta em forma humana, ou sub-humana, que grunhia e rosnava pela casa temerariamente. Aquela dolorosa e obscura fase de sua vida não durou muito, mas parecia, para Ele, ter durado décadas.
O sofrimento, eis que eterniza o tempo e a si mesmo, e desvanece a medida relativa do próprio tempo. E a dor é tão mais intensa quanto mais curta sua duração.
Até que tombou exausto e totalmente exaurido de suas forças. Acabou adormecendo pesadamente, pensando que havia morrido finalmente. Mas o que ocorreu simplesmente foi que acordou no dia seguinte com a manhã.
Absolutamente mortificado de fome, procurou alimentar-se rapidamente. Ao deitar-se longamente fazendo a digestão, só então começou a pensar com mais clareza.
Sim, as saudades eram fortíssimas. Sim, seu ressentimento também, bem como a solidão, o isolamento e tudo o mais que sentia. Mas e agora?
Bom! Se estava mesmo sozinho, restava-lhe ainda viver. Tocar para frente uma vida solitária e tentar ser feliz daquela maneira.
Ora, agora quem mandava na casa era ele. Tomaria todas as decisões que quisesse, sem recriminações de ninguém. Paradoxal: tinha encontrado a liberdade que sempre quis em sua nova prisão!
Não havia ninguém para aborrecê-lo. Sem broncas, sem surras, sem brigas. Ele se sentia, sim, o Senhor. E controlava a casa, fazia o que quisesse de seu destino. Era isso: a palavra de ordem passou a ser: Esquecer e Viver!
A partir daquele momento não teria mais passado, seria alguém que nascera do nada absoluto e vivera sempre só, acostumado a isso. Esse foi um processo longo, sofrido e árduo, mas que encontrou sucesso, pois Ele não se lembrava sequer do que acontecera no dia anterior. Na verdade era uma defesa desesperada e prejudicial que tentava, de qualquer modo que fosse, anestesiar a dor.
 E era exatamente assim que estava acontecendo com Ele, ao lembrar daquele primitivo nascimento de sua segunda vida, a morta-viva. Tinha-se transformado sem dúvida em um zumbi. Mas, apesar de todo sofrimento recobrado por sua consciência, Ele continuou lembrando:
Após os primeiros dias de loucura, na ânsia de ter algo o que fazer para espantar a angústia e a solidão, trabalhou arduamente como faxineiro, limpando rigorosamente a casa, deixando-a absolutamente limpa após uma semana. Porém, percebeu que era esforço inútil, pois racionalizou a tal ponto em sua intrincada lógica que a limpeza não lhe servia para nada, era trabalhosa e ingrata, e logo tudo estaria sujo novamente. Além do mais, casa limpa lhe lembrava a casa dos velhos tempos da qual tinha que esquecer, e tanto esforço fazia para eliminar de vez o passado de sua vida! Temia uma recaída aos tempos de loucura e sua conseqüente volta e sabia o quanto este caminho era perigoso. Por isso, passou a deixar tudo imundo, e quanto mais, melhor: retrato mais fiel da sua nova vida. Envergou o pijama que o acompanharia pelas próximas décadas e se esqueceu de que os chuveiros da casa existiam.
Sua barba apareceu nessa época, mas, depois de ficar medonhamente gigantesca e com aparência de uma palha de aço, misteriosamente acabou caindo e não crescia mais com regularidade. Também as suas unhas quase vampirescas terminaram por desistir de crescer. Nas primeiras semanas, Ele tinha verdadeiro pavor de ratos e baratas que infestaram logo a casa; mas depois do primeiro mês Ele passou a não enxergá-los mais. Esses animais asquerosos, na verdade, povoaram a casa em abundância o tempo todo, mas Ele não os via. Assim como nem percebeu a ascensão e queda de sua barba e de suas unhas!
Com o passar do tempo ele foi se ajustando à sua nova realidade, cada dia esquecendo mais um pouco seu passado. E definhando mais e mais, bem aos poucos.
Realmente, Ele agora parecia mesmo um ser humano que murchara, esvaziara, sem alma e de corpo chupado, até se transformar em um saco de pele com ossos e um cérebro apodrecido e ressecado. Era exatamente assim que se sentia.
Ao remexer no cofre, encontrou antigas fotos de sua família ainda bem preservadas. Sua memória voltou em flashes rápidos, mas muito claros. Repentinamente tudo ficou muito claro.
Ele estava pronto e compreendia a si próprio em seu passado. Entendia o porquê de cada um de seus atos. Lembrou-se de como sua infância, a não ser pelas lembranças de seu único amigo, fora triste e mal aproveitada; como lhe era doído seu passado!

(Por continuar) 

A próxima Série Especial

Caros(as) amigos(as) e leitores(as):


A Série Especial Consciência de Viver termina amanhã.A obra que a sucederá a partir de depois de amanhã será O Autômato.
Depois de O Autômato, vou dar um tempo nas Séries Especiais, para poder me dedicar mais ao meu novo livro sobre a Síndrome de Asperger.
O Autômato será uma série consideravelmente mais curta da que a antecedeu, pois o texto original também é menor.
Abraços a todos(as)!


Cristiano Camargo !