Foto ilustrativa

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terça-feira, 29 de março de 2011

O Espelho da Verdade Volume 2-Episódio 130




Episódio 130



-Está tão frio...eu não consigo dormir!
Disse Nanase.
-Nem eu !Não dá para improvisar uma fogueira?
-Posso dar um jeito, Nanami-san.Esperem um pouco.
Narumeshi se levantou, foi até uma árvore próxima e com os raios das mãos, cortou vários galhos e os juntou pertou do futon de viagem.Com outros raios, acendeu o fogo.
-Está melhor assim, garotas?
-Um pouco de privacidade não nos faria mal!
Disse Nanami,piscando um olho.
-Está bem, está bem!
Narumeshi jogou várias bolas de energia ao  seu redor, fazendo um círculo quase completo de muros de terra em volta da fogueira e do futon, com uns bons dois metros de altura.
Então, voltou  a se deitar.
Agora sim o ambiente estava quentinho, reconfortante, pois já não se percebiam mais os ventos gelados das montanhas, e o calor da fogueira, contido pelos muros e não mais dissipando-se no ambiente, tinha muito mais eficiência.
Mas se ele pensou que conseguiria dormir, estava enganado.Quando entrou debaixo das cobertas, notou que não apenas as gêmeas estava agarradinhas nele como antes-elas tinham tirado todas as roupas delas, e estavam nuazinhas em pêlo.
-Ei, o que é isto?Fi...
-Hum,hum!Agora você é o Naru-kun, e nós duas somos suas amantes!
Disse Nanase, retirando a coberta.
-Mas, mas...
Narumeshi nem teve tempo de falar mais nada:
-Atacar! Disseram as duas em uníssono e enquanto uma o beijou na boca,a outra já começava a fazer amor com ele.E as duas agitaram a alcova com toda a depravação possível e imaginável,forçando Narumeshi ao sexo com toda a lascívia que uma sedução feminina pode conter.Elas abusaram dele até o sol raiar, e ainda ficaram desapontadas, pois pela vontade delas, aquilo continuaria por dias a fio.

Já lá para trás na estrada:

-Eu vou tentar te ajudar, Yuki-san, mas não te garanto nada!
-Obrigada, Aika-san!
Aika colocou as duas mãos na cabeça da mulher-lobo e se concentrou, pedindo para que os feitiços fossem desfeitos.Sua aura se expandiu, e começou a girar em torvelinho, criando uma parede mágica giratória em volta de Yuki.
Foi quando Aika viu na mente de Yuki uma grande e ameaçadora mancha negra,e ela se assustou.
Imediatamente as paredes mágicas começaram a soltar raios e girar furiosamente, e eles atingiram Aika, que ficou presa à mulher loba, se ora ficava como loba, hora como humana e hora como mulher-loba,as trasformações se sucedendo cada vez mais rápido, e Aika gritava de dor e não conseguia se soltar e a coisa ficou totalmente descontrolada.
-Minoko, pelo amor dos Deuses, faça alguma coisa, se continuar assim, elas irão morrer!
-Eu vou tentar, Kareni, vou fazer o possível !Calma!
Minoko soltou uma bola de energia ,que atingiu os raios que ligavam Aika à Yuki.
A explosão decorrente separou as duas, que foram arremessadas violentamente cada uma para um lado.
Aika caiu desacordada no chão, toda chamuscada,mas sem gravidade.Porém, a maior parte da energia tinha ido para Yuki, que continuou a se contorcer horrívelmente,em espasmos e convulsões que davam a impressão de um violento ataque epiléptico.
A eletricidade intensa se transformou em chamas violentíssimas, que rápidamente consumiram o corpo da mulher -loba.Em menos de um minuto tudo o que sobrara dela foi um esqueleto humano todo queimado!
Minoko e Kareni correram para Aika, e ela acordou.
-Yuki-san !Ela gritou e foi correndo tentar socorrê-la.
Mas quando a fumaça se dissipou,e ela viu o esqueleto horrível em posição de agonia,Aika entrou em estado de choque!
Ela ficou paralisada, com os olhos lacrimejando muito, olhos e boca arregalados, sem conseguir dizer nada.Mais parecia uma estátua, e ela não respondia a estímulos, embora o coração continuasse funcionando e a respiração estivesse normal.
Toda a trupe ficou chocada, e todas a abraçaram, mas não adiantava,Aika continuava parada.
Kareni se desesperou e seu olhar suplicante para que Minoko fizesse alguma coisa foi de cortar o coração.Sem outra saída, ela teve de intervir.
Mas um novo choque a arrebatou, assim como a todo o resto da trupe:
Ayako,curiosa, foi até o esqueleto, tocou no crânio e viu-se a alma de Yuki saindo pelo lugar que seria antes a boca dela.
A menina-demônio pegou a alma com os dedos e começou, bem devagarzinho, a devorar aquela alma que gritava e pedia por socorro.
Quando começou a comer, pelos pés, asas negras saíram de suas costas e se abriram, revelando a natureza bestial da menina.
Rei viu o que acontecia, e gritou:
-Filha, não ! Não coma ela ! Nãaao!
Mas era tarde.
Ayako simplesmente engoliu de vez a alma, para depois perguntar para Rei:
-Porque, mamãe?Porque não deveria comer ela?
Todas estavam consternadas.Mas Minoko tentou superar isto,e tentou todas as suas técnicas de cura que sabia e mais as que inventou na hora.E nada!
Ayako deixou os braços de Rei, que de tão chocada não conseguira falar nada,e dirigiu-se para Aika.Tocou com o dedo indicador no coração dela.
E a menina saiu do estado de choque instantãneamente !
Todas se perguntavam: como ela conseguira?
Ninguém conseguia uma resposta.
Kareni abraçou sua filha,chorando, mas Ayako disse para ela:
-Eu não entendi porque que a mamãe não quis que eu comesse a alma dela, então eu comi!
Aika explodiu em um choro convulso.Depois da tristeza, a revolta: queria matar Ayaka, mas Rei  lhe opôs feroz resistência.
Sem coragem de machucar Rei, Aika caiu ajoelhada no chão chorando, sentindo-se culpada por ter matado Yuka.
Minoko pediu à Kurumi, Fuu e Chitose,para que enterrassem a mulher-loba.
Kareni teve muito trabalho para consolar a filha, que demorou a se recompor.
Só então seguiram viagem, em clima deprimido.
Quando a noite finalmente chegou, todos foram dormir, mas só Ayako conseguia ter o sono dos justos.Todos os demais integrantes da trupe tiveram pesadelos a noite toda, nos cochilos que conseguiram ter, acordando sobressaltados.Mas dormir de verdade, pesadamente e a noite toda, só a menina-demônio mesmo, a qual achava que não tinha feito nada de mais.

Agora os dois grupos estavam chegando a Matsumoto.O que encontrarão lá?
Será que finalmente irão se encontrar?
O que esperava por eles lá?

Respostas no próximo episódio, não percam !

(Por continuar)

Série Especial: Consciência de Viver-Capítulo 5




Capítulo 5




Viu, então, uma ilustração. Seus cabelos se arrepiaram, e Ele teve uma crise de pânico. Começou a soluçar e chorar escandalosamente.
O que ele viu?
Simplesmente um homem que tentava domar um cavalo empinado.
O homem estava em pé no chão, e o cavalo, de boca aberta, empinado em uma posição pouco natural, quase em posição vertical. Um detalhe: na verdade, eram os esqueletos de um ser humano e de um eqüino. E o cavalo, de pé, ficava tão maior que o homem que parecia ser muito mais poderoso do que ele.
Era só isso! Mas, para Ele, a visão era outra. As órbitas do eqüino brilhavam vermelhas e maleficamente, tal qual um demônio, mas não era a verdade, pois só Ele via essas minúcias que verdadeiramente não existiam. Sua imaginação poderosa o atacava mais uma vez. Ele fechou o livro horrorizado e iniciou sua fuga corredor afora. Mas, em seu delírio, fruto de pura paranóia, começou a ver o cavalo sair do livro como um espírito maligno, gasosamente, e se materializar novamente em tamanho natural, relinchando, bufando e perseguindo-o com fúria, correndo apenas nas patas traseiras; suas órbitas brilhando, seu sorriso apavorante e seus ossos cruamente expostos, brancos como leite.
 Não! Não havia como escapar dele. O terror que o impulsionava a correr como jamais o fizera em sua vida parecia atrair magneticamente o cavalo atrás de si, mais e mais perto. Quanto mais corria, mais o cavalo se aproximava sadicamente. O tal eqüino parecia ser de uma crueldade tamanha, que Ele mal podia acreditar. O desespero era absoluto, e o peito doía, em acelerada taquicardia. Quase não conseguia respirar!
Acabou desmaiando, caído no chão. Algum tempo depois, ao acordar, procurou pelo esqueleto e nada achou. Voltou à sala e resolveu guardar o livro de volta, pois insistia que, enquanto o livro não estivesse guardado novamente, Ele corria o perigo de o cavalo voltar outra vez.
Temeroso e com milhares de cuidados entrou na sala. Quase voou para cima do livro, guardou-o com tremenda pressa, e saiu da sala mais apressado ainda. Refugiou-se na cozinha, devorando algumas nozes.
Novamente satisfeito, começou a pensar no que fazer.
Mas não conseguia absolutamente concentrar-se em pensamento algum. Nada! Parecia que sua imaginação, sua consciência, sua criatividade e até sua inteligência o tinham abandonado. Veio-lhe uma profunda angústia.. Todos tinham ido embora. Ele estava sozinho.
Alguma coisa lhe veio então à mente: o cavalo foi o único que não o abandonara. Mas era seu demônio! Ele começava a suar frio só de pensar em estar sozinho naquela casa imensa, sozinho com aquele maldito cavalo! Foi então que se lembrou de que havia um poema na página ao lado da foto do eqüino tão temido:

"Ai dos Mortos
Que não sabem
Sua condição,
À larga vivem
Em comiseração.

São miseráveis putrefatos
Sem qualquer argüição,
Vagam Sós
Pelo temor
De tanta imaginação!

De que se alimentam
Sem satisfação
Sofregamente o veneno
Eles compartilharão.

São inertes e perenes
Como o próprio inferno arderão
Que criaram sussurrantemente
A si mesmo um vilão
Ouviram o trovejar dos cascos
Em ebulição,
E a fera ungulada
Em que cavalgarão.

Indomáveis criaturas
Que os carregarão
Ao desértico sepulcro
Agonizando sem perdão.

Sob o domínio do relincho
Cavernoso
De tanta imaginação
A tortura angustiante
Em que ferverão.

Ilimitada e infinita
Em que perecerão
Galope maldito do Esqueleto
Senhor superior de todo medo
O cavalo terrífico de órbitas de fogo
Para o qual se danarão.

Escravos do horror
Para sempre serão
Eis que o tempo, indomável
como a fera,
lhes será tumba e prisão!"

(Por continuar)