Foto ilustrativa

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sábado, 11 de setembro de 2010

O Espelho da Verdade-Episódio 23



Episódio 23:

Minoko só então lembrou-se de seu poder de cura mágico.Se havia ainda uma fagulha de vida naquele corpinho delicado de menininha, havia uma esperança!
Munida da mais forte e autêntica vontade, esperança e amor,ela decidiu tentar salvar a garotinha da morte.Ela levantou o corpo  da menina, ainda pingando sangue, o abraçou, e com as mãos nas costas da criança ela orou para que fosse salva.E concentrou-se na tarefa de transmitir mais um pouco de sua vida à da menina.Imaginou fazer fluir por suas mãos o amor e o carinho que tinha por ela por suas mãos até o coração da menina.Em sua mente, Minoko e Narumeshi davam-se as mãose uniam-se num beijo,transmitindo, ambos, seus amores de mãe e pai para a menina, de todo o coração.
Eis que a mágica realmente começou a fluir, e envolveu o corpo da garotinha numa aura mágica de um azul muito intenso e brilhante.
Um beijo na testa da menina, e lágrimas escorreram para dentro da boca dela,levando mais mágica do amor familiar diretamente ao cérebro da menina.
Minoko depositou o corpo no chão, e fez um corte no dedo anular da mão esquerda,e o fio de sangue correu pela boca da menina.Então o fio se transformou em uma torrente, e foi devolvendo a criança o sangue perdido.
Foi quando Minoko novamente abraçou o corpo da menina ainda inerte.
Então um frêmito começou a percorrer aquele corpo infantil, e os olhinhos começaram a se revirar por baixo das pálpebras fechadas,denotando que o corpo sentia dores, e espasmos se propagavam pela criança em ondas.Minoko notou que Rei tinha dificuldade de respirar, como se estivesse sufocada.
Ela então virou-a de costas para si, e dava pancadinhas em suas costas, com a cabeça da menina para baixo, e gritava:
-Respira! Respira pelo amor dos Deuses !Respiraaaaa!
E as lágrimas rolavam rosto abaixo de Minoko,desesperada.
Só então uma nova convulsão assaltou ocorpo da menina, e ela começou a vomitar sangue, muito muito sangue.
Mas na verdade aquilo era um bom sinal, pois mostrava que ela estava expulsando o sangue acumulado nos pulmões.Quando finalmente parou, o coração começou a bater mais forte, e a respiração, antes difícil e desesperada, agora era leve e ritmada.
Rei finalmente abriu os olhos e recuperou a consciência.
-Rei!Oh, Rei! Filha, minha filhinha! Seja bemvida à Vida, meu amor !
Depois de tossir um pouco, e cuspir um pouco de sangue residual, Rei soltou sua voz fininha de criança:
-Obrigada,mamãe....obrigada!
-Ai, Rei!
E Minoko a abraçou forte,acariciando seus cabelinhos ao vento.
Depois de se recuperar e parar de chorar, ela disse à menina:
-Vamos recolher logo esta lenha e vamos voltar ao acampamento!
Depois da lenha recolhida, as duas voltaram ao esconderijo, onde toda a trupe, acrescida de Mutsumi ,Shinobu e sua filha, as esperavam.
Mutsumi ficou horrorizada quando viu a filha adotiva com o kimono todo ensopado de sangue.Minoko então contou a todas o acontecido, e todas foram unânimes em abraçar Rei, lhe dar os parabéns e cercá-la de carinho.
-Minoko-san?Eu nunca, nunca vou ter como lhe agradecer por salvar minha criança!
Por favor, tome isto como um pequeno agradecimento!
Depois de dizer estas palavras, Mutsumi tomou Minoko de assalto, e beijou-lhe profundamente a boca.
Após uma certa surprêsa, e de ficar com os olhos arregalados,Minoko se entregou ao beijo, e a beijou como só um homem o faria.Dali há pouco começou a mão boba por todo o corpo da guerreira, que, surpreendentemente, não deu bola, e continuou no beijo, até que Kogyo, enciumada, disse:
-Eeee, este beijo não vai terminar não?Isto aí está muito longo para um beijo de agradecimento!
As duas finalmente terminaram o beijo.Na verdade a preocupação delas era das crianças estarem vendo, mas elas estavam distraídas, brincando de pega-pega entre si, e nem reparando.
Então seguiu-se a festa, teve bolo e refrescos, e doces típicos japoneses.Rei, que amava doce de feijão, se lambuzou de tanto comer !
Amanheceu novo dia, e finalmente era dia da despedida.A encomenda do Suserano foi entregue, e Shinobu pagou o salário a toda a trupe, que agora tinha novamente um bom dinheiro para viajar.Na porta da loja, elas se despediram de Shinobu,sua filha e Mutsumi.
A despedida de Rei para com sua filha adotiva foi comovente.As duas choraram muito, mas Rei realmente queria se unir a trupe, e pediu desculpas e agradeceu a sua verdadeira mãe adotiva.
-Não se esqueça nunca, filha, de que tem alguém aqui que a ama muito, e sempre estará ao seu lado para te proteger!
Era a prmeira vez na vida,que Mutsumi chamava Rei de filha.
-Nunca vou me esquecer de você , mamãe.Um dia vou crescer, e poder protegê-la também! Eu te amo, te amo muito...mamãe!
Ao ouvir aquelas palavras doces, não apenas Mutsumi, mas todas elas, se comoveram profundamente com o significado daquele gesto tão profundo.Mas para Mutsumi, aquilo foi especial,pois também Rei nunca tinha chamado Mutsumi de mãe antes.
Finalmente se despediram.
Mutsumi viu todas elas indo embora, e a poderosa guerreira samurai, forte e rígida como uma rocha,desabou a chorar desabaladamente nos ombros de Shinobu, que a tentava consolar sem sucesso, e por horas ficaram abraçadas uma à outra.Mutsumi nunca tinha se sentido tão sozinha na sua vida, e aquela depresão toda iria demorar a passar.

Agora toda a trupe estava livre de novo, e agora, com o acréscimo de Rei.Caminahdo pelas estradas afora iam conversando, mas ali também um coraçãozinho de criança ia dividido.Ela sentia que tinha duas mães, que a amavam, e que ela amava profundamente, esentia a insegurança do imprevisível do futuro...
Elas não sabiam, mas os Ninjas do Xogum não demorariam a encontrá-las.
Estavam há poucos dias de caminhada de Kyoto, e iriam ver pela primeira vez em suas vidas uma cidade grande e lendária, e muitas aventuras ainda estavam por vir!
Será que conseguiriam enfrentar os Ninjas?Qual seria o destino delas?
Vejam no próximo episódio...

(Por continuar)

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