Capítulo 15: Margil e seu submundo
-O que chama de cair em desgraça?
-Perder o emprego,individar-se,cometer crimes,ser considerado inútil pela Sociedade.Todos tem de ter um emprego,uma profissão,ou será morto.
-Entendi.O que mais tem à dizer?
-Sabe,nós vivíamos antes pelos corredores,salões e saguões da cidade.Tendo sido abandonados,sem chances,nós assaltávamos e matávamos,roubávamos as pessoas ricas,que sempre fizeram questão de exibir todo o seu luxo,mas não admitiam nos dar esmolas.Era revoltante ,e tínhamos inveja.Fomos massacrados,expulsos,milhares de nós foram jogados no deserto para morrer à míngua,até que descobrimos os porões.Um labirinto cheio de armadilhas,do qual fizemos o nosso "lar".Agora assaltamos e roubamos qualquer um,e nos escondemos lá embaixo,que é escuro,úmido e faz um calor violento.Existe alguma coisa que impede os Robôs-policiais de entrar lá,mas às vezes agentes especiais de carne e osso vão lá,mas nunca voltam.Nenhum voltou até hoje.
-Entendi.Belsara,saia com Margil e providencie roupas para ele,por favor.Tenho de consultar os computadores da cidade.
-Você paga?
-Não.Heróis não usam dinheiro,usam violência mesmo!
-Engraçadinho.Alguém já lhe disse o quanto você é folgado?Porque eu iria gastar meu dinheiro com quem eu nem conheço?
-Porque já salvei a sua vida,e sou responsável por protegê-la.Ao menos que não precise da minha proteção...
-Ah,está bem, chantagista!Sou sua cúmplice.Se me pegam...Venha,Margil.Mas nada de criar problemas,ou não terá nem proteção,nem conforto.Posso entregá-lo às autoridades fácilmente!Aliás, querido Vanzinho, já que você adotou o menino, agora você é o tutor dele, o pai adotivo dele, então a partir de agora você será o responsável pela educação dele!
-Eu o assumo !
Disse Vanglorius, com sua expressão séria de sempre.
-ótimo, vamos, Margil!Parece que agora você virou meu filho também!
Os dois se foram.Vanglorius ligou o computador holográfico tridimensional acionado pela voz,e acessou todas as informações sobre a cidade;inclusive,graças à sua habilidade,as mais confidenciais,secretas e estratégicas possíveis,oficiais e extra-oficiais.Uma tarde inteira passou aprendendo e estudando.A noite chegou,Belsara e Margil também,e depois de algumas horas todos dormiram.Quando Vanglorius acordou,a princesa e o menino tinham desaparecido misteriosamente.
Ele foi até a sala de estar e encontrou sangue por todos os lados.No computador,o seguinte recado:
"-Renda-se,Vanglorius.A Princesa Belsara está em meu poder.O garoto escapou,mas mandei bater bastante nele,está muito ferido,não conseguirá ir longe.Mas a Princesa não terá a mesma sorte.Estou com ela,aprisionada sob minha custódia.Mas não demore muito à me comunicar sua rendição,ou não sobrará muito dela,poderá não sobreviver!Ligue para o vídeofone holográfico 3D no número
8856-346-171,que esperarei por seu contato.Ah,não adianta pesquisar este número,não pertence à cidade...
Assinado:Temitrior,Governador Troglon."
Vanglorius agora estava furioso!Tinha de pensar bem,mas agir com calma não era muito do seu estilo.Não estava disposto a ficar negociando com ninguém.Queria mesmo era descobrir a origem daquele número.Sabia que não era da cidade,e sabia que poderia ser de qualquer outra cidade.
Mas ocorreu-lhe uma ide'ia brilhante:naves espaciais também possuem vídeofones!Seria muito mais fácil esconder Belsara em uma nave estacionada próxima dali,do que em uma cidade.Depois,lembrou-se das lições de Comunicações de seu Mestre Bethoon:Prefixos de vídeofones pertencentes à cidades,de acordo com os costumes Troglons para áreas conquistadas,sempre começavam com dois zeros além de dois outros nu'meros quaisquer,em prefixos sempre de quatro números.Já as naves,tinham sempre prefixos de quatro números diferentes,sempre outros que não "zero".Portanto,só poderia ser de uma nave!Resolveu acessar os Sensores da cidade através do computador doméstico.Com certeza a conseguiria localizar.
(por continuar)
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